quarta-feira, 29 de junho de 2011

Armadilha Hermenêutica



Há uma necessidade urgente e gritante de conhecimento mais aprofundado sobre a interpretação da Bíblia

Amaioria dos mais informados vai concordar que atravessamos um cenário complicado no evangelicalismo brasileiro. Todos sabem que a Igreja cresceu demais nas últimas décadas, mas ela ainda busca amadurecimento. Movimentos mais contextualizados e grupos voltados para a evangelização do país coloriram o cenário nos últimos anos. Todavia, tanta euforia e eferverscência também é sinal de atenção. O fato é que a Igreja nacional precisa achar um ponto de equilíbrio entre quantidade e qualidade. E sem o estudo sério e fundamentado da Palavra de Deus, teremos problemas insolúveis a curto prazo em nossa realidade protestante tupiniquim. Infelizmente, ainda há grupos em nosso contexto de fé que desprezam o preparo teológico; outros são tão estranhos que vivem na fronteira entre as categorias de seita e denominação.

Ninguém pode negar que essa tarefa de consolidação da Igreja brasileira passa necessariamente pela referência máxima da cristandade e dos evangélicos: as Escrituras Sagradas. A compreensão da Bíblia é absolutamente fundamental para que se tenha uma Igreja séria e cristãos espiritualmente saudáveis. Por incrível que pareça, o sinal de que nem tudo vai bem neste cristianismo “tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza” é que há muitos textos lidos e enfatizados em nossa tradição evangélica que são mal compreendidos, gerando inclusive crises e problemas pessoais em muitos cristãos sérios e sinceros.

Muita gente tem sofrido com seus familiares ao ler o conhecidíssimo texto de Atos 16.31: “Crê no Senhor Jesus, e tu e tua casa sereis salvos” (Versão Almeida 21). O problema desse texto é que muitas pessoas pensam que estamos diante de uma promessa divina de que todos os nossos parentes próximos serão salvos mediante a nossa fé. A verdade é que tal trecho não ensina isso! Em primeiro lugar, é importante destacar que, como texto narrativo histórico, o versículo não pretende ser normativo – ou seja, o relato de alguma coisa que acontece não é necessariamente norma para toda a Igreja. Logo, aqui vemos uma promessa que foi dada ao carcereiro de Filipos, e não a todos! Foi dito que ele e “os de sua casa” (NVI) seriam salvos. No caso específico, isso talvez tivesse incluído servos ou empregados, já que a “casa” de alguém nos tempos bíblicos incluía gente que não era da família de sangue do proprietário.

A verdade é que ninguém pode assegurar a conversão de seus parentes com base neste texto. Se esse fosse o caso, nenhum crente veria um parente próximo morrer sem converter-se a Jesus – mas sabemos que isso não se verifica. Além disso, o próprio Senhor deixou claro que muitos cristãos até perderiam suas famílias por causa do Evangelho: “E todo o que tiver deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por minha causa, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna.” (Mt 19.29 – A21). Se aos crentes fosse prometida a conversão de todos os parentes próximos, o texto de Mateus 10.35, 36 também não faria sentido.

Quase que na mesma linha de pensamento, muitos evangélicos, principalmente pais e mães, ficam literalmente desesperados diante de Provérbios 22.6: “Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Almeida Revista e Corrigida). O que geralmente se entende desse versículo é que Deus promete que uma criança levada ao conhecimento do Evangelho desde pequena nunca se desviará da fé. E como ficam os pais de filhos que fizeram justamente o contrário, embora educados segundo a Palavra, apostataram da fé? Em primeiro lugar, é importante lembrar que Provérbios não é um livro de promessas – suas afirmações são “máximas”, ou seja, fatos constatáveis de modo geral na vida. O que o texto diz é que aquilo que uma criança aprende desde pequena não é esquecido, mas a tônica não é exclusivamente religiosa. É de criança, por exemplo, que se aprende a andar de bicicleta, falar outra língua, tocar um instrumento ou mesmo decorar versículos.

A tradução tradicional “deve andar” interpreta o sufixo pronominal genitivo do hebraico indo muito além do literal. Todavia, há outras alternativas de interpretação. “Instruir a criança no caminho” pode significar instruí-la segundo os objetivos que os pais têm para ela” (NVI), instruí-la no caminho devido (ARC, A21) ou mesmo “instruí-la conforme os dons que ela tem”. As interpretações são legítimas e o texto está aberto a mais de um enfoque distinto. No entanto, é bastante seguro afirmar não há promessa ou segurança alguma de salvação para a criança que vai à Escola Dominical, tem pais cristãos e ouve a Bíblia desde pequena, simplesmente porque não é isso o que se trata ali.

Outro texto geralmente mal compreendido é o de Filipenses 4.13 – “Tudo posso naquele que me fortalece”. Certa vez, trafegando pelas áreas nobres da rica cidade de São Paulo, vi um belo carro importado com um adesivo que ostentava orgulhosamente tal verso. Geralmente, quando se lê este texto isoladamente, a maioria das pessoas imagina que se trata de uma promessa de fé: a de que, por meio do poder de Cristo, podemos alcançar tudo que quisermos! Assim, posso adquirir bens caros, derrotar inimigos, alcançar posições de destaque e tudo o mais. Novamente, o texto bíblico não está dizendo isso. Aqui, é preciso entender o contexto. O apóstolo Paulo está escrevendo aos filipenses na ocasião de sua prisão, muito provavelmente em Roma. Portanto, está enfatizando que, por meio de Cristo, podemos suportar toda e qualquer situação adversa. Basta ler o que o apóstolo diz um pouco antes, nos versículos 11 e 12: “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação – seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade” (NVI). Por incrível que possa parecer, o texto bíblico significa exatamente o oposto do que muita gente tem sugerido sem analisá-lo adequadamente.

Já encontrei até dois cristãos evangélicos discutindo se devemos ou não mentir em certas situações. Independentemente da discussão sobre a possível legitimidade de uma inverdade ou omissão da verdade em certas situações – como o caso de mentir ou omitir algo para salvar uma vida –, o que estamos discutindo é o uso de textos bíblicos de maneira indevida. O argumento dos debatentes era o de que Abraão, servo do Senhor e chamado na Bíblia de “amigo de Deus”, mentiu em uma situação de necessidade, registrada em Gênesis 12.18-20. A questão aqui não é tão difícil – novamente, cabe frisar que o simples relato de um texto histórico não o define como norma. Muitas passagens das Escrituras nos contam erros e crimes de seus personagens exatamente para enaltecer o poder de Deus na vida de frágeis seres humanos. Muita gente, porém, tenta ver méritos e qualidades especiais em cada detalhe de vida dos heróis bíblicos sem contrastar o comportamento dos mesmos com as normas divinas. Assim, com base nos fatos de que Moisés ficou irado, Jacó enganou Labão, Raabe mentiu em Jericó ou que Davi foi polígamo, há quem tente justificar seus pecados, afirmando que homens e mulheres de Deus do passado fizeram tais coisas e não foram punidos por isso. O equívoco é muito claro.

Tais situações apenas nos mostram a necessidade urgente e gritante de um conhecimento mais aprofundado da hermenêutica, a arte de interpretação da Bíblia. Muitas comunidades cristãs são hoje reféns de doenças hermenêuticas prejudiciais e destruidoras para a fé de seus integrantes. Há grupos perdendo o equilíbrio e caindo no liberalismo teológico da negação do sobrenatural, ou numa filosofia específica. Há tantas distorções – o legalismo, o misticismo desenfreado, o tradicionalismo irrefletido – que somente o estudo da Bíblia no seu próprio contexto, entendendo elementos históricos, literários e teológicos, nos levará a entender ao máximo a intenção original do autor. É preciso ainda destacar os princípios presentes no texto para então comparar o que descobrimos com uma análise teológica mais profunda, a partir de outras passagens que falam dos mesmos princípios. Finalmente, devemos fazer a aplicação do princípio descoberto e teologicamente analisado na realidade do cotidiano.

A verdade é que a seriedade e o valor do texto sagrado para sempre ecoará através da história, especialmente quando ouvimos como o próprio Jesus considerava as Escrituras: “Pois em verdade vos digo: antes que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará uma só letra ou um só traço da Lei, até que tudo se cumpra” (Mateus 5.18 – A21).

Texto de Luiz Sayão
Teólogo, hebraísta, escritos e tradutor da Bíblia. É também professor da Faculdade Batista de São Paulo, do Seminário Servo de Cristo e professor visitante do Gordon-Conwell Seminary.

Conteúdo disponível em http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=699

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Todos os caminhos levam a Deus?



A afirmação a seguir é quase uma unanimidade em círculos sociais: “Política, futebol e religião não se discute”. Vamos nos ater apenas a questão da religião. Baseado na falsa premissa não devemos debater sobre assuntos religiosos, aqueles que levantam essa bandeira bradam, na mesma voz que todos os caminhos levam a Deus (ou ao paraíso, ou à salvação). Será?

Ao analisar as crenças de alguns grupos religiosos, principalmente quando observamos o que estes grupos afirmam sobre questões básicas da fé cristã, no que diz respeito a quem é Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo, o homem, a Bíblia, a igreja, a salvação e o pecado, podemos constatar que não existe concordância, que não se fala a mesma língua. Vejamos, de modo bem resumido, três exemplos de credos muito distintos:

Mormonismo (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias): Deus é um homem evoluído; Jesus é irmão de Lúcifer; o homem poderá evoluir até se tornar um deus; o Livro de Mórmon, Pérola de Grande Valor e Doutrinas e Convênios compõem um complemento da Bíblia e são a base doutrinária do Mormonismo; a salvação só poder ser encontrada no Mormonismo.

Budismo: Nega que Deus (ou deuses – já que não enxerga Deus como o Cristianismo bíblico) possa interagir com o homem, ou seja, é uma divindade impessoal, chegando ao ponto de negar a existência de um ser divino; a realidade não passa de uma grande ilusão; a vida do homem é apenas sofrimento, ou seja, viver é sofrer; “salvação” é tão somente se libertar dos ciclos de reencarnação (ao atingir o Nirvana).

Kardecismo (Espiritismo de Mesa Branca / Espiritismo Científico): Jesus foi um espírito puro, um médium. O Espírito Santo (o Consolador prometido por Jesus em João 16.7) é a própria doutrina codificada por Allan Kardec, ou seja, o Espiritismo é o Consolador; fora da caridade não há salvação (evolução, fim das reencarnações, estágio de pureza de espírito); a Bíblia não é a Palavra de Deus e a reencarnação é o meio pelo qual Deus aplica Sua justiça.

A lista é muito longa, poderíamos falar muito sobre a diversidade de credos, mas os exemplos acima atestam que não há concordância geral com relação aos credos. Como pode então existir aqueles que defendem que todos os caminhos levam a Deus?

Pluralismo Religioso
Pluralismo Religioso é diferente de diversidade ou variedade religiosa. Diversidade/variedade é o fato de que existe uma gama imensa de credos, que até certo ponto produzem benefícios aos indivíduos e a sociedade, e isso é um fato inegável. Ao falar em Pluralismo Religioso designamos a filosofia que afirma que todas as religiões são iguais, boas, com os mesmos fins e que na essência possuem o mesmo sistema de crenças, levando por conseqüência ao mesmo fim. Mas atenção! Não estou dizendo que mórmons, budistas e kardecistas são pluralistas. A pessoa que aceita o pluralismo religioso não é necessariamente praticante de uma religião, mas sim de uma filosofia religiosa.

Para que possamos entender melhor o conceito do pluralismo religioso, precisamos distinguir alguns termos relacionados a tal estudo [1]:

● O Pluralismo Religioso é a crença de que toda religião é verdadeira. Cada uma proporciona um encontro genuíno com o Supremo. Uma pode ser melhor que a outra, mas todas são adequadas.

● O Relativismo afirma que não há critérios pelos quais se possa saber qual religião é verdadeira ou melhor. Não há verdade objetiva na religião, e cada religião é verdadeira para quem acredita nela.

● O Inclusivismo afirma que uma religião é explicitamente verdadeira, enquanto todas as outras são implicitamente verdadeiras.

● O Exclusivismo é a crença de que apenas uma religião é verdadeira, e as outras que se opõem a ela são falsas.

Concordo em todos os sentidos com David K. Clark que define o mundo das religiões como um verdadeiro supermercado onde superabundam produtos atraentes [2]. Neste mercado as pessoas têm consumido aquilo que lhes aprazem, sem se dar o trabalho de entender que não é possível que todos os credos de A a Z (ou do Agnosticismo ao Zen) possam levar ao mesmo fim. Respeitamos sim a variedade religiosa bem como a liberdade religiosa, respeitamos as crenças das pessoas, mas respeito e concordância não significam a mesma coisa. Desta forma discordamos totalmente da cosmovisão pluralista.

Aqueles que defendem a filosofia do Pluralismo Religioso acham que qualquer produto do mercado da fé pode atender as necessidades humanas, por isso tudo é bom e de valor. A questão da utilidade destes produtos vem à tona. Não há uma busca e um exame em pelo verdadeiro, mas sim pelo útil. Por exemplo, uma pessoa que possua sua própria religião (um budista), se dirige ao Kardecismo para buscar a comunicação com entes queridos já falecidos. Este simpatizante do Karcecismo abraça-o buscando tão somente a utilidade que o Kardecismo apregoa, mesmo sendo budista.

Logo, os pluralistas religiosos são caçadores de benefícios, e não se importam se os benefícios que buscam se tornem como vendas em seus olhos.

Na contramão desta filosofia está o Exclusivismo Religioso. O Cristianismo é exclusivista. Por maior que seja o grito dos pluralistas, Jesus Cristo, o Filho de Deus disse que é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).

Nosso objetivo como propagadores do Evangelho é levar ao mundo perdido o Salvador, Jesus! Por isso e para isso estamos dispostos a remover a venda que está nos olhos dos pluralistas, fazendo esta obra de apologética não com ódio, mas sim com o amor Daquele que nos amou primeiro.

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Notas
[1] GEISLER, Norman L. Enciclopédia de apologética. Editora Vida. São Paulo, SP: 2002. p.701

[2] CLARK, David K. in BECKWITH, Francis J. & CRAIG, William Lane & MORELAND, J.P. Ensaios apologéticos: um estudo para uma cosmovisão cristã. Hagnos. São Paulo, SP: 2006. p.347

Fonte: João Rodrigo Weronka. Disponível em http://napec.wordpress.com/apologetica/pluralismo/

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Apologética - A arte de defender a fé



Defino a Apologética como “a arte de defender a fé dentro do princípio do mandamento de preservação da Palavra de Deus das contaminações do mundo.” A apologética é importante no ensino teológico, pois lida com a defesa racional da fé cristã. O termo tem origem na palavra grega apologia que significa “apresentar dar razão” ou “defesa”.

Roque M. Andrade em seu livro “A superioridade da Religião Cristã” – ed. Juerp, pág. 69, afirma: “A apologética vem a ser o conjunto de noções pelas quais se pode empenhar alguém na tarefa de articular qualquer defesa racional”. E continua: “O cristianismo sempre contou com excelentes apologistas, principalmente no decurso dos primeiros séculos desde seu surgimento na história universal”.

Sim, o cristianismo resistiu às fortes perseguições doutrinárias por parte das seitas porque usou de forma correta e coerente a defesa da fé. A reforma protestante é um grande exemplo, sua base foi a apologética.

Costumo a dizer para os alunos das faculdades e seminários de ensino teológico que, a base da apologética não é o conhecimento teológico, mas a exposição desse conhecimento. Não basta apenas ter o conhecimento, é preciso saber apresentar tal conhecimento.

Defender a fé é oferecer respostas fiéis e seguras a todas as pessoas que buscam a Verdade. Assim escreveu Pedro:

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo” . 1ª Pe. 3.15,16.

O versículo manda estarmos prontos. Talvez, jamais encontraremos alguém que faça perguntas difíceis sobre nossa fé; mesmo assim devemos estar prontos para responder caso alguém pergunte. Estar pronto não é só uma questão de ter a informação correta á disposição, é verdade também a atitude de prontidão e vontade de compartilhar a verdade sobre o que acreditamos.

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. 1ª Pe. 3,4

Tipos de Apologética

A apologética é um campo amplo e por isso possui cinco classificações: apologética clássica, evidencial, experimental, histórica e pressuposicional. Cada classe busca a melhor maneira de fazer sua defesa da fé. Todas seguem uma linha em harmonia com sua pregação ora literária ora verbal.

A apologética sempre teve famosos cristãos desde a era primitiva, devido sua maneira de propagar a fé destruindo todo tipo de argumento contrário á Palavra de Deus, mesmo em meio as perseguições.

Apologética Clássica: A apologética clássica enfatiza argumentos a favor da existência de Deus. Vale-se do argumento teísta para estabelecer a Verdade do teísmo á parte do apelo á revelação especial. O passo inicial da apologética clássica é de chegar á conclusão lógica de que, se o Deus do teísmo existe, milagres são possíveis; na verdade o maior milagre, a criação, é possível. A credibilidade dos milagres é essencial ao próximo passo na apologética clássica.

Apologética Evidencial: A apologética evidencial enfatiza a necessidade da prova para apoiar as afirmações das verdades cristã. A evidência pode ser racional, histórica, arqueológica, e até experimental.

Apologética Experimental: É a experiência como evidência da fé cristã. Alguns apelam á experiência religiosa em geral. Outros á experiências religiosas especiais. O valor da experiência religiosa geral é de valor limitado para a apologética exclusivamente cristã. Na melhor das hipóteses, a experiência geral estabelece a credibilidade da crença em algum tipo de ser supremo (não necessariamente o Deus teísta). No entanto, as provas da experiência religiosa têm sido oferecidas por cristãos e outros. Experiências gerais estão disponível a todos.

Apologética Histórica: A apologética histórica enfatiza a evidência histórica como base para demonstração da veracidade do cristianismo. Esses apologistas acreditam que mesmo a existência de Deus pode ser provada apenas pela evidência histórica. Por um lado a apologética histórica pertence á classe mais ampla da apologética comprobatória, mas é diferente por que enfatiza a importância, até mesmo a necessidade de começar com o registro histórico.

Apologética Pressuposicional: A apologética pressuposicional afirma que é preciso defender o cristianismo a partir do alicerce de certas pressuposições. Geralmente o apologista desta escola de apologética pressupões a verdade básica do cristianismo e depois continua demonstrando que só o cristianismo é verdadeiro.

Deus lhe chamou para defender a fé!

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”

Isso significa que devemos confrontar questões nas nossas mentes e nos pensamentos expressos por outras que por ventura impeçam a nós e a eles de conhecer Deus. Essa é a essência da apologética.

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. 1ª Pe. 3,4

A Bíblia não precisa ser defendida! Afirmam alguns. Sim, a Bíblia é viva e eficaz (Hb. 4.12), mas como sabemos que a Bíblia e não o Alcorão (livro sagrado dos mulçumanos) ou o livro de Mórmon é a Palavra de Deus? A apologética é uma grande necessidade! É um dever de todo cristão fiel á palavra de Deus.

Deus lhe chama para defender a fé com sabedoria, mansidão e unção da Palavra. Defenda a fé e mostre ao mundo o verdadeiro caminho para a salvação. Jesus Cristo, o Senhor!

Fonte: Alex Belmonte. Disponível em: http://www.napec.net/category/apologetica/apologetica-geral/

domingo, 19 de junho de 2011

Por que Deus permite que coisas ruins aconteçam com boas pessoas?



Esta é uma das perguntas difíceis de toda a teologia. Deus é eterno, infinito, onisciente, onipresente, onipotente, etc. Por que nós, seres humanos (que não somos eternos, infinitos, oniscientes, onipresentes, onipotentes) vamos esperar que sejamos capazes de compreender inteiramente os caminhos de Deus? O livro de Jó lida com esta questão. Deus permitiu que Satanás fizesse tudo o que desejou com Jó, exceto matá-lo. Qual foi a reação de Jó? “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13:15). “... o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Jó não compreendeu por que Deus tinha permitido as coisas que permitiu, mas sabia que Deus era bom e por isso perseverou confiando Nele. Esta também deveria ser a nossa reação. Deus é bom, justo, amoroso e misericordioso. Muitas vezes nos acontecem coisas que simplesmente não podemos entender. Entretanto, ao invés de duvidar da bondade de Deus, nossa reação deveria ser confiar Nele. “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:5-6).

Talvez uma pergunta mais apropriada seja: “Por que coisas boas acontecem com pessoas más?” Deus é santo (Isaías 6:3; Apocalipse 4:8). Os seres humanos são pecadores (Romanos 3:23; 6:23). Você quer saber como Deus vê a humanidade? “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; Cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Romanos 3:10-18). Todo e qualquer ser humano neste planeta merece, neste exato momento, ser lançado no inferno. Cada segundo que temos de vida, cada segundo, nos é concedido pela graça de Deus. Até a mais terrível infelicidade que pudéssemos experimentar neste planeta é dádiva misericordiosa comparada com o que realmente merecemos, inferno eterno no lago de fogo.

Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). Apesar da natureza má e pecadora das pessoas, Deus assim mesmo nos amou. Ele nos amou o suficiente para morrer, a fim de carregar a pena por nossos pecados (Romanos 6:23). Tudo o que precisamos fazer é crer em Jesus Cristo (João 3:16; Romanos 10:9) para que sejamos perdoados, e então a nós é prometido um lar no céu (Romanos 8:1). O que merecemos = inferno. O que Deus nos dá= vida eterna no céu se apenas crermos. Foi dito que este mundo é o único inferno que os crentes algum dia vão experimentar, e este mundo é o único céu que os infiéis vão experimentar. Da próxima vez que fizermos a pergunta: “Por que Deus permite que coisas ruins aconteçam com pessoas boas?”, talvez devamos perguntar: “Por que Deus permite que coisas boas aconteçam com pessoas más?”

Fonte: http://www.gotquestions.org/portugues/coisas-ruins-pessoas-boas.html