quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O Salmo 137 e a mensagem imprecatória



Como entender a passagem bíblica do Salmo 137.9, que diz: “Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras”?

O Salmo 137 contém uma mensagem imprecatória, ou seja, contém apelos a Deus para que derrame sua ira sobre os inimigos do salmista. O termo “imprecação”, do latim “imprecatione”, expressa o desejo de infortúnios a alguém. Outros salmos demonstram essa mesma ideia, por exemplo, 7, 12, 35, 55, 59, 69, 79, 109 e 139. Além dos salmos, outros textos expressam esse sentimento, como Gn 9.25, Êx 9.16, Jz 5.24-31, 1Sm 13.13,14; 15.28, 1Rs 21.17-24; 22.19-23, Am 9.9,10 e Jeremias 11. No Novo Testamento, por exemplo, verifica-se imprecação em 1Tm 1.20; 2Tm 4.14 e Ap 6.9-11, onde os santos que estão no céu clamam por vingança a Deus.

A dificuldade na interpretação de textos imprecatórios encontra-se quando os comparamos com as passagens bíblicas de Mt 5.43-48 e Rm 12.17, onde o espírito de vingança humano deve ser rejeitado. As imprecações descritas na Bíblia são entendidas como clamores dos justos contra a manifestação do mal, isto é, um pedido de um justo para execução de justiça.

O contexto desta passagem nos remete à Babilônia e seu terrível rei Nabucodonosor. Babilônia é tratada, em especial no Apocalipse, em contraposição a Sião. Babilônia é a representação do mal e simboliza a idolatria, a prostituição, o sistema pecaminoso e o próprio mundo. Nabucodonosor é símbolo de Satanás, o opositor de Deus, que aprisiona o homem no pecado. É neste contexto que o desejo do salmista se expressa na vontade de que a justiça seja executada. A observância dos princípios estabelecidos na Lei, descritos em Dt 27 e 28, mostram que o julgamento divino abençoava os que a observavam, e, amaldiçoava os que a desprezavam. 

A Bíblia relata que Edom teve sua origem em Esaú e que Israel foi originado em Jacó. Por causa dos confrontos em relação à primogenitura, descritos em Gn 25.31-34, constantes batalhas foram travadas pelos povos originados por Esaú e Jacó. Quando Nabucodonosor invadiu Jerusalém e o povo de Israel foi levado cativo, os edomitas se regozijaram com o sofrimento dos judeus, esquecendo-se de que o próprio Deus (Dt 23.7) havia ordenado ao seu povo que os amassem.

O antagonismo não deve ser verificado aqui como um sentimento de ódio pessoal, mas pelo zelo do nome de Deus, uma vez que a luta era travada entre Deus e o seu povo contra os seus inimigos e o próprio mal.

Abram de Graaf, na análise desta passagem, observa que “este salmo é baseado numa profecia. O autor não usa as suas próprias palavras, mas ele usa uma profecia. Esta profecia encontra-se em Isaías 13.9-20. O autor pede que Deus seja fiel. Ele deve cumprir as suas promessas. Babilônia faz parte da maldição. Esta cidade sempre se rebelou contra Deus. Esta cidade simboliza a sociedade sem Deus. A sociedade que vive sem Deus. Deus vai cumprir sua promessa, começando com a Babilônia antiga, e terminando com a Babilônia moderna, que nós encontramos no Apocalipse”.

Quando foi proferido este desejo de vingança, seu autor falou por si, e, não em nome do próprio Deus. O conceito acentuado neste texto é o desejo de que a justiça perfeita de Deus seja implementada. A vingança no Antigo Testamento é baseada na justiça de Deus.

A felicidade do salmista não está ligada a morte de crianças inocentes, mas, no triunfo do bem contra o mal.
 
Fonte: Eliel Gaby. Mensageiro da Paz - CPAD - agosto/2012
 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Quem ouve música no trabalho rende mais



Quem ouve música durante o trabalho tende a completar as tarefas com mais rapidez e a ter ideias melhores.
Em termos biológicos, sons melodiosos ajudam a encorajar a liberação de dopamina na área de recompensa do cérebro, o mesmo efeito de se comer algo gostoso, olhar para algo bonito ou sentir um aroma agradável, segundo diz o Dr. Amit Sood, médico de Medicina Integrativa da Clínica Mayo.

A mente das pessoas tende a divagar, “e nós sabemos que uma mente que divaga fica infeliz”, disse Dr. Sood. “Na maior parte do tempo, nós acabamos nos concentrando nas imperfeições da vida”. A música pode trazer-nos de volta ao momento presente.

“Ela tira você desses pen­­­­­samentos”, disse Teresa Lesiuk, professora assistente no programa de musicoterapia na Universidade de Miami.

A pesquisa da Dra. Lesiuk se concentra no modo como a música afeta o desempenho no local de trabalho. Em um estudo envolvendo especialistas em Tecnologia da Informação, ela descobriu que aqueles que ouviam música completavam suas tarefas com maior rapidez e chegavam a ideias melhores do que os que não ouviam música, porque ela melhorava seus humores.

“Quando você está estressado, pode acabar tomando suas decisões com maior pressa; você tem um foco de atenção muito pequeno”, disse ela. “Quando você está com um humor positivo, você é capaz de aceitar mais opções”.

A Dra. Lesiuk descobriu que a escolha pessoal de música era muito importante. Ela permitiu que os participantes de seu estudo selecionassem qualquer música de que gostassem e que ouvissem por quanto tempo quisessem. Os participantes com habilidades moderadas em seus trabalhos foram os que mais se beneficiaram, enquanto os especialistas tiveram pouco ou nenhum efeito. Alguns iniciantes foram da opinião que a música lhes distraía.

A Dra. Lesiuk também descobriu que, quanto mais velho o funcionário, menos tempo ele passa ouvindo música no trabalho.

POLÍTICA INTERNA

Poucas empresas têm políticas sobre ouvir música no trabalho, disse Paul Flaharty, vice-presidente regional da Robert Half Technology, uma agência de RH. Mas ainda assim é uma boa ideia verificar antes com o supervisor, mesmo que veja outros funcionários com fones de ouvido no escritório.

Ele disse que alguns supervisores podem achar que os funcionários usando fones de ouvido não estão plenamente envolvidos com o trabalho e que estão evitando interações importantes “porque estão se isolando em seu próprio mundo”.

“Se alguém não está trabalhando direito”, ele disse, “aí pode vir um dos gerentes e dizer que ele só fica ouvindo música o dia inteiro e isso está atrapalhando a produtividade”.

Para aqueles que escolhem ouvir música, o melhor é estabelecer limites, porque usar fones de ouvido o tempo inteiro pode ser visto como falta de educação por quem estiver por perto.

CONCENTRAÇÃO

O Dr. Sood, da Clínica Mayo diz que um tempo de apenas 15 minutos a meia hora de música já basta para recuperar a concentração. Músicas sem letras costumam funcionar melhor, segundo ele.

Daniel Rubin, colunista do Philadelphia Inquirer, disse ter o costume de ouvir jazz e concertos de piano durante a maior parte de sua carreira de 33 anos no jornal – mas só quando escrevia próximo do prazo. Ele começou usando um Sony Walkman, mas agora faz uso dos seus 76 dias de música disponíveis na playlist de seu iTunes.

“O colega batucando com os dedos a três mesas de distância e o outro cantarolando do meu lado fazem uma quantidade igual de barulho e é difícil de ignorar”, ele disse.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo