quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SE O SUICÍDIO É UM PECADO, POR QUE DEUS ABENÇOOU SANSÃO POR TÊ-LO COMETIDO?




JUÍZES 16:26-27

PROBLEMA: O suicídio é uma forma de assassinato e Deus disse: "Não matarás" (Êx 20:13). Há muitos casos de suicídio na Bíblia (veja os comentários de 1 Samuel 31:4) e nenhum deles recebeu aprovação do Deus. Contudo, Sansão cometeu suicídio com o aparente consentimento do Senhor.

SOLUÇÃO: Sansão não tirou a sua vida; ele sacrificou-se por seu povo, Há uma grande diferença. Jonas orou: “Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver" (Jn 4:3). Mas Jonas nunca tirou a sua vida. O suicídio é um ato "para si mesmo". O que Sansão fez foi entregar a sua vida pelos outros - pelo seu povo. O ato de Sansão foi um ato de suicídio tanto quanto o foi o ato de Cristo, quando este disse: "dou a minha vida" (Jo 10:15), porque "o bom pastor dá a vida pelas ovelhas" (Jo 10:11). Com efeito, "ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos" (Jo 15:13).

É claro que nem toda aparente morte "pelos outros" é realmente um ato de amor. Paulo deixou isso evidente no seu grande capítulo acerca do amor: "e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará" (1 Co 13:3). Até mesmo um mártir pode morrer sem que haja amor, mas numa obstinada entrega a uma causa centralizada na sua própria pessoa. Saul optou pela morte, dizendo: "para que porventura não venham estes incircuncisos, e me traspassem e escarneçam de mim" (1 Sm 31:4). Abimeleque procurou a morte, e disse a seu escudeiro: "mata-me, para que não se diga de mim: Mulher o matou" (Jz 9:54).

Em contraste, Sansão pediu permissão a Deus para morrer, e orou: "Morra eu com os filisteus" (Jz 16:30). Deus acedeu ao seu pedido, "e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida" (v. 30). Paulo também desejou "ser anátema, separado de Cristo, por amor de" seus irmãos (Rm 9:3). O soldado que se atira sobre uma granada para salvar a vida de seus companheiros não está tirando a sua vida, não está se suicidando; ele está dando a sua vida pelos outros. De igual modo, Cristo não cometeu suicídio, tendo ele vindo para "dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A MÚSICA CRISTÃ NÃO PODE ABRIR MÃO DO CONTEÚDO BÍBLICO



Quem não se lembra do Grupo Logos? Compartilho com os amigos deste blog a entrevista que o Paulo Cezar concedeu à Carlos Fernandes para Cristianismo Hoje.

O título desta entrevista é o mesmo de uma das canções mais conhecidas do grupo Logos. Mas também sintetiza parte importante da vida do pastor, cantor e compositor Paulo Cezar da Silva. Aos 60 anos de idade e com mais de trinta de carreira – ou, conforme ele mesmo define, ministério –, Paulo é dos nomes mais conhecidos da música evangélica brasileira, de cuja evolução participa desde os anos 70. Foi naquela época que, ainda aluno do seminário Palavra da Vida, em São Paulo, formou um conjunto musical, já com a presença de Nilma, com quem acabou se casando. A iniciativa entre amigos deu origem, em 1979, ao grupo Elo, que marcou uma geração de crentes. Alguns de seus álbuns, como Calmo, sereno e tranquilo e Ouvi dizer, viraram clássicos, e Paulo Cezar, com sua poesia, uma referência.

A trágica morte do talentoso instrumentista Jayro Gonçalves, o Jayrinho, acarretou o fim do Elo. Mas Paulo quis seguir adiante. “Fui buscar consolo e inspiração na Bíblia”, conta. E foi das Escrituras que surgiu a ideia para batizar o novo grupo. “O nome foi escolhido por significar a palavra viva e por ter tudo a ver com nosso ministério, onde a Bíblia tem centralidade absoluta”, diz o artista. Com o Logos, Paulo Cezar legou ao público cristão 17 álbuns e pérolas como as canções Mão no arado, Portas abertas e Autor da minha fé. Compositor da maioria das músicas do grupo, o artista defende um louvor com conteúdo – coisa que, segundo ele, já não é prioridade. “A falta de conhecimento bíblico e os interesses comerciais estão na base da superficialidade”, resume.

Apesar da já longa jornada, o Logos não está parado no tempo. Com uma formação que vem se renovando ao longo dos anos, o grupo é a base de um ministério evangelístico cuja sede fica em São José dos Campos (SP). O Logos faz pelo menos três grandes viagens por ano, levando não apenas louvor musical, mas evangelismo, edificação espiritual e encorajamento às igrejas. Em janeiro, o Logos esteve na África, em ação missionária. Nesta entrevista a CRISTIANISMO HOJE, Paulo Cezar permitiu-se falar de coração aberto sobre o que pensa acerca da indústria musical, do próprio ministério e da Igreja. E não escondeu: “Sonho com bons músicos, crentes de verdade, que rendam seus talentos ao Senhor e testemunhem com suas vidas o caráter de verdadeiros adoradores.”



CRISTIANISMO HOJE – Você é um dos nomes mais conhecidos da música cristã brasileira, tendo acompanhado de perto sua evolução nos últimos 30 anos. O que mudou para melhor e para pior ao longo desse tempo?

PAULO CEZAR – Para melhor, acho que mudou a qualidade técnica. A evolução dos músicos, dos estúdios, dos instrumentos e do som é perceptível. As chances de alguém gravar e fazer um bom trabalho, hoje, são muito maiores do que antes. O que mudou para pior, com algumas exceções, foi o conteúdo, tanto do que se produz como do objetivo com que se canta. Atualmente, a chamada música evangélica, ou “gospel”, está sendo atacada de todos os lados. O mundanismo tomou o lugar da contextualização. Além disso, vemos a repetição de muitos jargões, palavras de ordem e mensagens de prosperidade.

Por que a música evangélica de hoje carece de conteúdo?

As músicas e tais tendências nos conduzem a nomes, mas eu não quero, de modo algum, reconhecer ou classificar adoradores. Afinal, se Deus os procura, quem sou eu para achá-los? Mas creio que as letras são escritas de acordo com várias influências. O conhecimento é um desses aspectos, e é importantíssimo. Ninguém, mesmo que queira, poderá escrever sobre o que não sabe. A falta de conhecimento ressalta a superficialidade e o apelo emocional. Em outras palavras, um compositor ou pregador superficial ficará contente diante de pessoas chorando no altar ou mãos erguidas no auditório – mesmo que os ouvintes não sejam salvos ou que seu caráter não seja mudado nos dias que se seguem. Outro aspecto é a razão. Responder conscientemente ao motivo pelo que se compõe é determinante para quem o faz. E isso é que faz toda a diferença!

Mas essa contextualização é boa ou não?

Acredito que essa tal contextualização tem levado compositores, escritores e pregadores a compor, escrever e dizer o que seus “clientes” gostam, e não o que precisam. Eles não percebem que, agindo assim, perdem a inspiração divina e a própria criatividade.

Ainda existe espaço para grupos de louvor com visão missionária, como Logos e Vencedores por Cristo?

Com toda certeza, ainda existe sim. O Senhor nos tem aberto portas em muitas denominações. Fazemos três grandes viagens todo ano, cada uma com duração de dois meses e meio, nas quais visitamos as igrejas diariamente. Nosso trabalho é evangelístico – e o que queremos é anunciar o Evangelho de forma séria, através de boa música e de mensagens claras e objetivas.

Como foi a viagem à África e como você avalia a realidade espiritual de lá?

Fomos convidados a participar de uma conferência para missionários brasileiros em Dakar, no Senegal. Resolvemos aproveitar a oportunidade para visitar também Guiné Bissau. Nos dois países, estivemos em igrejas, escolas e agências missionárias. Os missionários brasileiros que atuam lá choraram ao ouvir as músicas que foram usadas por Deus no seu próprio chamado ou em momentos marcantes de seu ministério. A rea­lidade espiritual é a de um povo oprimido pela religiosidade. A tradição familiar é muito forte; ela tira a individualidade das pessoas, tornando muito difícil a absorção do Evangelho. Afinal, a Palavra de Deus apresenta uma nova tomada de posição espiritual. E uma mudança religiosa significa rompimento direto, não só com a religião predominante, mas, sobretudo, com a própria família.

O que você e o ministério Logos têm feito no sentido de dar contemporaneidade ao seu trabalho, evitando parar no tempo?

Bem, emprimeiro lugar, temos seguido o exemplo da Bíblia, nunca mudando a essência do que fomos chamados a ser e a fazer. Temos também procurado usar os instrumentos modernos em nossa música. Ao dizer isso refiro-me tanto aos instrumentos que são pessoas, quanto aos instrumentos que são coisas; porém, sempre tomando o cuidado de não permitir que um ou outro assuma o centro das atenções. Estamos conscientes de que, quando a performance ofusca o brilho do conteúdo, só resultados superficiais são colhidos.

Quais são os artistas que hoje atuam e que chamam sua atenção positivamente pela postura e pelo ministério?

Há vários adoradores no meio artístico. Eu prefiro não citar nomes para evitar injustiças, mas resumo minha resposta afirmando que os que chamam a minha atenção são aqueles que têm um compromisso verdadeiro com o Senhor e fazem de suas vidas a maior expressão daquilo que pregam.

É correto alguém dizer que a música é um ministério? Qual seria a base bÍblica para tal afirmação?

Vivemos dias em que as nomenclaturas fazem parte de um complexo esquema organizacional. Não creio que isso, em si, seja mau. E é verdade que cada crente tem que achar o seu lugar funcional na obra. Mas a incompreensão do uso de um ministério pode trazer orgulho ou desajuste na função de alguns. A Palavra de Deus nos ensina sobre dons, serviços e ministérios. Entendo que existe aí uma sequência lógica, onde o dom é a capacidade espiritual que o Senhor dá a cada um, segundo o seu propósito, como, por exemplo, a misericórdia. Já o serviço é o meio pelo qual aquele dom é manifesto, como o diaconato. E o ministério é o que é executado no final dessa sequência. Quando isso é entendido, os ministérios voltam ao seu lugar de trabalho, perdendo a característica perigosa de ostentação.

E quando esse entendimento é jogado para escanteio em nome do mercado?

Se eu não tivesse certeza de que este veículo de comunicação circula na Igreja, pularia esta pergunta. Testemunhar de coisas que não são boas não me traz alegria. Acho que as coisas ruins que eu tenho testemunhado são frutos de falsas conversões e de distorções daquilo que alguns chamam de “ministério”: A ganância por posição, popularidade, fama e dinheiro é absolutamente antagônicos ao caráter do Reino de Deus e em momento algum reflete o ministério daquele em quem nos espelhamos, Jesus. Quando sei dos valores que alguns “homens de Deus” cobram para fazer algo “em nome de Jesus,” sinto-me enojado. Não fora minha consciência de ministério, eu me sentiria ultrajado como servo. Mas isso também não me surpreende; a Bíblia está repleta de admoestações relativas a esse tipo de pessoas. Muitos se escandalizam por um político que esconde dinheiro nas meias, não é? Pois isso é muito pouco diante de “servos” que o escondem no coração.

Com a decadência da indústria fonográfica gospel, qual o panorama que se desenha para o futuro? As grandes gravadoras e grupos do segmento estão com os dias contados?

Depende. Acho que, pela ordem natural das coisas, tanto a indústria como o comércio fonográfico terão que fazer adaptações severas. Alguns conseguirão sobreviver; outros, não. O uso da tecnologia moderna é um fator básico do desenvolvimento. As indústrias correrão sempre nessa direção e farão as adaptações necessárias para driblar a crise, abrindo assim um novo cenário. Creio ainda que, diante do mercado paralelo crescente – a pirataria – e com o advento da internet, os valores e condições de pagamento dos produtos dessa indústria se ajustarão a um modo cada vez mais pessoal, fácil e ágil, que satisfaça perfeitamente ao cliente. Isso acabará resultando em maior consumo.

Você tem uma postura crítica em relação à apropriação comercial da música evangélica, particularmente por parte das grandes gravadoras do segmento?

Não sou contrário a essa apropriação da música em si, porque os direitos de um contrato são mantidos por lei. Minhas críticas são por outros motivos. Tenho certeza de que a parte comercial de uma gravadora – evangélica ou não – sempre dará prioridade ao lucro. É o lucro que a fará conquistar o mercado, e por causa disso a visão ministerial, ainda que exista, será considerada em um plano inferior. Não vejo problema em que se venda a Bíblia no bar da esquina. Ora, qualquer um pode vender o que quiser; a diferença, para mim, está só na razão pela qual se faz isso. E é aqui que eu vejo o problema mais sério, quando o conteúdo de uma música realmente cristã não é o produto desejado para ser difundido pelas gravadoras chamadas evangélicas. Vale qualquer coisa, desde que resulte em grana! Então eu pergunto: Onde está a visão do Reino nesse negócio?

O Logos teve uma passagem pela Line Records, gravadora ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. O que representou para você aquela experiência?

Quanto à Line Records, sempre tive e tenho por ela profundo respeito. Nunca o Logos foi destratado ali e não há nada pendente em relação ao contrato que fizemos, que foi de distribuição. Tanto, que a previsão do contrato era de dois anos, mas nossa relação perdurou por mais quatro anos além do que foi assinado. Aqui, preciso ressaltar que, embora pessoalmente, discorde de certas práticas e costumes da Igreja Universal – algo, aliás, nunca escondido e respeitado em nosso relacionamento –, reconheço que eles foram sérios conosco, e somos gratos por isso.

Se uma grande gravadora propusesse hoje ao Logos um contrato vantajoso, qual seria sua resposta?

Olha, se uma gravadora vir o Logos como um grupo sério e maduro, que goza de respeito e aceitação por parte de várias denominações em todo país, não haverá impedimentos para uma aproximação. Temos princípios, mas nunca estamos fechados a contratos se a visão do contratante for de fato, ministerial, independentemente da competitividade artística do momento.

Como está a situação do ministério em termos de viabilidade financeira?

Bem, somos uma missão, e realmente sem fins lucrativos. Isso significa que sempre estamos com nossas contas em dia e nunca temos recursos antes de projetos. Funciona assim: temos projetos antes de recursos. Mas não estranho isso; acho que é coisa de Jesus, mesmo... Aprendemos com ele a ver pães e peixes serem multiplicados. Então, quando saímos, fazemo-lo como trabalhadores que o representam, e não como artistas e empresários.

Como é o seu processo de composição?

Eu componho após pensar: pensar na minha própria vida, na vida das pessoas, nas necessidades; e sempre trago essas coisas diante da Palavra de Deus, que me diz o que fazer, ou como ir adiante. Evidentemente que os talentos natos vindos do Senhor afloram e a excelência de quem quer adorar não permite a futilidade. Sei que, se eu for superficial e não verdadeiro, os resultados do que estou compondo serão também assim.

É difÍcil conciliar essa busca por autenticidade com a necessidade de vender CDs?

Veja, o comércio não é pecaminoso, como também o dinheiro não é. O que faço com ele é o que me diferencia. Não componho para ganhar dinheiro, mas sei que vender os trabalhos é o modo de fazê-los chegar a quem preciso atingir. Sabemos que o trabalhador é digno de seu salário. Não é pecado ser bem remunerado. As pessoas pagam entradas para assistir jogos de futebol, peças de teatro e filmes no cinema. Nada mais justo do que remunerar o artista segundo a arrecadação que ele mesmo produz. Mas fazer missões é outra coisa!

Na sua opinião, é lícito ao músico cristão tocar profissionalmente fora da igreja? Isso não seria desvirtuar o talento dado por Deus?

Vamos por partes. Primeiro, é preciso compreender que a música é um talento, e não um dom espiritual. Como talento, ela não é santa em si mesma. Há coisas lindas compostas por artistas descrentes. Depois, é preciso pensar que a música é também uma profissão artística reconhecida em todo mundo; portanto, qualquer pessoa que tenha esse talento pode exercer essa profissão, sendo crente ou não. Há, entretanto duas grandes observações aqui. A primeira é que o músico crente, como qualquer outro profissional que conhece Jesus, tem que ter a sua vida santificada ao Senhor. Isso implica no seu testemunho comum de crente e na santificação de seu caráter de forma geral. Então, se ele cantava palavrões ou obscenidades quando não era crente, agora, com Cristo, terá de mudar essas coisas. A outra observação tem mais a ver com o chamado ministerial, e creio ser este o ponto mais importante. Se um músico, após a sua conversão, receber de Deus um chamado de dedicação total à obra e atendê-lo, então, também como qualquer outro profissional, estará à disposição do Senhor para servi-lo e por ele ser sustentado, não mais como um artista lá fora, mas como um servo no lugar onde estiver servindo.

É cada vez mais comum músicos populares no segmento secular dizerem-se convertidos ao Evangelho, logo engatando uma carreira art´stica entre os crentes. Qual o resultado disso?

Se forem verdadeiramente convertidos pelo Espírito Santo, e, como consequência disso, deixarem-se discipular como qualquer outro pecador rendido ao senhorio de Cristo, poderão ser usados pelo Senhor, a despeito do que foram ou fizeram. Se assim não for, será simplesmente uma troca de posicionamento profissional.

Por outro lado, gravadoras seculares andam de olho e até contratando nomes mais expressivos do gospel nacional. Como um músico evangélico deve se comportar diante de uma proposta como essa?

Para qualquer músico eu diria que, caso a proposta seja boa, agarre-a com todas as suas forças. Mas, se o músico em questão for um crente verdadeiro, ele deve saber aproveitar a oportunidade, mas nunca negociando seus reais valores.

Sem uma igreja ou ministério provendo sustento, e sem pagar “jabá”, o grupo Logos ainda toca em rádios?

Acho que sim. Deus é fiel, não é? Ele nos deixaria viver para pregar para paredes? Acho que não! Então, nossa música será ouvida até que ele queira, mesmo que já não estejamos mais aqui.

Autor da minha fé é uma das composições mais conhecidas de seu repertório. A letra fala sobre a segunda vinda de Cristo, tema meio esquecido ultimamente. Você acha que a música evangélica no Brasil perdeu seu papel profético?

Não posso generalizar o que acontece nos púlpitos, até porque, devido ao trabalho de viagens evangelísticas, estou mais tempo pregando do que ouvindo pregações. Mas, com certeza, reconheço que o assunto não figura entre os temas mais abordados.

Como você vê a formação musical nas igrejas e nos seminários?

Há várias igrejas que estão trabalhando isso. Conheço também algumas escolas voltadas nessa direção. No seminário onde estudei, embora não se tenha, especificamente, ensinado sobre os temas louvor e adoração, recebi as bases para ser um verdadeiro adorador. E é isso que, desde então, tenho procurando ser. Mas o que tenho constatado é que a dificuldade maior hoje não está em treinar musicalmente os alunos, capacitando-os e ensinando-lhes posturas de um ministro de louvor. O problema é quais são seus modelos. Certamente, o que esses alunos considerariam como referência seriam aqueles que estão na mídia, fazendo shows. Eles desejariam imitar seus gestos, seus jargões, seu tipo de música e até suas roupas. Assim, se tivéssemos que prepará-los de acordo com a modernidade do ministério, teríamos que ensinar-lhes matérias como presença de palco, expressão corporal, vestuário artístico e um vocabulário de palavras de ordem, além de estimulá-los a moldar suas músicas ao que está “rolando” hoje. Mas é disso que a Igreja está precisando ou é isso que a está afastando cada vez mais do genuíno papel da música evangélica?

Você já disse em várias ocasiões que é contra a cobrança de cachês por cantores evangélicos. Como o ministério Logos se sustenta financeiramente?

O Logos nunca cobrou cachê, e por princípio nunca o fará. Em todos esses anos de trabalho, sempre usamos o bom senso para termos as necessidades da missão supridas, sem colocar uma corda no pescoço de ninguém. Todos os pastores que nos conhecem, no Brasil ou fora dele, recebem o Logos com confiança. O que praticamos é uma taxa chamada de manutenção que qualquer igreja pode absorver. Ela cobre gastos com as viagens, que fazemos a bordo do nosso ônibus, com toda a equipe e equipamentos, aos lugares mais remotos do país.

O que você acha que deve acontecer com a música evangélica brasileira daqui para a frente?

Não quero responder com pensamentos previsíveis, mas com desejos de alma. Eu sonho com uma música diversificada em estilos e mensagens, que atenda as reais necessidades das igrejas. Sonho com bons músicos, crentes de verdade, que rendam seus talentos ao Senhor e testemunhem com suas vidas o caráter de verdadeiros adoradores. E, finalizando, sonho com uma Igreja que permaneça fiel diante dos modismos sufocantes da falsa contextualização.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CONHECIMENTO, DINHEIRO E PODER

"Use o conhecimento para ajudar pessoas, nunca para explorá-las; use o dinheiro para suprir necessidades das pessoas, nunca para comprá-las; use o poder para servir às pessoas, nunca para dominá-las".

Poderíamos escrever também desta maneira:
"Use o conhecimento, o dinheiro e o poder para ajudar, suprir necessidades e servir às pessoas, nunca para explorá-las, comprá-las ou dominá-las".

Procure versículos bíblicos que dão base¹ para essas frases.
Tente encontrar versículos que refutam essas frases (creio que você não vai encontrar).

Agora escreva o que mais, além de conhecimento, dinheiro e poder você poderia usar para beneficiar pessoas. Incremente a lista de atitudes relacionadas a ajudar, suprir necessidades e servir. E aliste também outras palavras relacionadas a explorar, comprar e dominar.

Pois bem, confronte isso com o que você vê acontecendo na nossa sociedade, com a maneira como as pessoas se comportam, com as práticas de vendas e de (tele)marketing das lojas, com as filosofias de crédito e de tarifas das instituições financeiras e com as possíveis motivações das políticas econômica, tributária e administrativa do governo. E por que não comparar também com a pregação das igrejas?

Qual é a sua conclusão?

A minha é: devo me esforçar para viver ajudando, suprindo necessidades e servindo às pessoas. Isso tem sido um desafio para mim. Que desafio! Não é fácil! Mas continuo na luta.
Aceite você também este desafio e faça diferença. E experimente a diferença.

"Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" Mc 10:45.

(1) Jr 9:23-24; Fp 2:4, At 20:35, 1Tm 6:17-18, Rm 12:9-21, 1Pe 5:1-4; Pv 22:16,22-23; 2Tm 3:1-9; Tg 4:1-4; Tg 4:13-17; Tg 5:1-6 e outros.

Fonte: Marcos E. Fink - Via www.ganancia.com.br

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PELO RETORNO À PALAVRA



Entrevista do Pr. Antônio Gilberto para Cristianismo Hoje

Consultor teológico e doutrinário da maior igreja evangélica do Brasil, o pastor assembleiano Antônio Gilberto ressalta a essencialidade da Bíblia. (Por Carlos Fernandes)

Enquanto aguardam a liberação de uma sala para a entrevista, Antônio Gilberto e o repórter conversam sobre a Igreja Evangélica e assuntos relativos à fé cristã no Brasil. O pastor folheia um exemplar de CRISTIANISMO HOJE. “Não há mais muito temor a Deus”, comenta, a respeito do conteúdo de uma reportagem. Ele dá uma olhada pela janela e balbucia, como se falasse consigo mesmo: “Quem de nós tem buscado ao Senhor em espírito e em verdade?”. Em dado momento, a secretária lhe traz as informações que solicitou sobre um evento. A procura não é tão grande como o esperado. “É impressionante, irmão”, diz. “Antigamente, eram comuns campanhas de oração de uma semana, cultos de consagração que duravam um dia inteiro. Agora, o pessoal não quer orar nem por cinco minutos.”

Não, Antônio Gilberto da Silva não vive do passado, embora admita que os tempos idos lhe trazem ótimas recordações. É um homem ativo e perspicaz, para quem a chegada dos 80 anos de idade parece ter trazido apenas mais experiência. Sobe com desenvoltura os três lances de escada na sede da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), no Rio. Ali, ele sente-se mesmo em casa. Respeitado por seu profundo conhecimento das Escrituras, é professor e consultor teológico e doutrinário não só da editora, mas da denominação. Integrante da Diretoria da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB), é presença certa em seminários e congressos sobre Escola Bíblica Dominical, assunto em que é especialista. “O crente deve estudar, estudar e estudar a Palavra de Deus”, afirma. “Só quem está ao lado da Bíblia pode manter-se espiritualmente de pé.”

Ao longo desta entrevista, por diversas vezes Antônio Gilberto assumiu uma postura de contrição. “Glórias a Deus, irmão, glórias a Deus”, disse, erguendo os braços e fechando os olhos, todas as vezes que foi solicitado a falar acerca de suas realizações na obra do Senhor. Elas não têm sido poucas ao longo dos últimos 65 anos, desde que se converteu, ainda adolescente. Casado, com quatro filhos e oito netos, o pastor diz que quer servir ao Senhor enquanto lhe der graça e força. “Minha oração é para permanecer fiel. A fidelidade traz felicidade.”

CRISTIANISMO HOJE – Como está a Assembleia de Deus hoje, às portas do centenário?

ANTÔNIO GILBERTO – Eu digo que ela está caminhando bem, pela graça de Deus. O início de nossa igreja e seu crescimento são provas de que esta obra não pode ser dos homens. Como o trabalho daqueles dois obreiros estrangeiros [N.da Redação: os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, oriundos dos Estados Unidos, fundaram a Assembleia de Deus no Pará, em 1911] poderia despertar espiritualmente o país se não fosse pela ação do Espírito Santo? Hoje, a Assembleia de Deus é querida e acatada, tem comunhão com as igrejas coirmãs e é uma referência em sentido geral.
Quantos membros tem a denominação?

É uma pergunta muito difícil de ser respondida, inclusive por causa de seu tamanho. Há mais de quinze anos, fizemos um levantamento amplo. Embora não tenha havido o retorno de todas as informações solicitadas, projetamos com segurança uma membresia da ordem de 11 milhões. O levantamento baseou-se apenas nos membros batizados, sem levar em conta as crianças e os frequentadores eventuais. Claro que não podemos afirmar este número com rigor científico, mas serve para dar uma noção da amplitude de nossa igreja.

Durante muito tempo, a Assembleia de Deus foi vista como uma igreja conservadora em relação a usos e costumes. Hoje, percebe-se maior liberalidade, sobretudo no contexto urbano. Houve exageros no passado?

Acontece que muitos irmãos e irmãs do passado, com pouco conhecimento do assunto à luz das Escrituras, praticaram excessos, estabelecendo regras individuais e regionais desnecessárias. Usos e costumes bons e santos devem fazer parte do testemunho cristão.

O uso da TV, por exemplo. Dizia-se que o crente não podia assistir à televisão, mas hoje os evangélicos usam-na largamente para anunciar o Evangelho.
Exato. Já se disse que a TV era anátema e pecaminosa. Aqueles irmãos do passado eram sinceros em sua fé, mas a ignorância e o exagero levam ao erro de muitas maneiras. Sabemos também que a mera observação de usos e costumes na igreja, de modo legalista, sem o lastro e a prática da doutrina bíblica, leva o cristão ao farisaísmo, ao legalismo, ao fanatismo religioso, à falsa santidade e à pretensa salvação pelas obras. Só que hoje vem ocorrendo o abandono de bons costumes que têm origem na doutrina cristã. Hoje, há pessoas que dizem que a Bíblia não trata de costumes. É que a palavra “costumes” nem sempre é traduzida pelo emprego deste termo na Bíblia. Se a doutrina bíblica for compreendida e observada com sabedoria e discernimento, ela certamente levará à prática de bons costumes. A doutrina é a garantia de perenidade de qualquer igreja.

Diversas igrejas independentes têm usado o nome “Assembleia de Deus”, mesmo sem qualquer ligação com a CGADB. A denominação cogita alguma medida contra isso?

Quem pode pronunciar-se sobre este ponto é a Direção nacional da igreja. Esses chamados “pentecostais” ou “neopentecostais” leem a Bíblia, mas não a estudam no sentido estrito deste termo. Eles só querem saber de manifestações humanas, como gritar, rolar, pular, expulsar demônio, praticar exorcismo. É um inominável erro cuidar só de manifestações e não do verdadeiro relacionamento com Deus, aquele que transforma a vida das pessoas. Primeiro, a predominância do Espírito Santo segundo as Escrituras; depois, os efeitos de sua manifestação. No início do movimento neopentecostal no Brasil, por volta dos anos 1960, várias igrejas que surgiram me convidavam para lhes ministrar sobre as doutrinas fundamentais da fé cristã. Esse interesse arrefeceu, como é fácil detectar nos seus escritos e programas de rádio e televisão. Esses grupos precisam despertar a tempo para, em primeiro lugar, dar espaço contínuo e amplo ao estudo sistemático da Palavra de Deus. A Assembleia de Deus está correndo o mesmo perigo; muito pouco estudo da Bíblia, priorizando suas doutrinas básicas.

E quais são as doutrinas básicas observadas pela Assembleia de Deus?

O assunto é muito extenso para tratar numa entrevista, mas eu poderia destacar algumas. A inspiração divina da Bíblia, que é específica, única e plenária. Quando o apóstolo João encerrou o Apocalipse e guardou a sua caneta, encerrou-se também, na providência divina, o cânon das Sagradas Escrituras. Sua inspiração é plenária no sentido de que Deus colocou na mente dos santos escritores sagrados não só a ideia ou o conceito da mensagem recebida dele, mas além disso guiou-os sobrenaturalmente na escolha das palavras. Também enfatizamos a salvação pela graça divina, quando o homem carente da salvação aproxima-se de Deus pela fé em Cristo. Ninguém tem mérito algum para ser salvo. Ser moralista, caridoso e altruísta é agradável a Deus, mas nada disso leva à salvação. Também cremos no Deus trino e triúno. Essa é uma verdade bíblica e doutrinária que transcende a mente humana, por mais capacitada que ela seja. Nem gênios como Newton e Einstein foram capazes de entender a triunidade de Deus. O que nos cabe é aceitar pela fé o que o Senhor diz na sua Palavra. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. E também várias outras doutrinas fundamentais, como a do pecado, a da santificação, a da volta de Jesus em breve…
A doutrina do pecado não tem sido muito falada…
O assunto pecado é antipático e tem sido evitado, mas é real, assim como são reais o céu e o inferno. Quem crê em Cristo, segundo as Escrituras, está salvo da condenação eterna; quem não crê, já está condenado. É esse o Evangelho que eu prego com amor; o amor com que Deus nos ama.

Como a Igreja Evangélica deve agir em face do mundo?

A Igreja de Jesus – a verdadeira Igreja, aquela que teme ao Senhor e segue a sua Palavra – não pode se coadunar com a filosofia do mundo, que cada vez mais afunda no pecado. A Igreja neotestamentária é necessariamente diferente do mundo; de modo que, no dia em que a Igreja se coadunar com o mundo, e vice-versa, será o fim. Quando o mundo diz sim, a Igreja diz não. É assim que deve ser.

Essa diferença tem se diluído?

Infelizmente, a Igreja está muito mais parecida com o mundo do que deveria. Nós devemos enxergar esse processo como sinal dos tempos – e, sem querer ser pessimista ou negativo, tudo que tem acontecido ao redor do mundo faz parte de um panorama profético. E haverá choques tremendos entre o povo de Deus e o mundo. Veja esse pacote de leis que hoje tramitam no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas. Refiro-me a temas como a chamada união civil de homossexuais, a legalização do aborto, a descriminalização do uso de drogas hoje ilegais e as restrições ao trabalho de evangelização, entre tantos outros pontos. Mais do que nunca, o crente precisa manter-se fiel. A segunda vinda de Jesus ao mundo é um acontecimento iminente. A qualquer momento, o Senhor virá. Que bom seria se o mundo despertasse para buscar ao Senhor enquanto é tempo!

O senhor prevê uma perseguição contra a Igreja no Brasil?

Mas sem dúvida nenhuma. A propósito, eu faço parte de uma comissão em nossa denominação encarregada de redigir posições bíblico-doutrinárias sobre assuntos como união de homossexuais, família, casamento e o divórcio, inclusive o de obreiros. Queremos dar orientação clara ao nosso povo. Estamos nos debruçando sobre isso já prevendo que, se este pacote de leis for aprovado, perseguições tremendas virão, como já tem acontecido aos cristãos em outras partes do globo. Somente uma Igreja neotestamentária, ortodoxa, que teme ao Senhor e respeita a Bíblia no sentido correto, estará preparada para enfrentar estes novos tempos. A profecia de Daniel, nos capítulos 2 e 7 de seu livro, sem dúvida abarca o que estamos a responder. Tudo começou com “ouro”, mas terminou com “ferro misturado ao barro”. Não haverá inversão disso, como querem os homens que pensam sem Deus. A Palavra do Senhor é fiel e infalível. Há uma degradação crescente e geral no mundo, conforme I João 4.3.

Esse panorama de degradação o deixa chocado?

Não, eu não me choco com isso. Vejo tudo como uma advertência espiritual. O Senhor advertiu a todos sobre isso em textos como o de Mateus 24. O mundo está posto no maligno. Todas as instituições seculares sofrem com a influência e ação malignas. Não estou dizendo que todas as pessoas que não conhecem o Senhor agem deliberadamente de má-fé. Mas o secularismo da sociedade as afasta de Deus. E neste contexto, a Igreja de Cristo deve proceder como dela está escrito em I Pedro 2.11, como peregrina e forasteira. Isto é, ela não pertence a este mundo. E por falar nisso, ela está perdendo sua identidade bíblica. E como recuperá-la? Voltando à Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, clamando por um avivamento genuíno, soberano, irresistível, como já aconteceu tantas vezes na Bíblia e também na história da Igreja.

Como definir avivamento?

Há quem pense que o avivamento espiritual da Igreja caracteriza-se
apenas pela manifestação de dons sobrenaturais e operação de milagres. Segundo as Escrituras, avivamento é uma renovação espiritual soberana da parte de Deus, uma sobrenatural intervenção divina entre o seu povo. E isso se caracteriza inicialmente pela fome incontida pela Palavra de Deus. Sempre que uma igreja é despertada pelo Espírito de Deus, ela busca sem cessar a renovação espiritual, a santificação e o conhecimento constante e profundo da Palavra de Deus, tanto na congregação como na vida de cada crente.

Mas então como a Igreja Evangélica tem crescido tanto no país?

Não é bem assim no presente momento. O número de genuínas decisões por Cristo vem diminuindo nas igrejas. A Igreja tem crescido em quantidade. Não sou contra a quantidade – quanto mais pessoas se tornarem crentes em Jesus, melhor. Mas, quanto aos seus, o Senhor conta primeiro com a qualidade de vida espiritual, moral, social e familiar. Lembre-se do caso de Gideão: Deus só permitiu que ele fosse acompanhado por 300 homens à guerra, ao invés dos milhares que havia. Ora, do dia para a noite você consegue encher um templo ou um estádio de gente; basta dizer o que as pessoas gostam e querem ouvir. No início da Igreja, praticamente não havia necessidade de apelo e convite para o povo vir a Cristo. O poder de Deus era tão manifesto que as pessoas, por livre iniciativa, procuravam os apóstolos com a pergunta: “Que devo fazer para ser salvo?”.

A situação está assim por culpa da liderança?

Nesta resposta, eu gostaria de substituir a palavra “liderança” por “pastores”. Liderança tem a ver com direção, mas, em termos de igreja prefiro abordar o assunto partindo dos pastores, aqueles que receberam de Deus o chamado e o ministério de apascentar. O pastor torna-se líder porque antes já era pastor; ele não é pastor simplesmente porque é líder de uma obra. Nem todo líder cristão é obreiro do Senhor só pelo fato de ser líder. O pastor que apenas é líder torna-se um profissional, e não um vocacionado da parte do Senhor. E os pastores precisam enfatizar a importância primordial da Bíblia Sagrada. Está faltando a Palavra em nossos púlpitos. Hoje, nos cultos evangélicos, 80% do tempo é gasto com assuntos e atividades que nada têm a ver com a exposição da Palavra de Deus. Veja as músicas de hoje – não têm nada de Bíblia, é só passatempo. Muitas vezes, quem compõe nem salvo por Cristo é. O resultado está aí: carência espiritual, pobreza de fé, crentes sem vida. Nossos pastores precisam despertar para semear a Bíblia. O povo está sem alimento. Se a ovelha recebe comida fraca, ou adulterada, pobre dessa ovelha!

A solução seria o incentivo à Escola Bíblica Dominical (EBD), uma instituição que atravessa uma crise em tantas igrejas?

Repito que uma igreja, um povo, uma família, quando despertados por Deus, mediante o Espírito Santo e a Palavra, procurarão com perseverança conhecer a Bíblia. A EBD deve enfatizar o estudo da Palavra de maneira metódica, atingindo desde o bebê até ao ancião, com professores treinados, de maneira sistemática. É preciso haver currículos definidos, senão o assunto fica a esmo. É claro que, mesmo se for ministrada de maneira precária, a Palavra sempre trará resultados na vida das pessoas, pois ela é viva e não volta vazia. Contudo, não atingirá o objetivo de construir uma igreja forte. No passado, a luta do inimigo era para destruir a Bíblia. Quantas bíblias foram queimadas na Idade Média, nas fogueiras da Inquisição? Hoje, como o diabo sabe que não há como fazer isso, sua luta é para corromper a mensagem da Palavra. E está conseguindo!

Em 1989, a Assembleia de Deus dividiu-se em dois grandes segmentos, a CGADB e a Convenção de Madureira (Conamad). Passados vinte anos, os dois grupos estão mais próximos ou mais distantes?

Não chamaria o que aconteceu de divisão, e sim, de cisão administrativo-eclesiástica. Acompanhei bem de perto o processo e sei que havia desde algum tempo certas discordâncias, mas não desavenças espirituais, religiosas e doutrinárias. As igrejas Assembleias de Deus professam a mesma doutrina. Eu integro a CGADB e, regularmente, sou gentil e honrosamente convidado por colegas obreiros da Conamad para participar de eventos e ministrar a Palavra de Deus. Sinto-me honrado e também grato a esses companheiros de ministério por essas solicitações. Da mesma forma, temos regularmente pastores e outros líderes de Madureira em eventos da CGADB. Eu, pessoalmente, mantenho a expectativa de desaparecimento desta cisão.

O que o senhor experimentou no passado e sente falta nos dias de hoje?

Ah! Do movimento dinâmico e sempre crescente de evangelização; da inflexível e intensa disposição e vontade de todos os crentes de ganhar pessoalmente almas para Jesus. Logo que Jesus me converteu, aos 14 anos de idade, Deus me usou para evangelizar uma família inteira, ajudado por outros irmãos. Aquelas sete pessoas se entregaram a Cristo e se tornaram crentes fiéis, perseverantes e frutíferos para a glória de Deus. Que alegria! Sinto falta também dos cultos de oraçao e de vigília daquela época. Hoje, o tempo que passamos na presença do Senhor, buscando a sua face em cultos coletivos, é tão curtinho… Outra coisa maravilhosa era a comunhão cristã fortíssima entre os irmãos. Todos na igreja eram unidos. O que acontecia a um era compartilhado por todos.

A esta altura da vida, qual a sua prioridade?

Permanecer fiel. Fiel a Deus; fiel à sua Palavra; fiel à doutrina; fiel à família; fiel aos compromissos assumidos; e fiel à minha igreja e aos colegas de ministério. A fidelidade só pode trazer felicidade. Imagine a alegria de, conforme Paulo disse em II Timóteo 2.15, podermos nos apresentar a Deus como obreiros aprovados! Mas Deus dá-nos da sua graça. “A minha graça te basta”, disse Deus ao apóstolo.

Fonte: Cristianismo Hoje

terça-feira, 5 de outubro de 2010

SERVIR É SOFRER

Se o apóstolo Paulo convivia com fadiga, frustração e medo em seu ministério, o quê nos faz pensar que podemos evitá-lo no nosso? A cruz deve ser um elemento essencial na nossa definição de realização pessoal. Medimos o sucesso de acordo com os padrões do mundo, e não para desafiá-los com a forma radicalmente diferente que a Bíblia ensina como caminho para a realização pessoal, profissional e espiritual. Esta pode ser uma razão pela qual a Igreja de hoje tem muita superficialidade.

Escrevo logo após participar de uma semana de ministração a pastores em meu país, o Sri Lanka. Eles atuam na região sul da Ilha de Ceilão, uma região marcada por sangrentas lutas separatistas e por muitas restrições ao exercício da fé cristã. Muitos deles trabalharam dez, 15 anos, antes de ver algumas conversões genuínas ao Evangelho, e a preço alto: foram agredidos, sofreram falsas acusações e ameaças de morte, tiveram templos apedrejados e filhos perseguidos na escola. Há aqueles que, infelizmente, desistem depois de alguns anos enfrentando toda sorte de dificuldades para tornar o nome de Cristo conhecido por seguidores do budismo e do hinduísmo, crenças professadas por mais de 80% dos cingaleses.

Sinto-me por vezes humilhado e envergonhado pela maneira como me queixo dos meus problemas, que são ínfimos em comparação com o daqueles irmãos. Quando faço ministrações no Ocidente, meus sentimentos são muito diferentes. Lá, sou capaz de “usar meus dons” e passo a maior parte do tempo fazendo coisas de que gosto. Tudo é mais fácil e prático! Mas, quando eu volto a ser líder em uma cultura como a do Sri Lanka, a frustração me assalta. A transição entre ser um palestrante diante de plateias cristãs em países da Europa ocidental ou dos Estados Unidos e ser um líder cristão em minha terra é difícil. Por isso mesmo, tenho pensado muito na questão do sofrimento na vida cristã. Como líder, segundo as Escrituras, eu sou servo das pessoas com que convivo. O cumprimento de minha vocação no Reino de Deus tem um caráter distinto, diferente do que significa satisfação perante a sociedade. O próprio Jesus disse: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra” (João 4.34). Então se fizermos a vontade de Deus, estaremos felizes e satisfeitos? Não, não é bem assim. Para Jesus, fazer a vontade do Pai significou enfrentar a cruz. Por que deveria ser diferente para nós?

A cruz deve ser um elemento essencial na nossa definição de realização pessoal. Tenho visto jovens cristãos que voltam ao Sri Lanka depois de estudar no Ocidente. Eles retornam altamente qualificados, mas a nossa nação pobre não pode dar-lhes o reconhecimento que suas habilidades adquiridas lá merecem. Então, eles se veem compelidos a lidar com a frustração ou abandonar de vez o país. Alguns montam suas próprias organizações, de modo a cumprir o que acreditam ser sua visão. Outros tornam-se consultores, dando treinamento e assessoria especializada a quem pode pagar por isso. E há, também, aqueles que pagam o preço de se identificar com o nosso povo e, finalmente, ter um profundo impacto sobre esta nação. Tento mostrar a eles que sua frustração poderia ser o meio para o desenvolvimento de uma mais visão profunda. Cito os exemplos de homens como Calvino e Lutero, que tiveram uma enorme variedade de ocupações e responsabilidades, de modo que só podiam usar os seus dons em meio ao cansaço. No entanto, os frutos de seu trabalho como líderes e escritores ainda abençoam a Igreja.

A teologia de Paulo no Novo Testamento enfatizou a necessidade de suportar pacientemente a frustração que vivemos em um mundo caído, aguardando o resgate da criação. Para o apóstolo, a natureza geme por causa de nós e vive essa frustração, conforme Romanos 8.18-27. Creio que não incluímos devidamente essa frustração em nossa compreensão do mundo. Medimos o sucesso de acordo com os padrões do mundo, e não para desafiá-los com a forma radicalmente diferente que a Bíblia ensina como caminho para a realização pessoal, profissional e espiritual. Uma igreja que tem uma compreensão errada dos dons dos seus membros vai certamente tornar-se doente. Esta pode ser uma razão pela qual a Igreja de hoje tem muita superficialidade.

Contemporaneamente, a ênfase na eficiência e nos resultados mensuráveis torna ainda mais difícil suportar a frustração. Nos últimos séculos, o desenvolvimento industrial e tecnológico no Ocidente fez da eficiência e da produtividade seus valores principais. Com o rápido desenvolvimento econômico, as coisas que eram consideradas luxo no passado tornaram-se não só necessidades, como também direitos, mesmo nas mentes dos cristãos. Num ambiente desses, a ideia cristã de compromisso entra em xeque. Costumamos chamar nossas igrejas e organizações cristãs de “famílias”, mas as famílias são muito ineficientes se comparadas a essas organizações eclesiásticas. Em uma família saudável, tudo para quando um de seus membros tem grandes necessidades. Em contrapartida, nós, em nossas comunidades, muitas vezes não estamos dispostos a estender esse compromisso para a vida cristã do corpo.

Compromisso com pessoas – O modelo bíblico da vida em comunidade é a ordem de Jesus para amarmos uns aos outros como ele nos amou. O princípio da liderança cristã é a do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas, jamais abandonando-as mesmo quando a situação é perigosa (João 10.11-15). Quando Deus nos chama a servi-lo, ele nos chama também para morrer em favor do povo a que servimos. Nós não descartamos as pessoas quando têm problemas e não podem fazer o seu trabalho corretamente, pois servimos justamente para ajudá-las a sair de seus problemas. Nós não dizemos às pessoas para encontrar outro local de serviço quando expressam contrariedade ou mesmo se revoltam contra nós. O certo é trabalhar com elas, até que as partes conflitantes cheguem a consenso entre concordar ou discordar. Mas, quando as pessoas saem de uma igreja porque não se encaixam no programa proposto ali, isso comunica uma mensagem fatal: a de que nosso compromisso é com o trabalho, e não com as pessoas.

O triste resultado disso é que os crentes não têm a segurança de pertencer a uma comunidade que vai ficar e lutar por eles, não importa o que acontecer. Por isso, tornam-se superficiais, nunca desenvolvendo verdadeiros vínculos e jamais crescendo rumo à maturidade. Passam a deslocar-se de grupo para grupo, na expectativa de achar seu porto seguro. Uma igreja comprometida com programas pode crescer numericamente, mas não vai nutrir suficientemente os cristãos bíblicos que entendem as implicações de pertencer ao Corpo de Cristo. Sim, lidar com pessoas é, muitas vezes, frustrante. Mas nós temos de suportar as decepções advindas desse relacionamento, porque Cristo nos chamou para que nos doemos aos outros.

Tempos atrás, preguei sobre compromisso numa de minhas viagens ao Ocidente. No espaço de poucos dias em que durou aquela jornada, fui procurado por algumas pessoas. Todas relataram casos em que conhecidos, quando não eles mesmos, haviam deixado um grupo ou uma pessoa por causa de problemas. Uma dessas pessoas tinha saído de um casamento que considerava infeliz; outra deixara a igreja à qual pertencia por não concordar mais com suas propostas; um terceiro contou que tivera de abandonar o diante de dificuldades incontornáveis com os colegas. Cada uma dessas pessoas descrevia sua saída como uma versão misericordiosa do sofrimento. No entanto, não pude deixar de me perguntar se, em cada um daqueles casos, a única coisa que aquelas pessoas deveriam ter feito, como cristãs, não teria sido para ficar e sofrer.

Muita gente se solidariza comigo e com meu ministério pelo fato de eu servir em um país assolado pela guerra e hostil ao evangelismo. Na verdade, temos sofrido muito por isso, e somos afetados diretamente pela atual situação de Sri Lanka. Há alguns meses, um de nossos funcionários foi brutalmente agredido e morto. Tenho enfrentado diversas lutas durante meu trabalho na Mocidade para Cristo cingalesa, mas posso dizer que essa entidade, ao lado de Jesus e de minha família, tem sido a maior fonte de alegria para mim. Pela graça de Deus, conto com um grande grupo de pessoas a quem recorro pedindo oração quando tenho necessidades. Uma delas, sem dúvida, é superar o cansaço. Quando escrevo sobre isso, muitos desses amigos de caminhada respondem dizendo que estão orando para que Deus possa me fortalecer e orientar na minha luta diária.

Contudo, existem diferenças na forma como os amigos do Oriente e alguns no Ocidente respondem. Tenho a sensação forte de que muitas pessoas no Ocidente pensam que lutar contra o cansaço por excesso de trabalho é prova de desobediência a Deus. Mas vamos ter de suportar o cansaço quando nós, como Paulo, formos servos do povo de Deus. O Novo Testamento é claro ao dizer que aqueles que trabalham para Cristo sofrerão por causa de seu trabalho. O Senhor nos chama em meio ao cansaço, ao estresse e à tensão. Paulo falou muitas vezes sobre as lutas físicas e mentais que o levaram a sofrer em seu ministério. A lista é longa: abalos emocionais (Gálatas 4.19); raiva (II Coríntios 11.29); noites insones e fome (II Coríntios 6.5); angústia e perplexidade (II Coríntios 4.8); fadiga (Colossenses 1.29). Em declarações que soariam radicalmente contra a cultura contemporânea, o apóstolo disse coisas como “ainda que o nosso ‘eu’ exterior se corrompa, o nosso ‘eu’ interior se renova de dia a dia” (II Coríntios 4.16). E o que dizer do texto que, no mesmo livro, fala rm ser entregue à morte por causa de Cristo? “De modo que a vida de Jesus também se manifesta em nossa carne mortal. Então, a morte é não é apenas a obra em nós, mas a vida em vós” (II Coríntios 4.11-12).

A glória da dor – Temo que muitos cristãos leiam tais textos apenas com interesse acadêmico, não pensando seriamente em como esses princípios devem ser aplicados em suas vidas. O Ocidente, depois de ter lutado contra a tirania do tempo, tem muito a ensinar ao Oriente sobre a necessidade de descanso. Ao mesmo tempo, o Oriente pode ensinar ao outro lado acerca das lutas físicas que vêm de compromisso com as pessoas. Ocorre que o sofrimento é um passo inevitável no caminho para a realização. Desde que a cruz é um aspecto fundamental do discipulado, a Igreja deve treinar líderes cristãos a esperar a dor e o sofrimento. Quando uma perspectiva assim entra nas nossas mentes, a dor, por mais forte que seja, não vai tocar nossa alegria e contentamento em Cristo. Tanto, que em nada menos que dezoito diferentes passagens do Novo Testamento, sofrimento e alegria aparecem juntos – e, na ótica paulina, o sofrimento é muitas vezes motivo de alegria, como expressou em Romanos 5.3-5.

Em um mundo onde a saúde, a aparência física, o acúmulo de bens e as facilidades da vida moderna ganham proeminência quase idólatra, Deus quer chamar cristãos para demonstrar a glória do Evangelho suportando a dor e o sofrimento. O curioso é que as pessoas que estão insatisfeitas após buscar incessantemente essas coisas, que sozinhas não satisfazem os anseios da alma, surpreendem-se ao ver gente alegre e contente, mesmo em meio a dificuldades de todo tipo. Talvez esta seja uma nova – e eficiente – forma de demonstrar a glória do Deus diante dessa cultura hedonista.

A Bíblia e a história mostram que o sofrimento é um ingrediente essencial para alcançar as pessoas não alcançadas. E o Ocidente está rapidamente se tornando uma região de não alcançados. Será que a perda de uma teologia do sofrimento pode levar a Igreja ocidental a tornar-se ineficaz na tarefa de evangelização? Sua congênere oriental, no entanto, floresce no anúncio das boas novas, mesmo em contextos de intensa perseguição à fé. É por isso que a troca de influências entre os dois lados da cristandade tem sido tão significativa, e disso posso falar por experiência própria. Cristãos, tanto no Oriente como no Ocidente precisam ter uma teologia do sofrimento se quiserem ser saudáveis e frutíferos nas mãos do Senhor.


FONTE: Revista Cristianismo Hoje
Texto de Ajith Fernando. Diretor nacional de Mocidade para Cristo em Sri Lanka e líder de uma igreja cristã em Colombo, a capital do país. Autor do livro Convite à alegria e dor, escreveu este artigo como parte da Conversa Global , evento preparatório do III Congresso Mundial de Evangelização, que acontece em outubro na Cidade do Cabo (África do Sul)

sábado, 17 de julho de 2010

AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA

Vídeo gravado para os professores da EBD em Curitiba.

domingo, 20 de junho de 2010

A DIETA DE JESUS



Livro de especialista brasileira usa a alimentação da época de Jesus como referência para os dias de hoje. E garante que a dieta de Cristo é perfeita - e muito saudável -para a vida contemporânea.

Um dos episódios bíblicos mais célebres fala do milagre que Jesus teria feito, ao multiplicar um punhado de cinco pães e dois peixes, para que uma multidão de 5 mil homens - sem contar mulheres e crianças - comesse à vontade. Tivesse ocorrido nos dias de hoje, talvez a milagrosa multiplicação fosse de Big Macs ou pizzas. Mas no tempo de Jesus os hábitos alimentares eram outros, muito mais saudáveis. Não havia agrotóxicos, frituras, refrigerantes e fast food era temperar um peixe fresco com sal e azeite e deixá-lo assar na fogueira por uns minutos. E o pão, um dos alimentos mais antigos da Humanidade e amplamente citado na Bíblia, era totalmente diferente do que compramos todos os dias na padaria.

E é exatamente sobre os pratos servidos à mesa e ingredientes utilizados na época de Cristo que trata o livro “A Dieta de Jesus”, da bioquímica Heloísa Bernardes, 65 anos, formada na Expansion Biologique, na França, especialista em medicina e alimentação ortomolecular. “Ter uma alimentação saudável, seguindo referências da época de Jesus, pode parecer complicado. Mas não é”, afirma a pesquisadora. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva que Heloisa concedeu a ISTOÉ Online.

ISTOÉ Online: Como a senhora começou as pesquisas para este livro?

HELOISA BERNARDES: Tudo começou quando eu pesquisava a história de Pompéia, a cidade italiana destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio. Durante esse trabalho, fiquei sabendo que as cinzas do Vesúvio conservaram restos milenares dos costumes alimentares da cidade, na época de Jesus. Do cardápio dos moradores, constavam ovos, azeitonas, ostras, aves, caças, legumes e verduras, como repolho, rabanete, cebola e abóbora. Além de azeite e vinho, produzidos na própria região. Havia até o preparo de presuntos e linguiças. E para acompanhar tudo isso, polenta e grãos. Há até vestígios de uma gastronomia sofisticada, com o uso de ingredientes como nozes e amêndoas no prato principal.

ISTOÉ Online: Como e em que, exatamente, a dieta de Jesus pode melhorar a vida de alguém nos dias de hoje?

HELOISA: Em todos os sentidos. Na época de Jesus, por exemplo, os alimentos eram naturais, preparados com pouco cozimento e, o mais importante, sem as enormes quantidades de sódio que temos hoje em dia. Uma dica simples e fácil de ser seguida é trocar o sal por temperos naturais, como manjericão, alho, tomilho e orégano, por exemplo. Só com essa mudança, qualquer pessoa já perceberá melhora em vários fatores, como redução de colesterol e perda de peso.
Alimentação vegetariana de Adão a Noé. Abel era pastor de ovelhas. E caim, lavrador. Se criavam ovelhas, certamente comiam a carne. Não?

ISTOÉ Online: Quais as maiores diferenças entre o pão que Jesus comia e o que compramos hoje nas padarias?

HELOISA: É totalmente diferente. O pão que Jesus e seus discípulos comiam era semelhante ao pão árabe de hoje. Era muito mais saudável e nutritivo do que o que compramos nas padarias atualmente. O pão da época de Cristo tinha cerca de 500 mg de magnésio. Hoje, os pães têm, em média, menos de 50% de magnésio, ou seja, 10% do que nos dias de Jesus. O pão que as pessoas ingeriam naquela época levava ingredientes como lentilha e grão-de-bico, e nada de fermento. Por tudo isso, era mais nutritivo do que dez pães de hoje em dia.

ISTOÉ Online: O vinho também é amplamente citado na Bíblia. Inclusive, o primeiro milagre de Jesus é justamente a transformação de água em vinho, durante um casamento. O vinho que consumimos hoje é parecido com o que Cristo tomava?

HELOISA: Nem um pouco. O vinho da época de Jesus tinha mais água e menos álcool do que atualmente. E os vinhos daquela época não eram feitos apenas com uvas. Há registros do uso de figos em vinhos, por exemplo. Por outro lado, o sabor do vinho de hoje é muito melhor. Nos dias de Cristo, o vinho ficava em barris de madeira, com resina. Certamente, a bebida pegava um pouco do gosto da resina. Além disso, é sabido atualmente que também era muito comum a adição de água do mar no preparo do vinho. Ou seja, não era a bebida mais saborosa do mundo. Hoje em dia, o recomendável é que um homem beba até duas taças de vinho por dia. Para as mulheres, o ideal é uma taça. O vinho tinto, se ingerido sem exageros, pode ajudar a emagrecer, por ter propriedades termogênicas, que auxiliam na queima de calorias.

ISTOÉ Online: No seu livro (“A Dieta de Jesus”), a senhora reforça que a gula é um dos grandes pecados do homem. Como podemos resistir às tentações da carne?

HELOISA: (risos) Essa parte é mais difícil. Exige disciplina. Uma ótima dica é comer fibras antes das refeições. As fibras dão sensação de saciedade rapidamente. Comer um pão com um pouco de azeite antes do almoço, por exemplo, certamente fará com que você coma menos na refeição principal. Comer uma barra de cereal, sem mel nem chocolate, antes do jantar também ajuda.

ISTOÉ Online: Quando falamos em “dieta de Jesus”, é bom lembrar que essa dieta também incluía exercícios físicos, certo?

HELOISA: Com certeza. Na época de Cristo, quase todo mundo praticava exercícios naturalmente, por necessidade ou profissão, como era o caso dos pescadores e agricultores. Não havia carros, ônibus, metrô. As pessoas tinham de caminhar. Hoje em dia, é tudo diferente. E nem todo mundo tem disciplina para praticar exercícios físicos, o que seria o ideal. Mas sempre há coisas simples que podemos fazer em relação a isso. Caminhar 30 minutos três ou quatro vezes por semana já ajuda bastante. Esquecer o elevador duas ou três vezes por semana também é bom. São coisas simples, mas que fazem a diferença.

ISTOÉ Online: No seu livro (“A Dieta de Jesus”), a senhora reforça que a gula é um dos grandes pecados do homem. Como podemos resistir às tentações da carne?

HELOISA: (risos) Essa parte é mais difícil. Exige disciplina. Uma ótima dica é comer fibras antes das refeições. As fibras dão sensação de saciedade rapidamente. Comer um pão com um pouco de azeite antes do almoço, por exemplo, certamente fará com que você coma menos na refeição principal. Comer uma barra de cereal, sem mel nem chocolate, antes do jantar também ajuda.

Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/34643_O+PAO+NOSSO+DE+CADA+DIA

quinta-feira, 20 de maio de 2010

ORIGEM DO DIA DOS NAMORADOS



A data está chegando! Muito pouco se sabe sobre a origem deste dia. O texto abaixo, esclarece um pouco sobre a origem desta data.

Existem diferentes versões sobre a origem do dia dos namorados.

É bem provável que a festa dos namorados tenha sua origem em um festejo romano: a Lupercália. Em Roma, lobos vagavam próximos às casas e um dos deuses do povo romano, Lupercus, era invocado para manter os lobos distantes. Por essa razão, era oferecido um festival em honra a Lupercus, no dia 15 de fevereiro. Nesse festival, era costume colocar os nomes das meninas romanas escritos em pedaços de papel, que eram colocados em frascos. Cada rapaz escolhia o seu papel e a menina escolhida deveria ser sua namorada naquele ano todo.

O dia da festa se transformou no dia dos namorados, nos EUA e na Europa, o Valentine’s Day, 14 de fevereiro, em homenagem ao Padre Valentine. Em 270 a.C., o bispo romano Valentino desafiou o imperador Claudius II que proibia que se realizasse o matrimônio e continuou a promover casamentos. Para Claudius, um novo marido significava um soldado a menos. Preso, enquanto esperava sua execução, o bispo Valentine se apaixonou pela filha cega de seu carcereiro, Asterius. E, com um milagre, recuperou sua visão. Para se despedir, Valentine escreveu uma carta de amor para ela. Foi assim que surgiu a expressão em inglês "From your Valentine". Mesmo tido como santo pelo suposto milagre, ele foi executado em 14 de fevereiro.

O feriado romântico ou o dia dos namorados judaico: desde tempos bíblicos, o 15º dia do mês hebreu de Av tem sido celebrado como o Feriado do Amor e do Afeto. Em Israel, tornou-se o feriado das flores, porque neste dia é costume dar flores de presente a quem se ama. Previamente, era permitido às pessoas só se casar com pessoas da sua própria tribo. De certo modo, era um pouco semelhante ao velho sistema de castas na Índia. O 15 de Av se tornou o Feriado de Amor, um feriado judeu reconhecido durante os dias do Segundo Templo. Em tempos bíblicos, o Feriado do Amor era celebrado com tochas e fogueiras. Hoje em dia, em Israel, é costume enviar flores a quem se ama ou para os parentes mais íntimos. A significação e a importância do feriado aumentaram em anos recentes. Canções românticas são tocadas no rádio e festas 'Feriado do Amor' são celebrados à noite, em todo o país. (Jane Bichmacher de Glasman, autora do livro "À Luz da Menorá").

No Brasil, a gênese da data é menos romântica. Alguns a atribuem a uma promoção pioneira da loja Clipper, realizada em São Paulo em 1948. Outros dizem que o Dia dos Namorados foi introduzido no Brasil, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou um slogan de apelo comercial que dizia "não é só com beijos que se prova o amor". A intenção de Dória era criar o equivalente brasileiro ao Valentine's Day - o Dia dos Namorados realizado nos Estados Unidos. É provável que o dia 12 de junho tenha sido a data escolhida porque representa uma época em que o comércio de presentes não fica tão intenso. A idéia funcionou tão bem para os comerciantes, que desde aquela época, o Brasil inteiro comemora anualmente a data. Outra versão reverencia a véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

Adaptação: Lilian Russo
Fontes: Revista Época, edição 160/2001; IBGE Teen e Revista Eletrônica Rio Total)
Disponível em http://ilove.terra.com.br/lili/palavrasesentimentos/dia_namorados_origem.asp

terça-feira, 18 de maio de 2010

OS DINOSSAUROS E OS ANIMAIS ESTRANHOS DA BÍBLIA



Muitos são os questionamentos quando tratamos desse assunto à luz da Palavra de Deus, porque devido as falsas teorias muitas pessoas têm se sentido inseguras e receosas em associar o estudo dos dinossauros com a Bíblia, porém o fato de realizar-se tal estudo não implica de forma alguma em colocar a teoria evolucionista em acordo com a Bíblia.

Devemos ter em mente que os dinossauros, são ou foram animais que, em geral, diferem das outras espécies principalmente pela sua estatura elevada, lembrando ainda que existem alguns dinossauros pequenos, do tamanho aproximado de um coelho.
Devemos olhar para a Palavra de Deus com o coração quebrantado e então veremos o Deus Criador de todas as coisas revelar-se com poder e majestade. Começaremos, então, a ver a eterna soberania que possui o Deus que servimos.
Na biologia os dinossauros são classificados com répteis, sendo assim Gn 1: 24 – 25 declara:

“Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez.
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
Contudo, muitas pessoas têm afirmado que a Bíblia não fala sobre dinossauros, pois tal palavra não encontra-se nas Sagradas Escrituras.

Essa questão é respondida quando estudamos a origem do termo dinossauro que só veio a ser inventado em 1841, pelo médico inglês Gideon Mantell, que encontrou ossos e dentes de um grande animal, que ele achou semelhante aos de uma iguana, denominando-o de Iguanodon (“dente de Iguana”). Posteriormente, dois enormes fósseis foram encontrados na Inglaterra, o de um Megalosaurus e o de um Hylaeosaurus. Apenas em 1841 receberam um nome para seu grupo.

Atualmente são catalogados cerca de 2000 espécies diferentes, divididas em 650 gêneros, e são descobertos em média 12 novas espécies por ano.
Apesar do termo “dinossauro’ só ser inventado em 1841, esse animal sempre existiu independente do nome que viesse a receber: monstro, dragão, criatura, dinossauro etc.
A versão inglesa da Bíblia – Rei James (Tiago) – KJV (King James Version) escrita em 1611 já falava a respeito dos grandes animais, que posteriormente viemos a chamar de dinossauros.

Partindo da certeza que os dinossauros fazem parte da criação de Deus, devemos deduzir que a Palavra de Deus – Bíblia – também deve relatar algo a respeito.

Os principais textos bíblicos que citam tais animais são:

- Jó 40 – 41
- Sl 74:13 – 17; 104:26
- Is 27:1
- Jó 40: 15 – 24

Devemos observar que Deus, ao falar com Jó, estava demonstrando seu infinito poder e majestade e para isso utilizou um exemplo que era bem familiar a Jó, para que ele pudesse ter um ponto de referência para compreender o que Deus estava falando.
v.15 – hipopótamo

A palavra aqui utilizada, no original (hebraico), é Behemoth e não hipopótamo.

Ao observarmos as características físicas desse animal concluiremos que se trata de outro ser que não o hipopótamo.

v.16 – 17

A descrição bíblica indica que o animal possuía uma cauda grande e potente, pois é comparada com o cedro – árvore alta forte e resistente. Se um hipopótamo, ou mesmo um elefante, possuísse uma cauda como é descrito no v.17 seriam bem diferentes do que conhecemos hoje.

v.20, 23

A declaração é que tal animal se alimentava em lugares altos, diferente do hipopótamo e do elefante.

Juntamente com o v.23 concluímos que se trata de um animal muito grande e pesado, pois não se alarma com enchentes, mesmo de um rio como o Jordão, com um considerável volume de águas.

Ao observarmos a descrição de tal animal, feita por Deus, destacamos ainda a afirmação feita pelo Senhor que assim como Ele criou a Jó (homem) também criou tal animal – Jó 40:15: “que eu criei contigo” e Jó 40:19: “Ele é obra-prima dos feitos de Deus”.

Algumas versões traduzem tal animal como hipopótamo, porém o hipopótamo não é encontrado na região geográfica que descreve esse acontecimento bíblico.

Segundo alguns pesquisadores esse animal é identificado, hoje, com o Braquiossauro, porém não temos certeza se é realmente tal animal ou outra espécie.

- Jó 41

Estaremos observando os principais versículos contidos nesse capítulo, onde iremos observar que o animal aqui descrito não se trata de um crocodilo ou jacaré.

v.1

A palavra utilizada no original (hebraico) não é crocodilo, mas sim Leviathan.
Faz-se menção acerca de travar a língua do crocodilo com uma corda, porém o crocodilo, assim como o jacaré, não possui uma língua solta, mas presa à parte inferior de sua boca.

Deus continua sua explanação com Jó descrevendo de forma detalhada as características físicas de tal animal.

v.18,19,20,21,31,32

Nesses versículos encontramos a afirmação de que o Leviathan, aos olhos humanos, cuspia fogo. Seria isso possível?

O fato é que essa informação tem feito com que muitas pessoas passassem a afirmar que o texto utiliza uma linguagem figurada, pois não existe animal que ‘cuspa fogo’.

Muitas pessoas, como já falamos, por falta de informação fazem afirmações que terminam por comprometer a veracidade e infalibilidade da Bíblia.

Alguns contestam o fato alegando ser impossível um animal realizar tal ação, contudo esquecem-se que outros animais produzem energia como o peixe elétrico e outros luz como algumas espécies de animais marinhos e o ‘vaga-lume’.

Em casos como esses, alguns cientistas se colocam como omissos, conhecendo a verdade todavia escondendo-a da população, pois tais informações irão desmoronar suas teorias e comprovar os relatos bíblicos.

Sabemos da existência de um besouro conhecido por alguns como besouro bombardeiro ou escaravelho – bombardier beetle.

Esse animal possui em seu interior um sistema de ‘bolsas’ que é capaz de armazenar substâncias inflamáveis como a hidroquinona e peróxido de hidrogênio que ao entrar em contato com o ambiente inflama.

Esse besouro utiliza esse recurso para defesa e ao observarmos temos a impressão que o animal está expelindo fogo de seu corpo.

Esse recurso é bem eficiente na defesa do besouro, já que o produto inflamável está a uma temperatura de 212°F (100°C) e é protegido pelo uso de um inibidor natural, não prejudicando o seu portador.

Essa informação não seria tão interessante se não fosse pelo fato de três animais pré-históricos (dinossauros) terem sido encontrados com características semelhantes às do bombardier beetle. Tais animais são o Kronossauro e o Hadrossauro e o Plesiossauro.

Ao estudar-se a estrutura craniana do Hadrossauro, constatou-se que o seu crânio possuía órgãos, bexigas e câmaras bem semelhantes às do besouro, permitindo que o Hadrossauro (Hadrossaur parasaurolophus) não só criasse, mas armazenasse e lançasse produtos químicos inflamáveis para proteger-se, ou atacar, sem queimar-se ou machucar-se.

Esse animal pode perfeitamente ser o dragão citado nas histórias de várias civilizações, e que ao longo dos anos passaram a exagerar nos relatos, ingressando-o na categoria de contos mitológicos.

O que sabemos de real é que tal animal existiu, foi relatado na Bíblia e também fez parte da Criação de Deus.

Se um animal pequeno pode produzir produtos químicos inflamáveis a uma temperatura de 100°C e não queimar-se, nada impede que um animal de grande porte com características imensamente semelhantes também o fizesse.

v.22

É destacado que a força desse animal reside no pescoço, porém a força de um crocodilo reside na cauda e na mandíbula, não no pescoço.

Mais uma vez percebemos que tal animal não é um crocodilo ou jacaré.

v.26-29

As características físicas do animal demonstram que ele possui uma resistência física bem superior a qualquer crocodilo, mesmo os pré-históricos já encontrados.

v.30

Sabemos que o ventre dos crocodilos são lisos e não possuem escamas pontiagudas como observamos no relato bíblico.

O Leviathan possuía escamas pontiagudas no ventre.

v.33,34

Ao observarmos a descrição do tamanho do animal percebemos que o mesmo é de grande porte, pois “olha com desprezo tudo o que é alto”. Ao contrário dos crocodilos que, dependendo da espécie, podem chegar a 5 metros ou mais de ‘comprimento’ e não de altura, tais animais eram muito altos.

Em geral, os crocodilos são baixos e não altos como descreve o texto bíblico.

- Sl 74:13-17

O animal aqui citado trata-se do Leviathan, que possui as mesmas características do animal em Jó 40.

- Sl 104:26

Ao observarmos o contexto do capítulo 104 iremos observar que o salmista referia-se a coisas reais, como animais grandes e pequenos e o monstro marinho – Leviathan.

Fonte: Texto de Robson Tavares Fernandes. Membro da Igreja Batista da Graça (Campina Grande – PB) e bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). Diretor e professor do CBA (Curso Básico de Apologética), e pesquisador da VINACC (Visão Nacional para a Consciência Cristã) e palestrante.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

É DURO SER EDUCADO



Um texto fantásticò e verdadeiro do Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço.
COMO É DURO SER EDUCADO!!!!

Estamos vivendo um momento muito... no mínimo interessante. É um momento de conflito entre ser educado e ser feito bobo.

Tenho sido convidado para pregar em diversos lugares há alguns anos. Minha esperança era de que as coisas melhorassem, que o desenvolvimento cultural das pessoas trouxesse mais bom senso, trouxesse mais sensibilidade. Infelizmente, depois de esperar alguns anos, estou quase convencido que isto não acontecerá, está piorando.

Faço parte daqueles pastores que têm aversão ao mercantilismo da palavra. Rejeito mesmo pregadores que enviam contrato de prestação de serviços para serem assinados quando convidados, me enojo com aqueles que cobram horrores para pregar, me escandalizo com aqueles que possuem tabelas de valores. Critico aqueles que perguntam se existe hotel classe superior na cidade onde vão pregar, não aceito aqueles que exigem uma multidão de coisas. Tenho alergia a cantores que enviam discos a serem vendidos, que usam os púlpitos para ficarem vendendo seus trabalhos, etc... Sou um pastor às antigas, reconheço isto. É duro ser educado quando vejo estas coisas.

Estes dias fiquei assustado e frustrado quando descobri que um conferencista fez escândalo após pregar em uma igreja e verificar que uma oferta de R$1.000,00 além de suas despesas era lhe uma humilhação. Aquele pastor sentiu-se humilhado porque lhe “pagaram” apenas R$1.000,00 pela mensagem.

Outro dia destes, fiquei sabendo de outro conferencista que para pregar na região metropolitana de uma grande cidade “cobrou” R$1.500,00 por dia, sendo que ele mora naquela grande cidade. Escandalizei-me de novo.

Vejam bem, não me escandaliza nem o valor, mas a coragem de cobrar, de vender, de mercadejar, e por outro lado de pagar, incentivar o mercantilismo, incentivar pseudo ministérios.

Só para mais uma vez ilustrar, certa feita acompanhei o caso de um pregador, que foi convidado para palestrar em uma cidade, acertado o preço, fixou-se que um político pagaria o valor fixado. No dia marcado o pregador não veio, porque outro político, concorrente do primeiro, pagou valor maior para ele não vir. Que maravilha não?

As histórias deste gênero com cantores e pregadores, ditos “cantores” “conferencistas” internacionais se repetem e envergonham mais a cada dia. Homens e mulheres que se escondem atrás de um pseudo ministério para exercerem sua preguiça, exercerem a atividade de mercenários, alguns são na verdade homens e mulheres sem profissão, frustrados profissionalmente, que encontraram neste pseudo ministério um mero ganha pão (Se fosse só ganha pão estaria bom, mas querem que seja ganha mansão, ganha carrão, etc...). Gostam de portar cartões de visitas onde se intitulam: “conferencista”, “cantor gospel”, isto sem contar as demais auto adjetivações como “santo homem de Deus”, “a maior revelação dos últimos tempos”, uma “benção de Deus para as nações”, e por aí vai.

Por outro lado, há homens e mulheres verdadeiramente chamados por Deus, alguns que tiveram que abrir mão de suas atividades profissionais para atenderem ao chamado de Deus, são verdadeiros pregadores e pregadoras, cantores e cantoras, verdadeiramente adoradores, dignos de todo nosso respeito e estima. Mas estes, via de regra não estão no rol daqueles que escandalizam e mercadejam com seus dons. É gente séria.

Há, porém, um sem número de mercadores da palavra, verdadeiros mercenários, sem escrúpulos, sem valores ético-morais, sem sensibilidade. Homens e mulheres aos quais o Senhor Jesus cobrará com certeza. Homens que estarão no rol daqueles que dirão, em teu nome ... fizemos tanta coisa. E o Senhor lhes dirá apartai-vos de mim, pois não vos conheço. Já receberam seu galardão, já receberam suas recompensas.

Como é duro ser educado com este tipo de gente. Como é difícil ter que tolerar este tipinho sem graça. Como é complicado aceitar este tipo de gente gritando em nossos púlpitos.

Mas as coisas não ficam por aí, existe outro lado que precisa ser retratado. Há também aqueles obreiros, (Digo obreiros porque nem sempre são os pastores das igrejas, aliás, quase sempre não são. São coordenadores de mocidade, circulo de oração, auxiliares, etc... Os pastores das igrejas mandam estes elementos conversarem com o pregador ou cantor convidado confiando em seu bom senso.) que gostam de convidar e esquecem-se da máxima de que a quem convida incumbe o banquete. Ninguém se interessa em vir por banquete, a máxima está errada, o convidado aguarda pelo menos ser respeitado.

Já vi caso onde o convidante pergunta na frente de todo mundo quanto foi a despesa do convidado. Faz questão de entregar aquela ninharia ao convidado (às vezes um monte de moedas recebidas na hora da oferta) em frente a todo mundo para que vejam o quanto ele é econômico. Mesquinho é a palavra mais correta.

Interessantíssimo quando o convidado é levado a conhecer todas as maravilhas que o administrador está operando no campo, as construções magníficas (às vezes nem são magníficas), os templos suntuosos, e na hora do pagamento das despesas do convidado vem a clássica pergunta: Quanto saiu a despesa? Pior ainda: Quantos quilômetros teu carro faz com um litro de combustível? Ou ainda: Devemos alguma coisa? Como é duro ser educado nesta hora.

E depois das mais diversas humilhações já consignadas nas perguntas mais ignóbeis vem a choradeira: o amado viu que nós estamos “em fase de construção”, os gastos são muito altos e não temos como “abençoá-lo” mais. Primeiro que construção na igreja não é “fase”, é eterna, ou até a vinda de Jesus para aqueles que serão arrebatados. Segundo que depois de chorar tanto o que vai ser entregue não é benção nenhuma, é mais uma antagonismo à benção para não falar uma maldição.

É insuportável ouvir coisas como: Quanto o irmão quer?; Está bom para o irmão?; Dá para as despesas?; Queria dar mais, mas não podemos; Estamos em fase difícil; E se o convidado for sincero, o convidante está preparado para não murmurar? Se o convidado responder: Quero R$5.000,000; Não está bom não; Não dá para as despesas não; Você nunca quis dar mais coisa nenhuma; Se está em fase difícil porque me convidou? Como é duro ser educado nestas horas.

Estes tempos, conheço alguém (para usar a expressão paulina: Conheço alguém, que se no corpo ou fora dele não sei...), que foi convidado a estar em uma igreja e o dirigente falou com todas as letras: O irmão vai ter a honra de pregar em minha paróquia (o pregador congrega e prega toda semana em uma igreja onde pregam os maiores pregadores do país, alguns mesmo são de lá.). Na hora de acertar as despesas deu R$600,00 e disse: Queria dar mais, mas o meu coordenador de mocidade só tinha isto para o irmão. Mas dá para as despesas né? O convidado havia trocado o óleo do carro para viajar, gastou R$180,00, mais lanche na estrada R$40,00, mais pedágios R$80,00, mais abastecimento para a ida R$150,00, mais abastecimento para volta R$150,00, pregou sábado manhã, tarde e noite, domingo do mesmo jeito. Sujou por transpiração em 04 ternos, mais R$100,00 para lavar. E aí vêm outras coisas: deixou a esposa com a filha, deixou sua igreja, prejudicou seu trabalho pastoral, ficou hospedado na casa de um irmão sem privacidade alguma, perdeu a sexta feira viajando, perdeu a segunda voltando para casa, a casa do convidado é muito mais confortável que o lugar onde foi posto, e o tal dirigente continua perguntando: Está bom para o irmão? É duro ser educado nesta hora.

Conheço um pregador que foi convidado a pregar em uma cidade próxima da sua cerca de 40 km. O pregador tem um carro grande. Pregou bastante, transpirou bastante e as bênçãos de Deus também foram grandes. Na hora da despedida, o convidante lhe entregou R$48,00, sendo R$13,00 em moedas, e o restante em notas de R$2,00, e perguntou se estava bom para o pregador. O pregador tinha colocado R$50,00 de combustível no carro para viajar. Está certo que não havia gastado tudo isto de combustível, mas também se não tivesse que sair de casa não teria que por aquele valor no tanque. Em segundo lugar, o terno suado e desgastado não tem o direito de ir para uma lavanderia que cobrará R$20,00 ou R$30,00 para lavá-lo.

Veja-se que dos exemplos utilizados, jamais se falou em qualquer valor referente à mensagem, jejum, oração, consagração, horas de meditação, preparação de data show, etc. etc. e mais etc... Isto são coisas que não se cobram. Isto é ofício sacerdotal. Cobram por isto somente os mercenários.

Não se trata de cobrar, não se trata de mercadejar, se trata de respeito, se trata de educação, se trata de bom senso, de sensibilidade. Sensibilidade que se vê no próprio Deus quando doa seu próprio filho pelo mundo. Sensibilidade que se vê no filho que se preocupa até se as pessoas estão alegres (transforma água em vinho para isto), se as pessoas estão alimentadas (multiplica pães e peixes), se as pessoas estão acomodadas (manda-as sentar). Sensibilidade que se vê no Espírito Santo que doa todos os seus dons para auxiliar o homem e a igreja no cumprimento de seu ministério terreno.

Talvez alguém ao ler este texto vá murmurar, vá pecar, vá falar bobagem. É só não ler. Dá vontade de dizer: porque você leu? Porque você se meteu em assunto que não lhe diz respeito Que você tem a ver com isto? Meta-se com sua vida. Mas não falarei desta forma, fui educado. Sou educado. Mas: Como é duro ser educado!!!!!!!!!!!!!

Agora se você tem alguma coisa relevante para dizer diga sob forma de comentário. Se não tem nada relevante a dizer, vá trabalhar que já está na hora. O melhor é eu me cuidar. É duro ser educado!!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A AGONIA DA CRUCIFICAÇÃO



O sofrimento de Cristo mostra uma série de crueldades antes da crucificação.

Primeiro, Jesus foi submetido a um açoitamento, apenas um dos vários castigos que o enfraqueceriam mortalmente. Preso a uma coluna, Jesus teria sido golpeado nas costas com o flagrum, um chicote com várias tiras de couro e com bolinhas de metal ou lascas de ossos nas pontas. Essas pontas penetravam e esfolavam a pele, causando grande hemorragia e atingindo até músculos e ossos.

Citada na Bíblia, uma coroa de espinhos colocada em Jesus - provocação dos soldados romanos ao "Rei dos Judeus" - aumentaria a hemorragia. Para ficar mais firme, ela poderia ter sido fixada a paulada, penetrando veias, artérias e nervos espalhados pela cabeça.

Os historiadores que estudam a morte de Jesus acreditam que, ao carregar a cruz, ele tenha levado "só" o patibulum - a parte horizontal, com peso de até 27 kg. O mais provável é que ele tenha arrastado a peça. Se estivesse amarrado a ela, cairia de cara no chão num tombo.

De acordo com as crucificações da época, o mais comum seria Jesus ter sido pregado no patibulum por três soldados. Um ficava sentado sobre o peito do condenado para imobilizá-lo; outro segurava as pernas e o terceiro era responsável por pregar as mãos. Alguns historiadores defendem que Jesus foi pregado pelos pulsos, ao contrário do que indica a Bíblia. Mas o médico-legista americano Frederick Zugibe fez testes provando que daria para sustentar o peso do corpo com pregos fixados na palma das mãos.

A cruz dos romanos era um T, sem "ponta" no alto cruzando a parte horizontal. A base dela já ficava enterrada no chão. O encaixe do patibulum era feito com dois soldados erguendo suas pontas, enquanto o terceiro segurava o corpo da pessoa crucificada.

A maneira como foram pregados os pés de Jesus também é polêmica. Zugibe defende que eles foram presos lado a lado, com os pregos cravados entre os ossos metatarsais e as solas encostadas na cruz. Isso teria sido muito mais prático para os soldados romanos. Em várias pinturas, Jesus tem os pés pregados sobre um apoio de madeira. Mas tais quadros só surgiram no século 9.

Não há registros históricos do uso desse apoio. Jesus também morreu rápido demais para ter uma cruz com assento - que prolongava o sofrimento da vítima. Existem várias teorias sobre do coração perfurado a derradeira causa da morte. Segundo Zugibe, que pesquisa o assunto há mais de 30 anos, Jesus teria sofrido uma parada cardiorrespiratória, em função de choques causados por hemorragia, dores agonizantes e desidratação. A Bíblia diz que um soldado enfiou uma lança no peito de Jesus para confirmar sua morte. Do corte teria escorrido água e sangue. A água pode ter saído da pleura, membrana em volta do pulmão, que teria acumulado fluidos durante o açoitamento. O sangue viria do coração perfurado.

A imagem clássica da cruz - com ela não na forma de um T - teria surgido por causa de uma placa pregada no alto da estaca horizontal. Nela estava escrito, em hebraico, grego e latim, "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus" - ou INRI, na abreviação em latim.

Fonte: Texto de Tiago Jokura, publicado em http://mundoestranho.abril.com.br

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A ORIGEM DOS 7 PECADOS CAPITAIS



Os sete pecados capitais são quase tão antigos quanto o cristianismo. Mas eles só foram formalizados no século 6, quando o papa Gregório Magno, tomando por base as Epístolas de São Paulo, definiu como sendo sete os principais vícios de conduta: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja.

Mas a lista só se tornou "oficial" na Igreja Católica no século 13, com a Suma Teológica, documento publicado pelo teólogo são Tomás de Aquino. No documento, ele explica o que os tais sete pecados têm que os outros não têm. O termo "capital" deriva do latim caput, que significa cabeça, líder ou chefe, o que quer dizer que as sete infrações são as "líderes" de todas as outras.

E, do ponto de vista teológico, o pecado mais grave é a soberba, afinal é nesta categoria que se enquadra o pecado original: Adão e Eva aceitaram o fruto proibido da árvore do conhecimento, querendo igualar-se a Deus.

A Igreja até tentou oferecer soluções para os pecados capitais, criando uma lista de sete virtudes fundamentais - humildade, disciplina, caridade, castidade, paciência, generosidade e temperança -, mas os pecados acabaram ficando mais famosos.

Outras religiões, como o judaísmo e o protestantismo, também têm o conceito de pecado em suas doutrinas, mas os sete pecados capitais são exclusivos do catolicismo.

Fonte: Texto de Marina Motomura, publicado na Revista Mundo Estranho. Editora Abril.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ONDE ESTARIA JESUS DOS 13 AOS 29 ANOS



A Bíblia não diz por onde andou o filho de Maria dos 13 aos 29 anos de idade. Lendas e histórias cultivadas na oralidade e transcritas para livros antigos acreditam ter a resposta. Com o título "O outro Jesus", Michelle Veronese, em matéria publicada na Revista Super Interessante comenta:

Um homem sábio anda pelo mundo curando doentes e fazendo milagres enquanto prega uma mensagem de paz e amor ao próximo. Parece familiar? Bom, você não é o único que se lembrou de Jesus. Mas essa também é a história de Yus Asaf, curandeiro misterioso que visitou a Caxemira no século 1. E também a lenda de Issa, andarilho que estudou anos com sábios na Índia e no Tibete em busca da iluminação. Ou de Apolônio e de um certo budista. Todos são personagens que viveram no Oriente Médio na época de Cristo e têm biografias repletas de feitos espetaculares e mensagens de sabedoria. São tantas semelhanças que há quem acredite tratar-se todos da mesma pessoa. O que responderia um dos grandes mistérios do cristianismo, a chamada vida secreta de Jesus.

Sim, há algo oculto na biografia do Messias. Ninguém sabe onde ele esteve e o que fez dos 13 aos 29 anos. O Novo Testamento só menciona seu nascimento e uma aparição aos 12 anos, quando ele discute teologia com sábios do Templo de Jerusalém. “Depois disso, há um salto no tempo, e Cristo reaparece já com 30 anos sendo batizado por João, antes de começar sua pregação”, conta o teólogo Joel Antônio Ferreira, professor da Universidade Católica de Goiás.

A ausência de dados não surpreende os estudiosos da Bíblia. “Os evangelhos não têm uma preocupação histórica, pois foram escritos para anunciar uma mensagem religiosa”, justifica o teólogo Pedro Lima Vasconcelos, da PUC de São Paulo. Essa lacuna, no entanto, deu margem a várias especulações, como a de que Jesus passou 17 anos peregrinando pelo mundo. No roteiro, teria visitado a Índia, o Tibete, a China, a Pérsia (atual Irã) e países vizinhos. Alguns defendem que ele chegou até mesmo ao Japão e à Inglaterra. Em cada lugar, o Messias teria convivido com reis, sábios e homens santos de antigas tradições, sempre em busca dos fundamentos e lições de outras religiões e povos.

O pesquisador russo Nicholas Notovich, autor do livro A Vida Desconhecida de Jesus, foi um dos principais defensores dessa teoria. No século 19, ele apresentou manuscritos antigos que narravam a vida de Issa, homem santo que, “ao completar 14 anos, deixou a casa dos pais, em Jerusalém, e partiu com um grupo de mercadores”.

Notovich dizia ter encontrado os documentos num mosteiro tibetano e defendia que aquele homem era Jesus. Na opinião dos estudiosos da Bíblia, esse tipo de associação não faz sentido e deve ser encarada com muita cautela. “As religiões da Índia diferem muito das que surgiram no Oriente Médio. Logo, não tem fundamento relacionar Jesus a essas lendas”, diz Vasconcelos. De fato, não existem provas concretas da vida de Jesus, muito menos de todas essas histórias. Mas também não existem provas em contrário.

Conheça alguns dos homens cuja identidade se confunde com a de Jesus

Yus Asaf, o curandeiro

No século 1, o andarilho Yus Asaf (“líder dos curados”, em persa), percorreu o Oriente Médio, realizando milagres e curas semelhantes aos de Jesus. Segundo essa versão, ele não teria morrido na cruz: aos 33 anos, teria seguido para o norte da Índia, onde viveria até os 120 anos. Seu suposto túmulo, em Srinagar, atrai peregrinos até hoje.

Origem: Caxemira.

Fontes: Tahrik-i-Kashmir (“História da Caxemira”) e a escritura hindu Bhavishya Mahapurana.

Quem acredita: seguidores da seita ahmadi, uma corrente do islã, e alguns adeptos do hinduísmo.

Apolônio, Da Capadócia

Lendas e livros antigos contam que Apolônio foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem e partiu jovem para conhecer o mundo. Controlava as leis da natureza, curava doentes e conseguia até evitar guerras. Apesar das coincidências, seu nome era Apolônio, da Capadócia (atual Turquia). Morreu em Éfeso, aos 100 anos. Só faltou ser na cruz.

Origem: Capadócia (atual Turquia).

Fontes: A Vida de Apolônio, livro do século 3.

Quem acreditava: pagãos do Império Romano.

Um botisatva budista

Uma lenda indiana diz que, para salvar Jesus da perseguição do rei Herodes, seus pais foram para o Egito. No caminho, ele teria convivido com budistas em Alexandria. O contato de Jesus com o budismo também está em A Vida de São Issa. Escrito no século 2, o texto fala de um profeta de Jerusalém que estudou num mosteiro do Nepal. Até hoje, budistas consideram Jesus um botisatva, “homem iluminado”, em sânscrito.

Origem: Egito, Índia e Tibete.

Fontes: A Vida de São Issa.

Quem acredita: alguns budistas.

Issa, o profeta

O Alcorão conta que o filho de Maria nasceu num dia de sol, na sombra de uma tamareira. Nesse livro, Jesus é conhecido como Issa, profeta da linhagem iniciada por Abraão e concluída por Maomé. Nessa versão, o suposto Jesus também não morre na cruz. “Não sendo, na realidade, certo que o mataram nem o crucificaram, mas o confundiram com outro”, diz o versículo 157, da 4ª surata.

Origem: Oriente Médio.

Fonte: Alcorão.

Quem acredita: muçulmanos.

Fonte: Revista Super Interessante - Edição 254a - julho/2008