sexta-feira, 23 de março de 2012

O diácono é um porteiro? (Por Jean Douglas Gonçalves)



Certa vez, um homem procurou o pastor. Era um recém-convertido. Feliz e conquistado pelo amor e graça de Deus, desejava sinceramente realizar algum trabalho na congregação. Conhecia pouco da Bíblia, dos dons e serviços no corpo de Cristo e da estrutura da igreja local. Enquanto o pastor procurava orientá-lo, sem que este perdesse o entusiasmo em trabalhar pela causa, o homem sugeriu:

- Pastor, eu quero mesmo é trabalhar. Qualquer coisa serve. Pode ser como porteiro mesmo, daqueles que todo o domingo entrega o jornalzinho e cumprimentam os irmãos quando chegam para o culto.

O porteiro que o homem encontrava todos os domingos era, na verdade, um diácono (e o jornalzinho, um modesto boletim informativo). A diaconia não é um serviço qualquer. Nem é um serviço menos honroso que o presbiterato. Não é ser um porteiro (sem demérito algum ao porteiro) que, sorridentemente, recebe as pessoas que adentram ao templo e lhe entregam um boletim. A diaconia não é um serviço dominical.

Se o diácono não é um porteiro, quem é ele?

É um cristão. É um nascido de novo. Alguém que se converteu a Cristo. É um crente. Alguém que vive de acordo com as Escrituras e se submete à sua autoridade como Palavra de Deus. Que testemunha com a vida e, se necessário, com palavras a fé em Cristo. Comprometido com a causa, sustenta-a moral e financeiramente. Participante, não sazonal, da vida de sua igreja, é submisso às suas autoridades. É um servo de Deus em serviço às pessoas. É um vocacionado (1Pd 4.10-11). Se o diácono não é um porteiro, quem é ele? Segundo Atos 6.3, são pessoas “de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria...”.

Se o diácono não é um porteiro, o que ele faz?

Com alegria, zela para que o templo e suas dependências tenham ordem para o culto e cuida para que reverentemente tenhamos momentos de verdadeira adoração. Preocupa-se com o culto, pois sabe que aquele momento glorifica a Deus e edifica a igreja. Serve como um guardião das portas da adoração!

Com misericórdia, visita enfermos e abandonados. Não se recusa a tocar o doente, nem a abraçar o maltrapilho. É o consolo na dor da enfermidade e a companhia na tristeza da solidão. Serve como um anjo de Deus nas horas da angústia!

Com amor, assiste aos órfãos, viúvas, idosos e necessitados. Dá atenção a quem dela precisa. Não se esquece daqueles que são lembrados por Deus. Esforça-se para ser o sustento daquele que perdeu o apoio. Serve como um pastor que carrega ovelhas nos ombros!

Com visão missionária, estabelece programas sociais. Funda escolas, hospitais, creches, lares que acolham idosos e crianças em situação de abandono, casas de recuperação para dependentes químicos ou, simplesmente, com a mesma dedicação e carinho, prepara uma cesta básica para a família faminta. Serve como um ativista social do Reino de Deus!

Com humildade, desempenha outras funções que lhe são atribuídas pelo Conselho. O diácono não tem crise de identidade nem de auto-estima. Não se sente menor quando o Conselho lhe sugere outras atribuições eventuais, que auxiliem o bom andamento da causa de Cristo. Serve “não como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus...” (Ef 6.6)!

O primeiro mártir da fé cristã foi um diácono. Estevão era um “homem cheio de fé e do Espírito Santo (...) cheio de graça e poder” (At 6. 5, 8). Saulo, quando Estevão foi apedrejado, “consentia na sua morte” (At 8.1). Talvez, foi pensando em Estevão, que Paulo instruiu a Timóteo quanto às qualificações dos diáconos e disse: “Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus” (1Tm 3.13).

Fonte: http://www.pendaoreal.com.br/html/noti_boas.php?cod=52

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