segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O ABACAXI



Álvaro trabalhava em uma empresa. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já com seus 20 anos de casa.

Um belo dia, ele vai ao dono da empresa para fazer uma reclamação:

- Patrão tenho trabalhado durante estes 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. “O Luiz, que está conosco há somente seis meses, está ganhando mais do que eu.”

O patrão, fingindo não ouvi-lo disse:

- Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá fazê-lo. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca. Vá ate lá e verifique se eles têm abacaxi.

Álvaro, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir a missão.
Em cinco minutos estava de volta.

- E ai, Álvaro - perguntou o patrão.
- Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi.
- E quanto custa?
- Isso eu não perguntei não.
- Eles têm quantidade suficiente para atender a todos os funcionários? - Quis saber o patrão.
- Também não perguntei isso não.
- Há alguma outra fruta que posso substituir o abacaxi?
- Não sei não…
- Muito bem Álvaro. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. – O patrão pegou o telefone e mandou chamar o Luiz. Deu a ele a mesma orientação que dera ao Álvaro. Em oito minutos, o Luiz voltou.
- E então? - Indagou o patrão.
- Eles têm abacaxi sim. Em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal e se o senhor preferir, tem também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi estão vendendo a R$ 1,50, cada; a banana e o mamão a R$ 1,00, o quilo; o melão R$ 1,20, a unidade e a laranja a R$ 20,00, o cento, já descascada. Mas como eu disse que a compra seria em grande quantidade, eles me concederam um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo, explicou o Luiz.

Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou-o. Voltou-se para o Álvaro, que permaneceu sentado ao seu lado e perguntou-lhe:

- Álvaro, o que foi que você estava mesmo me dizendo?
- Nada sério não patrão. Esqueça. Com sua licença.
E o Álvaro deixou a sala.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

QUAL O SIGNIFICADO DA PREGAÇÃO DE CRISTO AOS ESPÍRITOS EM 1Pe 3.19


Jesus pregou aos espíritos em prisão?

“No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão...” (I Pe. 3:19)

Qual é o sentido de IPe. 3.19, que se refere à pregação de Cristo aos espíritos em prisão no Hades? Pregou Cristo a eles, dando-lhes a oportunidade de salvar-se, após terem morrido? Se examinarmos essa sentença cuidadosamente, em seu escopo total, descobriremos que a passagem não ensina tal coisa — pois contrariaria Hb. 9:27 - “... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”.

Na versão NASB, IPe. 3:18-20 foi traduzido assim: Porque Cristo morreu pelos pecados, de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus, tendo sido sentenciado à morte na carne, mas vivificado no espírito; no qual ele foi também e fez proclamação aos espíritos agora na prisão, que outrora foram desobedientes, quando a paciência de Deus esperou nos dias de Noé, durante a construção da arca, pela qual uns poucos, isto é, oito pessoas, se salvaram das águas. Observamos, pela tradução acima, que o verbo que se traduz por pregou em King James Version não equivale ao grego euangelizomai (“pregar ou levar boas-novas”), que certamente significaria que depois de sua crucificação Cristo realmente levou uma mensagem de salvação às almas perdidas no Hades; antes, o verbo é ekëryxen, derivado de kërysso (“proclamar uma mensagem”, da parte de um rei ou potentado). O que o v. 19 diz na verdade é que Cristo fez uma proclamação às almas que estavam aprisionadas no Sheol ou Hades.

Há duas possibilidades para o conteúdo dessa proclamação: 1º) a proclamação feita pelo Cristo crucificado no Hades a todas as almas dos mortos pode ter sido essa: o preço do pecado havia sido pago, e todos os que haviam morrido na fé deveriam aprontar-se para subir ao céu, o que ocorreria logo, no domingo da ressurreição. 2º) a proclamação poderia dizer respeito àquela urgente advertência que Noé havia feito à sua própria geração, no sentido que se refugiassem na arca, antes que o grande dilúvio destruísse toda a raça humana.

Dessas duas opções, a primeira diz respeito a uma ocorrência real (cf. Ef. 4:8); essa proclamação teria sido feita a todos os habitantes do Hades, em geral, ou então só aos redimidos, em particular. Mas a segunda, significa que Cristo, mediante o Espírito Santo solenemente advertiu os contemporâneos de Noé, por meio do próprio Noé (conforme descrição em IIPe. 2:5) como pregador ou arauto da justiça.

Portanto, parece-nos muito evidente que a passagem discutida nos assegura que até mesmo naqueles tempos antigos, nos dias de Noé, quando o Senhor estava em estado de pré-encarnação, o Verbo estava interessado na salvação dos pecadores. Assim é que o ato pelo qual a família de Noé se salvou mediante a arca foi um evento profético, apontando para a provisão graciosa de Deus pela expiação substitutiva numa cruz de madeira — à semelhança do instrumento de livramento, a arca, que salvou Noé do julgamento divino sobre a humanidade culpada. Em ambos os casos apenas os que pela fé se refugiam no meio de salvação proposto por Deus podem livrar-se da destruição.

Esse relacionamento entre tipo/antítipo é equacionado com clareza em IPe. 3:21 - “a qual, figurando [ARA traduz assim antitypon] o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação [epërótëma] de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo”. Em outras palavras, o arrependimento do pecado e a confiança só em Cristo, para a salvação com base em sua expiação e ressurreição, são os elementos que suprem o livramento do pecador culpado e tornam possível que esse obtenha “uma boa consciência”, com base na convicção de que todos os seus pecados foram pagos completamente pelo sangue de Jesus.

Diante das conjecturas podemos pressupor que: 1º) Jesus desceu ao Hades e proclamou a sua vitória ou 2º) Podemos concluir também que a proclamação a que se refere o v. 19 ocorreu, não quando Cristo desceu ao Hades, após sua morte no Calvário, mas em Espírito, o qual falou pela boca de Noé, durante aqueles anos em que a arca era construída (v. 20). Portanto, uma coisa é certa, o v. 19 nenhuma esperança oferece de uma “segunda oportunidade” para aqueles que rejeitaram Cristo durante sua vida aqui na Terra.

Fonte: www.cacp.org.br

sábado, 8 de agosto de 2009

A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO VAZIO



Já se foi o tempo em que a sociedade pautava seus valores e pensamentos acerca da vida buscando a moral, ética e a riqueza de conteúdo para seu crescimento. A sociedade encontra-se em crise. Não é difícil identificarmos o esvaziamento da convicção, o pragmatismo exagerado e a limitação do pensamento. Podemos afirmar que vivemos em uma sociedade fútil e manipulada pelo mundo do entretenimento e do espetáculo vazio.

Parece que estamos proibidos de pensar, de raciocinar. Os meios de comunicação exibem programações cada vez mais inúteis, com conteúdos rasteiros e insignificantes. No Brasil, a TV é a principal fonte de informação, em detrimento ao rádio, ao jornal impresso e aos livros – estes quase que ignorados por grande parte da população.

Em matéria intitulada “Brasileiro assiste mais de 3h de TV por dia” o Jornal Brasileiro de Ciências da Comunicação, publicação mensal da Cátedra Unesco/Metodista de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, edição de novembro de 2005, informa que este é um dos maiores índices do mundo. Alemães são os que menos ficam em frente à televisão. Afirma também que o excesso de tv pode trazer conseqüências como a erotização precoce e a banalização da violência.

Segundo pesquisa da Eurodata TV Worldwide divulgada, recentemente, pela Folha de S. Paulo, as crianças brasileiras são as que mais ficam em frente da telinha. Em média, são três horas e 31 minutos por dia. Os alemães são os que menos ficam em frente da TV, cerca de 30 minutos por dia. Na Alemanha, 90% da população tem televisores em casa.

O excesso de tv na adolescência, por exemplo, pode aumentar o risco de depressão na fase adulta, concluiu um estudo publicado na edição de fevereiro da revista Archives of General Psychiatry. Pesquisadores usaram dados de uma análise com mais de quatro mil jovens que não estavam deprimidos no começo do estudo. Depois de sete anos de acompanhamento, mais de 7% apresentaram sintomas de depressão.

Concluiu-se que, enquanto 6% dos que assistiram a menos de três horas de TV por dia eram depressivos, mais de 17% dos que assistiram por mais de nove horas ao dia tinham sintomas de depressão. Não houve nenhuma associação da doença com jogos de computador, videocassetes ou rádio. "Não sabemos se foi especificamente a exposição à TV que estava associada à depressão, um tipo especial de programação ou outro fator contextual, como assistir sozinho ou com outras pessoas", alerta, cauteloso, Brian Primack, autor do estudo, da Universidade de Pittsburgh. Informações de Nicholas Bakalar [The New York Times, 10/2/09].

A falta de interesse pela leitura, pela reflexão crítica e pela busca de informações nos diversos meios de comunicação é bastante preocupante.

As telenovelas, consideradas orgulho da produção cultural no Brasil, apresentam-se carregadas de conteúdo imoral e cheias de futilidade, fazendo que milhares de pessoas desperdicem seu tempo. O enredo é sempre o mesmo, com repetições de temas e reflexões esporádicas. O que me chama atenção, é o incentivo à “não família”, apresentando-a sempre de forma ultrapassada e desnecessária. O adultério é ingrediente indispensável nas produções. O poder é tão arrebatador, que mesmo aqueles que possuem uma família bem estruturada sempre defendem que a “bela moça” abandone seu esposo para “ser feliz” com outro.

Em recente estudo do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, verificou-se uma ligação entre as populares novelas e um aumento no número de divórcios no Brasil nas últimas décadas www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2009/01/090130noveladivorciobrasil_np.shtml)
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Para Nivaldo Ximenes, em artigo intitulado “Telenovelas – resta alguma esperança?”, não é de hoje que organismos internacionais acompanham a história de nosso país e alertam "aos que se preocupam" com este tema, afirmando que nossa política, valores familiares, relacionamentos e costumes são influenciados e modificados pelas telenovelas brasileiras. A quem interessa? Com certeza a homens ímpios descompromissados com os valores da palavra de Deus.

Os programas de auditório literalmente “enrolam”os seus telespectadores, que param diante da tv durante horas para se envolver com um conteúdo pobre, superficial e, em muitos casos, perigoso para nossa saúde espiritual.

É crescente o número de mulheres, vestidas de forma sensual, que se apresentam nestes programas, com o objetivo de manter os índices de audiência elevados sem nenhuma preocupação de apresentar algo útil e relevante. A aparência vale mais que o conteúdo.

Até os programas humorísticos foram embalados pela onda da futilidade e falta de valores. Com conteúdo cada vez mais indecente, tem sido difícil para uma família, poder sentar todos juntos na sala para participarem de um momento de entretenimento. Quase que na totalidade, os programas humorísticos brasileiros apresentam um lixo no sentido cultural e uma mensagem imoral.

A cultura está em crise! As letras das músicas perderam a criatividade poética e a mensagem sadia. Não importa o que diz a letra, se a plástica for boa, vale tudo!

O que dizer então de programas como Big Brother? Expõem de forma clara a superficialidade das pessoas, que confinadas num espaço físico, não conseguem apresentar absolutamente nada de relevante. O conteúdo deste e de outros reality shows são de exibição de corpos, diálogos fúteis e pensamentos medíocres.

A internet, em contrapartida aos seus benefícios, empolga seus usuários, não pelo que tem de útil, mas pela futilidade que apresenta. Bisbilhotar a vida de alguém no site de relacionamento Orkut ou ficar horas conversando com alguém no MSN tem maior validade do que pesquisar um conteúdo sadio.

A futilidade comanda os movimentos. A. W. Tozer, conhecido escritor evangélico, afirmou que o homem tornou-se um parasita, incapaz de viver um só dia sem o sentimento que a sociedade lhe forneça algo. O que vemos são pessoas que não produzem, não refletem, afinal os meios de comunicação é que tem esta obrigação segundo os mesmos.

A mente humana, parece que à semelhança de uma lata de lixo, está com a tampa aberta, sem nenhum tipo de filtro, aceitando tudo o que é despejado. Nem mesmo os cristãos de hoje estão preocupados em buscar sabedoria de Deus para suas vidas.

Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus, diz Provérbios 2.1-5.

Como orienta Paulo, em sua carta aos filipenses, no capítulo 4 e versículo 8, devemos ocupar a nossa mente com virtudes: Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

Eliel Gaby