sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A origem do Dia das Crianças


O Dia das Crianças foi criado no Brasil antes de ser comemorado no restante do mundo. A idéia foi de um político brasileiro (deputado federal Galdino do Valle Filho), em 1920, e oficializada em 5 de novembro de 1924 pelo então presidente Arthur Bernardes. Somente entre 1955 e 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela, em parceria com a Johnson & Johnson, lançou a Semana do Bebê Robusto (intenção comercial de aumentar a venda de brinquedos nessa semana) é que ela passou a ser comemorada em 12 de outubro (aqui no Brasil).

Em 20 de novembro de 1959, a UNICEF oficializou a Declaração Universal dos Direitos da Criança e, a partir de então, essa data (20 de novembro) passou a ser comemorada na maioria dos países do mundo.

De acordo com a história e seu significado, alguns países têm outras datas para essa celebração: no Japão, por exemplo, os meninos comemoram no dia 5 de maio (como na China) e as meninas no dia 3 de março, ambos com exposições de bonecos (para os meninos eles lembram samurais). Em Moçambique, essa celebração ocorre no dia 1º de junho para marcar o dia em que as forças nazistas, em 1943, assassinaram cruelmente muitas crianças pequenas. Na Nova Zelândia, aproveitando esse dia para passar mais tempo com a família e sem fins comerciais, essa lembrança ocorre no primeiro domingo de março.

Origem de alguns brinquedos

Já que estamos falando sobre origens, você sabia que alguns dos brinquedos que usamos ou presenteamos hoje foram criados há séculos e até há milênios?

As bonecas, que foram criadas como estatuetas de barro na África e na Ásia, se transformaram em brinquedos há cerca de 5.000 anos no Egito. As casas para essas bonecas parecem ter tido sua primeira aparição na Alemanha, perto de 1.558 como um presente do Duque de Albrecht para sua filha mais velha. Conta-se que essa casa teria quatro andares e teria levado dois anos para ser construída com quarto de vestir, banheiro e outros ambientes. Até 1930, a maioria das crianças no Brasil brincava com bonecas de pano feitas por costureiras e carrinhos de madeira feitos em pequenas oficinas por artesãos.

As bolinhas de pedra, argila, madeira ou osso de carneiro foram as precursoras das bolinhas de gude. As mais antigas eram de pedras semi-preciosas encontradas em um túmulo de uma criança egípcia há 5.000 anos. Mas foi só no século XV que elas se transformaram em bolinhas de vidro (Veneza e Boêmia) e no século XVII de porcelana e louça. Foi através do Império Romano e suas conquistas que houve a disseminação de seu uso como brinquedo pelo mundo. No Brasil, elas são conhecidas por vários nomes (buraca, búrica, firo, bolita).

Já a bicicleta tem sua origem em 1790, conhecida como celerífero (celer=rápido e fero=transporte) por um conde francês (Sivrac), feita de madeira, sem pedais ou correntes, empurrada com os pés no chão. Os carrinhos de brinquedo apareceram ao mesmo tempo que os carrões originais, nos primeiros anos do século XX e o autorama em 1956, na Inglaterra, enquanto o primeiro trem elétrico em miniatura foi feito em 1835 por um ferreiro em Nova York. No Brasil, a Metallurgica Matarazzo foi a primeira fábrica a fazer jipes, carrinhos e aviões de lata. A fábrica Estrela foi a primeira a produzir brinquedos em variedade e quantidade significativa, a partir de 1937, porque com a Segunda Guerra Mundial as importações foram dificultadas e a indústria nacional se desenvolveu em vários setores, inclusive na produção de brinquedos.

Assim também a caixinha de música (1170, Suíça), o bilboquê ou emboca-bola (século XVI, França), o pião (strombo na Grécia ou turba na Roma antiga), entre outros fizeram parte da história até chegarmos aos brinquedos de hoje.

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/a-origem-do-dia-das-criancas/. Acesso em 12.10.2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O que o estado laico não é


Antes de qualquer outra coisa, é preciso dizer que o Estado laico não é confessional. O Estado confessional é aquele que privilegia uma certa religião ou um grupo de religiões, transferindo para ela(s) recursos financeiros públicos, direta ou indiretamente, sancionando legalmente suas diretrizes morais e introduzindo nos currículos escolares das escolas públicas sua(s) doutrina(s). O Estado confessional pode ter uma religião exclusiva, proibindo as demais, ou privilegiar uma(s) e tolerar outras. O Estado brasileiro era confessional durante o Império, assim como são confessionais Estados contemporâneos, como a Grã-Bretanha, o Irã, Israel e a Dinamarca, que têm, religiões privilegiadas, respectivamente o Cristianismo de Confissão Anglicana, o Islamismo, o Judaísmo e o Cristianismo de Confissão Luterana.

Algumas pessoas pensam que basta a separação jurídica entre o Estado e as sociedades religiosas (separação Igreja–Estado) para que a laicidade exista. Não é assim. Há países que não têm religião oficial e nem por isso são laicos. Por outro lado, existem antigas monarquias, com religião oficial, que são mais laicas do que certos Estados latino-americanos. Por exemplo, a Grã-Bretanha e a Dinamarca são mais laicas do que o Brasil e a Argentina, que se separaram formalmente da Igreja Católica há mais de um século.

O Estado laico tampouco é um Estado concordatário. Concordata é um termo próprio do universo simbólico da Igreja Católica, a única organização religiosa que tem um Estado para representá-la, o Vaticano. Concordatas são, então, tratados firmados entre os governos de dois Estados, o Vaticano e um outro. Se a concordata com a Itália não foi a primeira, constitui a matriz das que a Igreja Católica estabelece com diferentes governos, com esse nome ou outro. O governo fascista italiano firmou com o Vaticano uma concordata (Tratado de Latrão), pelo qual o primeiro reconheceu certas propriedades eclesiásticas, introduziu o catecismo católico no currículo das escolas públicas e símbolos religiosos católicos nas escolas e outros estabelecimentos públicos, além de outros privilégios econômicos e políticos. O Vaticano, por sua vez, reconheceu o Estado italiano (que se constituiu a partir da unificação estatal, em 1870, que incorporou os Estados pontifícios). Mesmo depois da queda do fascismo, o Estado italiano vem renovando a concordata com o Vaticano.

O Estado laico também não é ateu. O Estado ateu é aquele que proclama que toda e qualquer religião é alienada e alienante, em termos sociais e individuais. Para combater a alienação, o Estado ateu combate, então, toda e qualquer religião. Se não consegue proibi-la, completamente, dificulta ao máximo suas práticas, inibe sua difusão e desenvolve contínua e sistemática propaganda anti-religiosa. A União Soviética e os Estado socialistas constituídos no leste europeu, assim como a República Popular da China estabeleceram regimes ateus, com base na concepção de que toda e qualquer religião seria fonte de alienação do povo. Houve diferentes graus na efetivação da política ateísta, mais radical na Alemanha Oriental do que na Polônia, por exemplo, onde todo o aparato formativo da Igreja Católica manteve-se em operação, acabando por se tornar um dos principais elementos de dissolução do “socialismo real”.

Fonte: http://www.nepp-dh.ufrj.br/ole/conceituacao4.html. Acesso em 08.10.2012