terça-feira, 24 de maio de 2011

Temor e Tremor - O que isso significa?



O profeta Moisés alertou o povo dizendo: Não temais ( Ex 20:20 ), porém, em Levítico ele reitera para que tivessem temor do Senhor: "Não te assenhorearás dele com rigor, mas do teu Deus terás temor" ( Lv 25:43 ).

Outro ponto intrigante é a recomendação do apóstolo Paulo: "De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor" ( Fl 2:12 ).

Para alguns, este é um caso de contradição. Outros tentam explicar a passagem como sendo uma contradição aparente, ou simplesmente nomeiam de paradoxo. Mas, o que a bíblia tem a dizer? Seria somente um problema de semântica e etimologia?

O Amor lança fora o medo

Uma coisa é certa no alerta que Moisés fez ao povo de Israel: Deus não se relaciona com as suas criaturas através do medo “Não temais” ( Ex 20:20 ). A relação que Deus sempre procurou estabelecer com as suas criaturas pauta-se pela confiança.

Por que as criaturas de Deus devem confiar? Porque Deus é fiel e justo, atributos basilar para se estabelecer uma relação de confiança ( 1Jo 1:9 ).

Além de fiel, justo e imutável, Deus se relaciona com criaturas livres, pois onde o Espírito do Senhor está, aí há liberdade ( 2Co 3:17 ).

Nenhuma das criaturas de Deus deve temê-Lo, pois Deus ama indistintamente as suas criaturas, e o amor lança fora o medo "No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor" ( 1Jo 4:18 ).

Ora, Deus é amor, e em Deus não há medo, receio, temor, antes o perfeito amor lança fora o temor. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele ( 1Jo 4:16 ). Quem está em Deus é porque confia n’Ele ( 1Jo 4:16 ).

Qualquer que tem medo teme somente a pena, pois o medo não procede de Deus. O que procede de Deus é a confiança, pois ele é fiel, verdadeiro, justo, santo, imutável, amor, luz, etc. Deus não pode ser tentado com o mal, e a ninguém tenta ( Tg 1:13 ), portanto, o medo não procede de Deus.

Qualquer que tem medo é porque não é ‘perfeito’ em Deus, ou seja, não ‘conhece’ a Deus, não crê em Deus e não está em Deus, pois se confiasse entenderia que, tal Cristo é, são os que crêem aqui neste mundo ( 1Jo 4:15 -18).

Mesmo que o Senhor venha para provar, o homem deve confiar n’Ele, pois assim o Senhor recomenda por intermédio do seu profeta: “Não temais, Deus veio para vos provar...” ( Ex 20:20 ). Aquele que se relaciona através do amor, da justiça, da fidelidade, da imutabilidade jamais despertará nas suas criaturas o medo, antes trará confiança e descanso.

O Temor do Senhor

Mas, se o homem não deve ter medo de Deus, que ‘temor’ é necessário ter de Deus? ( Lv 25:43 ) O que é operar a salvação com temor e tremor?

Parte da resposta encontra-se na palavra anunciada por Moisés: o homem não pode ter medo de Deus, mesmo quando Ele vem prová-lo, porque é essencial que o ‘temor’ de Deus esteja perante o homem, para que ele não venha a pecar contra Deus.

Como? O homem não pode ter medo, mas tem que ter o alardeado ‘temor’ reverente? Isto não seria outro nome para o medo, ou para a falta de confiança?

Para uma interpretação correta, devemos iniciar a análise com o motivo apontado como essencial para se ‘temer’ ao Senhor: “... afim de que não pequeis" ( Ex 20:20 ).

Há outro homem de Deus que disse algo semelhante: "Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti" ( Sl 119:11 ). Quando se compara a meditação de Davi com o alerta de Moisés, chega-se à seguinte conclusão: o ‘temor’ de Deus é a Palavra de Deus!

"Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti" ( Sl 119:11 );
“... e para que o seu temor esteja diante de vós, afim de que não pequeis" ( Ex 20:20 ).
O que era válido para Davi é válido para todos os homens: para não pecar, somente a ação da palavra de Deus no coração do homem!

Em vários textos bíblicos a palavra ‘temor’ foi utilizada para fazer referência à palavra de Deus. Ao observar o contexto bíblico onde Moisés alertou o povo de Israel para não ter medo de Deus é possível perceber que o profeta se referiu à palavra de Deus como sendo o ‘temor’ do Senhor.

Deus queria que o povo ouvisse quando Ele falasse com Moisés para que pudessem crer n’Ele ( Ex 19:9 ), mas ao ver que o monte Sinai fumegava e tremia grandemente, o povo teve medo de Deus e não quiseram ouvir a sua voz ( Ex 20:19 ). Foi quando Moisés alertou-os: “Não temais, Deus veio para vos provar...” ( Ex 20:20 ).

O que Deus se propôs fazer que o povo de Israel não podia temer? Pelo texto fica claro que Deus somente queria lhes falar, e a palavra do Senhor tinha o fito de que cressem n’Ele, ou seja, para que não pecassem contra o Senhor ( Ex 19:9 ; Ex 20:20 ).

A bíblia define que o ‘temor’ do Senhor é o princípio da sabedoria "O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria..." ( Pv 1:7 e Pv 9:10 ).

O salmista Davi fez a mesma declaração: "O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento tem todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre" ( Sl 111:10 ).

Como é de conhecimento comum, a poesia hebraica trabalha com paralelismo, ou rima de idéias em lugar de rimas de sons. A maioria dos paralelismos é dística, ou seja, expressam pensamentos sinônimos em cada linha. Outros são antíteses de idéias, pois a segunda linha da poesia expressa a negativa da linha precedente. Há também os paralelismos dísticos construtivos ou sintéticos, pois fortalecem um pensamento.

Há vários tipos de paralelismos, mas este não é o foco deste artigo. Se tomarmos o Salmo 111, verso 10, é possível verificar que se trata de um tipo de paralelismo dístico. A idéia que a frase: ‘O temor do Senhor é o princípio da sabedoria’, procura transmitir é a mesma idéia proposta na frase: ‘Bom entendimento tem todos os que cumprem os seus mandamentos’, ou na frase: ‘O seu louvor permanece para sempre’.

Crer na palavra é a obra sobre excelente de Deus ( Jo 6:29 ). É da sua palavra que procede o verdadeiro louvor que dura para sempre "Então creram nas suas palavras, e cantaram os seus louvores" ( Sl 106:12 ); "Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo" ( Ef 1:12 ). Todos que crêem (esperam em Cristo), são novas criaturas criadas para louvor da glória de Deus.

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria porque Cristo é a sabedoria de Deus, o verbo de Deus, a palavra encarnada "Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" ( 1Co 1:30 ).

Cristo é a fonte de água que jorra para a vida eterna, e quem n’Ele crê, ainda que esteja morto, obtém vida. Quando lemos que o temor do Senhor é fonte de vida e que livra o homem das amarras da morte, isto significa que Cristo livra o homem do pecado "O temor do SENHOR é fonte de vida, para desviar dos laços da morte" ( Pv 14:27 ).

Somente Cristo tem poder de perdoar pecado, pois Ele é a misericórdia e a verdade de Deus demonstrada aos homens. Somente o Verbo encarnado desvia os homens do pecado "Pela misericórdia e verdade a iniqüidade é perdoada, e pelo temor do SENHOR os homens se desviam do pecado" ( Pv 16:6 ).

Novamente o salmista utiliza o paralelismo dístico neste verso: "Confirma a tua palavra ao teu servo, que é dedicado ao teu temor" ( Sl 119:38 ),

para estabelecer a relação ‘palavra’ e ‘temor’. O salmista aguardava que Deus confirmasse a sua promessa, pois era dedicado à sua palavra. A relação temor, palavra e juízo estão intimamente ligados "O temor do SENHOR é limpo, e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente" ( Sl 19:9 ).

Quando Salomão disse: "No temor do SENHOR há firme confiança e ele será um refúgio para seus filhos" ( Pv 14:26 ), ele também fez uso da palavra ‘temor’ para demonstrar a imutabilidade da palavra de Deus. O homem deve confiar na palavra do Senhor, pois ela é firme, imutável. É na palavra do Senhor que os que crêem se refugiam ( Hb 6:18 compare com Pv 14:26 ).

Quando lemos: "Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR" ( Sl 34:11 ), vemos o salmista fazendo um convite solene para que o ouvissem, pois seria ensinado a palavra do Senhor. Do mesmo modo, o salmista queria que o Senhor lhe ensinasse, pois o caminho do Senhor é a verdade da palavra de Deus. Cristo é o caminho, e todos que crêem andam n’Ele "Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome" ( Sl 86:11 ; Jo 14:6 ).

Jesus é o caminho, a verdade e a vida, ou seja, Ele é o temor do Senhor. Quando o salmista ora pedindo: “Une o meu coração ao temor do teu nome” ( Sl 86:11 ), Ele ora para que Deus lhe conceda ser um com a palavra da verdade ( Sl 119:11 ; Pv 4:4 ).

O profeta Isaias ao falar do Messias prometido anunciou: "E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR" ( Is 11:2 ). O Espírito do Senhor, que também é Espírito de sabedoria e entendimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de conhecimento e de temor, repousou sobre o Messias. Deste modo fica demonstrado que, o temor do Senhor é o mesmo que a palavra do Senhor.

Porém, há aqueles que querem se aproximar de Deus com um ‘temor’ expúrio, como era o caso do povo de Israel "Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído" ( Is 29:13 ).

Treme terra

Se o temor do Senhor é o mesmo que a Sua palavra, o que é tremor? "Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra" ( Sl 96:9 ); "Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor" ( Sl 2:11 ).

O que o apóstolo Paulo quis dizer com: ‘... operai a vossa salvação com temor e tremor’? ( Fl 2:12 ) De onde o apóstolo Paulo tirou esta linguagem? Provavelmente das Escrituras, como se lê: “Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro” ( Is 8:13 ).

Como se santificar ao Senhor dos Exércitos? Sendo Ele o temor e o assombro, ou melhor, temor e tremor!

Como é possível ao homem operar a salvação? Com temor e tremor, ou seja, o homem opera a salvação obedecendo (tremor) a palavra do Senhor (temor).

O homem serve ao Senhor através da sua palavra (temor), e em obedecê-lo (tremor) há bem-aventurança (alegria) "Ouvi a palavra do SENHOR, os que tremeis da sua palavra. Vossos irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam por amor do meu nome, dizem: Seja glorificado o SENHOR, para que vejamos a vossa alegria; mas eles serão confundidos" ( Is 66:5 ; Sl 2:11 ).

Novamente as palavras ‘temor’ e ‘tremor’ são utilizadas para descrever respectivamente a ‘palavra do Senhor’ e ‘obediência’ “Minha aliança com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para que temesse; então temeu-me, e assombrou-se por causa do meu nome” ( Ml 2:5 ).

Conclusão

Após este pequeno estudo é possível deixar claro que a palavra de Deus não possui contradição alguma. Que em temor e tremor não há paradoxo algum.

Temor e tremor não coadunam com as perspectivas filosóficas que há no mundo, pois a palavra de Deus somente se discerne espiritualmente.

Mas, como discernir ‘espiritualmente’ a palavra de Deus? O apóstolo Paulo demonstra que é necessário comparar ‘coisas espirituais com as espirituais’, ou seja, para discernir o ‘temor’ do Senhor conforme o recomendado pelo apóstolo Paulo, ‘espiritualmente’, basta comparar o Pentateuco com os Salmos, Provérbios com os Profetas, os Profetas com os Evangelhos, os Salmos com as cartas do Novo Testamento, Antigo Testamento com o Novo Testamento, pois a palavra de Deus se auto-explica ( 1Co 2:13 ).

Nunca se deve interpreta a bíblia a partir de experiências pessoais. Jamais a angustia, a desilusão, o medo e o tremor do homem devem ser utilizados como base para se analisar a palavra de Deus.

Crer em Deus não é um ‘salto de fé’, não é um ‘comprometimento com o absurdo’. Ora, tal posicionamento demonstra que se desconhece a natureza da fé.

O escritor aos Hebreus diz exatamente o contrário: "ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem" ( Hb 11:1 ). O salto de fé é inconsistente, pois a fé é o firme fundamento daquilo que se espera. A fé é prova cabal do que não se vê.

A fé não é o mesmo que crença. A fé refere-se à promessa de Deus. Fé é o mesmo que ‘temor’, pois, por meio da fé, que é dom de Deus, os antigos alcançaram testemunho ( Jd 1:3 ; Gl 3:23 ).

Por intermédio de quem Abraão alcançou bom testemunho? Não foi por causa do Descendente, que é Cristo? Cristo não é a fé que havia de se manifestar? Ou seja, os antigos alcançaram bom testemunho por meio do Descendente, a fé que havia de se manifestar.

Quando Judas concita os cristãos a batalhar pela fé, ele tinha em mente a verdade do evangelho, o temor do Senhor ( Jd 1:3). Da mesma forma a fé foi primeiramente anunciada a Abraão, quando Deus disse: “Todas as nações serão benditas em ti” ( Gl 3:8 ), pois somente com a vinda do Descendente, que é Cristo, a fé foi manifesta aos homens ( Gl 3:16 e Gl 3:23 ).

A fé, o temor, o evangelho identificam-se com a pessoa do Cristo, e, portanto, a fé que foi manifesta aos homens é firme, inabalável, âncora da alma, verdadeira, etc.

O pressuposto de que a fé é impossível se houver provas e certezas e inconcebível. Admitir que há riscos na fé é inaceitável! A concepção que demonstra não haver necessidade de provas para que a pessoa possa crer e viver a fé não é bíblica.

A esperança proposta em Cristo é ancora da alma, ou seja, segura e firme, pois por duas coisas imutáveis Deus se interpôs com juramento: a) Deus é imutável, e; b) Deus não pode mentir ( Hb 6:18 ). De qual prova o homem necessita? Onde há segurança maior?

A filosofia existencialista de Soren Kierkegaard não soube distinguir a verdadeira natureza da fé na obra ‘Temor e tremor’. Quando Abraão ofereceu o seu filho em sacrifício, segundo a ordem divina, já havia recobrado em figura o seu filho dentre os mortos, pois teve por firme a palavra que diz: “Em Isaque será chamada a tua descendência” ( Hb 11:18 -19).

Através do temor do Senhor, que diz: ‘Em Isaque será chamada a tua descendência’, Abraão ‘tremeu’ e ofereceu Isaque em sacrifício “Ouvi a palavra do Senhor, vos que tremeis da sua palavra...” ( Is 66:5 ).

Fonte: Texto escrito por Crispim. Disponível no portal www.ibiblia.net

domingo, 22 de maio de 2011

O Espírito Santo é uma pessoa ou uma energia? - Gordon Chown



Apesar de tudo quanto podemos acolher com gratidão daquilo que o Antigo Testamento nos ensina a respeito do Espírito Santo, a doutrina realmente distintiva a respeito provém do Novo Testamento.

Em João 7.39, lemos que “Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado”. O que fica claro é que o Espírito, até então, nunca tinha sido outorgado no sentido mais pleno, e que não seria derramado sobre toda carne até que Jesus fosse glorificado. Ou seja: o Espírito Santo, conforme é definido no Novo Testamento, é outorgado às pessoas como resultado da obra de Jesus Cristo. O Novo Testamento, a partir de então, continua ressaltando a íntima conexão entre o Espírito e Jesus.

O ESPÍRITO DE JESUS

O Espírito Santo é “o Espírito de Jesus” (Atos 16.7), “o Espírito de Jesus Cristo” (Filipenses 1.19), “o Espírito de Cristo” (Romanos 8.9), “o Espírito do seu [de Deus] Filho” (Gálatas 4.6). A obra de Jesus e a obra do Espírito estão profundamente entrelaçadas entre si. O Espírito dá testemunho de Jesus (João 15.26), faz as pessoas lembrarem-se daquilo que Jesus disse (João 14.26) e glorifica a Jesus (João 16.14).

Não se pode negar que o Novo Testamento é marcado por uma profusão da atividade do Espírito, tanto assim que Atos dos Apóstolos poderia ser chamado “Atos do Espírito Santo”. Os Evangelhos relatam o que Cristo fez e disse, enquanto Atos relata o que o outro Consolador fez e disse.

Tudo isso é sempre considerado como uma das conseqüências da encarnação. Não há referência no Novo Testamento a alguma obra do Espírito à parte de Cristo – trata-se do “Espírito de Cristo”. Portanto, o Espírito Santo, ao nos alcançar, transmite a nós os pensamentos de Cristo, suas emoções, sua vontade, sua vitalidade.

MÁ INTERPRETAÇÃO

Repudia-se, assim, uma suposta “Dispensação do Espírito” no sentido de o Pentecostes ter possibilitado um relacionamento com Deus independentemente de Cristo. É da máxima importância ressaltar que ser cristão depende daquilo que Cristo fez.

Hoje, Jesus Cristo faz em mim, mediante o Espírito, aquilo que Ele já fez por mim séculos atrás, na Cruz, por meio de sua Pessoa. É essa revelação do Espírito no Novo Testamento que ocupará a nossa atenção até ao fim desse estudo, no qual selecionaremos os aspectos mais importantes e veremos sua relevância para hoje.

A primeira questão é se o Espírito é uma Pessoa ou uma coisa? É um ser vivente real assim como o Pai e o Filho, ou é um poder, uma influência ou uma força que leva a efeito o propósito divino? Fica claro o impacto primário do ensino do Novo Testamento: o Espírito é considerado consistentemente como uma pessoa. Quanto a Deus Pai, a própria palavra “Pai” tem significado implícito que nos leva a considerá-lo como Pessoa, no sentido mais pleno da palavra. Quanto ao Deus Filho, é mais fácil ainda pensar nele como o Menino de Belém, o Carpinteiro de Nazaré, o Mestre da Galiléia, apesar da sua plena divindade manifestada na Ascensão.

O Espírito Santo, porém, sem o conceito de “Pai” e sem o da encarnação de Filho, é mais difícil retratarmos. Sua operação é interior e invisível, pos Ele nos dá graça, orientação, forças etc. Tanto que poderíamos atribuir a Ele uma influência procedente do Pai. “Espírito” é neutro em grego (e em inglês). Ele é simbolizado no Novo Testamento pelo óleo, fogo, vento, água etc., de modo que as seitas, como as Testemunhas de Jeová e os Adventistas do Sétimo Dia, dentre muitas outras, facilmente o imaginam como uma força inanimada.

CONSOLADOR OU CONSELHEIRO

A palavra grega em pauta é parakletos, que literalmente significa alguém “chamado ao lado” de outra pessoa, normalmente para ajudar. Pode ser para falar uma palavra favorável no julgamento desta. Nesse sentido, consta em 1João 2.1: “Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”. Na versão King James, coloca-se Advocate, “defensor” (que não devemos transliterar como Advogado, pois a Bíblia tem juiz, réu e vítima, com suas respectivas testemunhas, todavia não tem o “advogado” moderno).

As demais passagens onde ocorre parakletos são João 14.16, 26; 15.26; 16.7, com a tradução tradicional de Consolador. Na Nova Versão Internacional, é Conselheiro. O essencial, aqui, é que a palavra teria sido entendida pelos leitores originais de João como referente a uma pessoa – seja Consolador, Conselheiro, Intercessor, Defensor, Ajudador (sendo todas essas palavras tipicamente aplicadas a Deus no Antigo Testamento).

Em grego, “espírito” é uma palavra de gênero neutro, conforme mencionamos supra, e o respectivo pronome ou adjetivo está na forma neutra. O apóstolo João obedece essa regra quando as duas palavras estão juntas. Todavia, fora disso, usa o masculino “ele”. Para a gramática rigorosa, é incorreto, mas nos leva a entender que João pensava habitualmente no Espírito em termos pessoais. Veja o que João 16.13 diz: “…aquele [masculino] Espírito [neutro]…” (ARC).

Continuando a análise em grego, precisamos definir “outro Consolador” (João 14.16). Em grego, temos állos, que significa “outro do mesmo tipo”, e héteros, “outro de tipo diferente”.

Na mesa, alguém nos oferece uma laranja e, depois, pedimos állos – mais outra. Se pedirmos héteros, seria outra fruta – banana, maça, pêra etc. Jesus se refere a “állos Consolador” – alguém semelhante a Ele, Jesus.

Nos discursos de despedida de Jesus (João 14.15-17, 25-26; 15.26-27; 16.5-11, 12-15), veremos que o Espírito é sempre referido como uma Pessoa. Ele fará as pessoas se lembrarem daquilo que Jesus falou e as ensinará (João 14.26); testemunhará a respeito de Jesus (15.26); guiará as pessoas, ouve e fala (João 16.13); e glorificará a Jesus e declarará determinadas coisas (João 16.14). Fica claro, então, que no Evangelho de João, o Espírito é considerado consistentemente como Pessoa, e não como mera influência ou poder.

ESPÍRITO SANTO NOS ESCRITOS PAULINOS

O Espírito Santo ocupa espaço considerável nos escritos do apóstolo Paulo. Chega ao ponto de ele dizer: “Se alguém não têm o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo”, Romanos 8.9, e pela proposição positiva: “…porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”, Romanos 8.14.

Quando Paulo encontrou alguns supostos cristãos, perguntou imediatamente: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?” (Atos 19.2). Diante da resposta negativa, Paulo passou imediatamente a retificar a situação: “Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo, as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam. E estes eram ao todo uns doze varões”, Atos 19.4-7

Devido a importância que Paulo atribui ao Espírito Santo, suas epístolas abundam em referências ao Espírito Santo. Usualmente, ele refere-se ao Espírito como ativo de alguma maneira. Na base dessas atividades, vê-se que o Espírito é forçosamente uma Pessoa. Vejamos, por exemplo, o que diz 1Coríntios 12.11: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. Essas operações são atribuídas a uma pessoa e o “querer” caracterizam personalidade.

PERSONALIDADE

A personalidade está envolvida na “mente” ou “intenção” do Espírito (Romanos 8.27), que é considerado entidade pensante, assim como em 1Coríntios 2.11 – “O Espírito conhece”. Não se trata de um ser friamente intelectual, pois Paulo fala do “amor do Espírito” (Romanos 15.30) e da possibilidade de “entristecer” o Espírito Santo (Efésios 4.30). O amor e cuidado do Espírito pelas pessoas são vistos na sua intercessão intensiva “com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8.26), e isso “de acordo com a vontade de Deus” (v27), o que enfatiza sua união com o Pai. O Espírito Santo “clama” (Gálatas 4.6), habita nas pessoas (Romanos 8.9), as dirige (Romanos 8.14) e as ensina (1Coríntios 2.13). “O próprio Espírito testifica ao nosso espírito que somos filhos de Deus”, Romanos 8.16.

Semelhantemente, Paulo repetidas vezes associa o Espírito com o Pai e o Filho, como, por exemplo, quando diz: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vocês”, 2Coríntios 13.13; “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito Santo é dada a cada um para o que for útil”, 1Coríntios 12.4-6; “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos e por todos, e em todos”, Efésios 4.4-6.

Não se pode imaginar que Paulo quisesse nos dizer que, apesar de o Pai e o Filho serem Pessoas, o Espírito Santo não é Pessoa. Os três são invocados em pé de igualdade.

DISTINTO DO PAI E DO FILHO

Assim, chegamos a questão do relacionamento entre o Espírito, por um lado, e o Pai e o Filho, por outro lado. A maioria das referências ao Espírito no Novo Testamento alude a Ele em operação, mas sem referência ao Pai ou ao Filho.

Exemplificando: “Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria”, 1Coríntios 12.8. Aqui temos o Espírito fazendo algo dentro do crente. Segundo a impressão dada pelo referido texto e por inúmeros outros no Novo Testamento, Ele é classificado como Entidade individual.

No entanto, não podemos ficar somente com alguma impressão. Existem várias passagens que falam de todas as três Pessoas da Trindade. Temos a “graça” em 2Coríntios 13.14, as “unidades” (“um só”) em Efésios 4.4-6 e as “diversidades” em 1Coríntios 12.4-6.

Temos ainda a fórmula batismal registrada em Mateus 28.19: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Em Marcos 1.10-11, lemos que o Espírito desceu em forma de pomba sobre Jesus e, ao mesmo tempo, a voz do Pai veio dos Céus. Cada membro da Trindade tem seu respectivo papel separado nesse episódio.

No mesmo sentido, vemos o Filho orando ao Pai para ele enviar o Espírito (João 14.16). Tanto o Pai quanto o Filho estão envolvidos na missão do Espírito (João 14.26; 15.26; 16.15). Às vezes, toda a Trindade é mencionada: “Por meio dele [de Cristo] tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito”, Efésios 2.18 (RA). Uma dupla menção acha-se em Romanos 8.11: “E, se o Espírito daquele [de Deus] que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos habita em vocês, aquele [Deus] que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês”. Veja também Romanos 15.16; 1Coríntios 6.11; 2Tessalonicenses 2.13; Tito 3.4-6; 1Pedro 1.2 e Judas 20-21. Essas são passagens suficientes para vermos que o Novo Testamento ensina sobre as três Pessoas em conjunto.

Há passagens que se referem a dois membros da Trindade de modo que não podem ser considerados idênticos. Jesus nos diz: “…é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei”, João 16.7. Esse texto inclui a possibilidade de a identidade entre Jesus e o Espírito ser confundida. Da mesma forma, vemos o Espírito Santo fazendo intercessão por nós diante do Pai (Romanos 8.26-27), o que exclui a identidade do Espírito ser confundida com a do Pai. Por meio desses textos, notamos claramente que é, então, mantida uma distinção entre os membros da Trindade, e é excluída a idéia de o Espírito ser um “aspecto” ou “força” do Pai e do Filho. Assim, o Espírito não é uma coisa, mas uma Pessoa.

ASSOCIAÇÃO COM O PAI E O FILHO

Já notamos que existem várias passagens no Novo Testamento onde o Espírito é mencionado na mais íntima conexão com o Pai e o Filho. Nelas, nada se diz a respeito do relacionamento entre os membros da Trindade. No entanto, muita coisa está subentendida, conforme veremos. Na fórmula batismal (“…batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, Mateus 28.19), não há definição da natureza essencial dos membros da Trindade. Quanto à deidade, nenhum ser no Céu ou na Terra poderia ser colocado na mesma expressão, na mesma categoria. A palavra “nome” está no singular – o que expressa a unidade das três Pessoas. A deidade consiste no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

O mesmo pode ser dito a respeito de todos os textos que vinculam entre si as três Pessoas. O Espírito é um ser em igualdade de condições com o Pai e o Filho. O Espírito participa da inauguração do ministério de Jesus, ao descer sobre Ele no batismo (Marcos 1.10-11). O Espírito também se destaca na encarnação de Jesus.

Em Mateus 1.18, Maria se achou grávida pelo Espírito Santo (Lucas 1.35), vemos ainda o Espírito Santo levando as pessoas a Jesus, testemunhando Dele e continuando a sua obra (João 14.26; 15.26; 16.13-15).

Paulo, em Romanos 15.16, fala dos gentios sendo “santificados pelo Espírito Santo”. As Boas-Novas daquilo que Cristo fez em favor das pessoas incluem um lugar para a operação do Espírito. A obra do Pai em dar vida às pessoas é “pelo seu Espírito, que habita em vós” (Romanos 8.11).

O conceito de Deus, por mais sublime e enaltecido que seja, vir a conviver com o homem em amor e misericórdia é visto em muitas partes das Escrituras: “Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde de espírito”, Isaías 57.15.

Às vezes, é deixado claro que é por meio do Espírito Santo que Deus convive entre as pessoas e dentro delas. É assim que Paulo escreve aos coríntios: “Não sabeis, vós que sois templos de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus que sois vós, é santo”, 1Coríntios 3.16-17.

O santuário é onde as pessoas buscam a presença de Deus, é onde Deus habita de modo especial. E no santuário, aqui mencionado, é o “Espírito de Deus” que habita. A inferência é clara: o Espírito Santo é Deus – Deus habitando no homem (1Coríntios 6.19).

De acordo com o registro de João, Jesus, na noite antes da crucificação, disse aos apóstolos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito da verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”, João 14.16-17.

Não se trata de uma manifestação fugaz e secundária. A presença do Espírito dentro das pessoas é “para sempre”, enquanto o crente nutri-la. Essa presença santificadora e eterna, como num santuário, não pode ser menos do que Deus.

AS COISAS MAIS PROFUNDAS DE DEUS

Paulo, referindo-se à sabedoria que o Espírito nos revela (1Coríntios 2.6-10a), explica: “O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o espírito do homem que nele está. Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus”, 1Coríntios 2.10-11.

O Espírito, tendo a própria natureza da deidade, tem nítido conhecimento das coisas de Deus. As mensagens dos profetas, registradas no Antigo Testamento, não tiveram sua origem na sagacidade, entendimento e habilidade deles, mas “falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2Pedro 1.21). O Espírito Santo, de dentro da deidade, inspirou os profetas nas coisas que nenhuma pessoa criada poderia saber por conta própria.

BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO

Em todos os três Evangelhos Sinóticos, está registrada a declaração de Jesus no sentido de a blasfêmia contra o Espírito Santo ser considerada o mais hediondo de todos os pecados (Mateus 12.31-32); Marcos 3.28-29 e Lucas 12.10). Mateus e Lucas declaram especificamente que é pior do que a blasfêmia contra o Filho do Homem, Jesus Cristo. Decerto, não se refere a algumas meras palavras levianas ou caluniadoras. Seria mais uma atitude total à vida.

A ocasião foi a declaração dos oponentes de Jesus, no sentido de Ele expulsar demônios por meio de “Belzebu, o príncipe dos demônios” (Mateus 12.24). Atribuíram, deliberadamente, os atos de misericórdia de Jesus, realizados no poder do Espírito Santo, aos poderes do Maligno. Classificaram o bem como iniqüidade, e assim rejeitaram tudo quanto Cristo representava. A consciência de tais pessoas normalmente está cauterizada, em contraste com a consciência tenra, aflita com a possibilidade de ter falado algo assim, sem querer.

Posto que o Espírito Santo caracteriza especificamente a vida nova que Cristo veio trazer, pecar contra o Espírito Santo é repudiar semelhante vida. À luz da revelação luminosa e clara do Evangelho, esse repúdio viola as convicções do intelecto, a iluminação da consciência e os ditames do coração. É atribuir a Satanás uma obra nitidamente da parte de Deus, é dizer que o Espírito Santo é um espírito maligno do inferno, e que Cristo é o próprio Satanás. No presente estudo, o assunto em pauta é a divindade do Espírito Santo, e vemos que blasfemá-lo é pior do que a blasfêmia contra Jesus Cristo, cuja divindade não está em dúvida entre os cristãos.

Confirmação dessa divindade é vista no começo do ministério Jesus, quando “o Espírito o impeliu para o deserto” (Marcos 1.12). Aqui, o Espírito Santo pode ser inferior a Jesus. Da mesma forma, na primeira pregação de Jesus, Ele declarou ser o cumprimento da profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim” (Lucas 4.18 e Isaías 1.1-2). Seu ministério foi realizado no poder e na orientação do Espírito Santo, que , portanto, não pode ser menos deidade do que Jesus Cristo.

ATRIBUTOS DIVINOS

Em todas as partes do Novo Testamento, vê-se que o Espírito Santo tem atributos divinos. Assim como Deus Pai é considerado onipresente, assim também o Espírito Santo: “Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito”, 1Coríntios 12.13. Forçosamente, o Espírito precisa estar em todos os lugares para poder exercer semelhantes funções. Semelhantemente, vemos isso na passagem sobre “as coisas profundas de Deus” (1Coríntios 2.10). Nada, nem sequer as coisas que pertencem à própria natureza de Deus, está desconhecido ao Espírito.

Quanto à onipotência, é possível que seja atribuída ao Espírito Santo em passagens tais como Romanos 15.19 (“… pelo poder de sinais e maravilhas e por meio do poder do Espírito de Deus…”) ou 1Coríntios 12.11, que fala do Espírito que distribui os seus dons “individualmente, a cada um, como quer”. No mínimo, nada ou ninguém pode impedi-lo de fazer tais coisas. A capacidade de salvar, que é atribuída ao Espírito Santo por todo o Novo Testamento (Romanos 8.2, 11 e Tito 3.5), também pode ser considerada atributo divino – no Antigo Testamento, é prerrogativa de Deus dar a salvação ao seu povo.

Nessa categoria de atributos divinos, devemos classificar as passagens que declaram que o Espírito Santo é Autor das Sagradas Escrituras, tais como Atos 1.16 (“…era necessário que se cumprisse a Escritura que Espírito Santo predisse por boca de Davi…”) e mormente Hebreus 10.15 (“O Espírito Santo também nos testifica…”). Ao examinarmos a passagem do Antigo Testamento citado nesse texto, que é Jeremias 31.33, vemos que são palavras do Senhor Deus. Em Hebreus 3.7-9, a expressão “Assim, como diz o Espírito Santo” inclui “onde os seus antepassados me tentaram”. Em Êxodo 17.7, o texto “puseram o Senhor à prova” refere-se a Deus. Fica claro que o Espírito Santo é considerado Deus no sentido mais plenário. Ainda mais porque o Espírito Santo, como Autor do Antigo Testamento, é Autor das palavras reconhecidamente pronunciadas por Deus.

A conclusão lógica é atingida numa declaração explícita de que o Espírito Santo é Deus. Pedro, falando ao marido de Safira, diz: “Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, a ponto de você mentir ao Espírito Santo? (…) Você não mentiu aos homens, mas sim a Deus”, Atos 5.3-5. Há, portanto, evidências abundantes da divindade do Espírito. Mas, a conclusão não depende somente das passagens citadas. A divindade do Espírito Santo não é questão de textos isolados, mas é confirmada pelo conceito global da obra inteira Dele.

E isso é de importância tremenda. Quando tomarmos consciência de que o poder que entra em nosso coração e vida ao nos tornarmos cristãos não é o poder de nenhuma criatura, mas do próprio Deus, isso faz de fato a diferença. Para alguns, ter íntima comunhão com um ser angelical poderia valer algo; ter experiência em primeira mão com uma força cósmica, também; mas, conhecer o poder e presença contínua do próprio Deus é algo muito acima de tudo isso.

Fonte: Gordon Chown – Missionário, tradutor e professor de Teologia.
Manual do Obreiro (CPAD) – 2006.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Traduções da Bíblia para a Língua Portuguesa



A Bíblia foi traduzida, ao longo dos séculos, em mais de 2400 línguas e idiomas diferentes, incluindo a língua portuguesa.

Idade Média

A primeira tradução que se tem notícia é a do rei Dinis de Portugal, conhecida como Bíblia de D. Dinis, que teve grande tiragem durante o seu reinado. É uma tradução dos 20 primeiros capítulos de Gênesis, a partir da Vulgata. Houve também traduções realizadas pelos monges do Mosteiro de Alcobaça, mais especificamente o livro de Atos dos Apóstolos.

Durante o reinado de D. João I de Portugal, este ordenou que fosse traduzida novamente a Bíblia no vernáculo. Foi publicada grande parte do Novo Testamento e os Salmos, traduzidos pelo próprio rei. Sua neta, D. Filipa, traduziu os evangelhos do francês. Bernardo de Alcobaça traduziu Mateus e Gonçalo Garcia de Santa Maria traduziu partes do Novo Testamento.

Em 1491 é imprimido o Comentários sobre o Pentateuco que, além do Pentateuco, tinha os Targumim sírios e o grego de Onquelos. O tipógrafo Valentim Fernandes imprime De Vita Christi, uma harmonia dos Evangelhos. Os "Evangelhos e Epístolas", compilados por Guilherme de Paris e dirigidos ao clero, são imprimidos pelo tipógrafo Rodrigo Álvares. Numa pintura de Nuno Gonçalves, aparece um rabino segurando uma Torá aberta.

Em 1505, a rainha Leonor ordena a tradução de Atos dos Apóstolos e as Epístolas de Tiago, Pedro, João e Judas. O padre Antonio Ribeiro dos Santos é responsável por traduções dos Evangelhos de Mateus e Marcos. Em 1529, é publicada em Lisboa uma tradução dos Salmos feita por Gómez de Santofímia, que teve uma 2ª edição em 1535. É bem possível, devido à proximidade com a Espanha, traduções em espanhol fossem conhecidas, como as de João Pérez de Piñeda, João de Valdés e Francisco de Enzinas. O padre jesuíta Luiz Brandão traduziu os quatro Evangelhos.

Durante a Inquisição houve uma grande diminuição das traduções da Bíblia para o português. A Inquisição, desde 1547 proibia a posse de Bíblias em línguas vernaculares, permitindo apenas a Vulgata latina, e com sérias restrições.

Por volta de 1530, António Pereira Marramaque, de uma família ilustre de Cabeceiras de Basto, escreve sobre a utilidade de verter a Bíblia em vernáculo. Poucos anos depois, é denunciado à Inquisição por possuir uma Bíblia em vulgar.

Uma tradução do Pentateuco é publicada em Constantinopla em 1547, feita por judeus expulsos de Portugal e Castela. Abraão Usque, judeu português, traduziu e publicou uma tradução conhecida como a Bíblia de Ferrara, em espanhol. Teve que publicar em Ferrara, por causa de perseguição.

Tradução de João Ferreira de Almeida

A tradução feita por João Ferreira de Almeida é considerada um marco na história da Bíblia em português porque foi a primeira tradução do Novo Testamento a partir das línguas originais. Anteriormente supõe-se que havia versões do Pentateuco traduzidas do hebraico.

Ele já conhecia a Vulgata, já que seu tio era padre. Após converter-se ao protestantismo aos 14 anos, Almeida partiu para a Batávia. Aos 16 anos traduziu um resumo dos evangelhos do espanhol para o português, que nunca chegou a ser publicado. Em Malaca traduziu partes do Novo Testamento também do espanhol.

Aos 17, traduziu o Novo Testamento do latim, da versão de Theodore Beza, além de ter se apoiado nas versões italiana, francesa e espanhola.

Aos 35 anos, iniciou a tradução a partir de obras escritas no idioma original, embora seja um mistério como ele aprendeu estes idiomas. Usou como base o Texto Massorético para o Antigo Testamento e uma edição de 1633 (pelos irmãos Elzevir) do Textus Receptus. Utilizou também traduções da época, como a castelhana Reina-Valera. A tradução do Novo Testamento ficou pronta em 1676.

O texto foi enviado para a Holanda para revisão. O processo de revisão durou 5 anos, sendo publicado em 1681, após terem sido feitas mais de mil modificações[carece de fontes?]. A razão é que os revisores holandeses queriam harmonizar a tradução com a versão holandesa publicada em 1637. A Companhia das Índias Orientais ordenou que se recolhesse e destruísse os exemplares defeituosos. Os que foram salvos foram corrigidos e utilizados em igrejas protestantes no Oriente, sendo que um deles está exposto no Museu Britânico.

O próprio Almeida revisou o texto durante dez anos, sendo publicado após a sua morte, em 1693. Enquanto revisava, trabalhava também no Antigo Testamento. O Pentateuco ficou pronto em 1683. Há uma tradução dos Salmos que foi publicada em 1695, anexo ao Livro de Oração Comum, anônima, mas atribuída a Almeida. Almeida conseguiu traduzir até Ezequiel 48:12 em 1691, ano de sua morte, tendo Jacobus op den Akker completado a tradução em 1694.

A tradução completa, após muitas revisões, foi publicada em dois volumes, um 1748, revisado pelo próprio den Akker e por Cristóvão Teodósio Walther, e outro em 1753. Em 1819, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira publica uma 3ª edição da Bíblia completa, em um volume.

Há também as edições impressas em na colônia dinamarquesa de Tranquebar, que datam de 1719 a 1765. São edições parciais da Bíblia, que foram obtidas à medida que os revisores terminavam seu trabalho.

Resumindo, foram impressas:

NT, 1ª edição, Amsterdã, 1681
NT, 2ª edição, Batávia, 1693 [1]
NT, 3ª edição, Amsterdã, 1712 [2]
AT, Gênesis a Ester, Batávia [3]
AT, Jó a Malaquias, Batávia [4]

Impressões em Tranquebar: Gênesis, 1719; Oséias a Malaquias, 1732; Josué a Ester, 1738; Jó a Cânticos, 1744; Isaías a Daniel, 1751; O Livro de Salmos, 1740; Os Evangelhos, 1760; Novo Testamento, 1765.

O trabalho de João Ferreira de Almeida é para a língua portuguesa o que a Bíblia de Lutero é para alemã, a King James Version para a inglesa e Reina-Valera é para a espanhola. No entanto, a única tradução moderna em Português, que utiliza os mesmos textos-base em grego e hebraico que foram utilizados por João Ferreira de Almeida, é a versão Almeida Corrigida Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. As demais traduções modernas, embora utilizem o nome "Almeida", como a Almeida Revista e Atualizada e Almeida Revista e Corrigida baseiam-se em maior ou menor grau nos manuscritos do chamado Texto Crítico, que passou a ser utilizado somente a partir do século XIX. Teófilo Braga, ao comentar sobre a versão original de Almeida, disse: "É esta tradução o maior e mais importante documento para se estudar o estado da língua portuguesa no século XVIII."

Tradução de Antonio Pereira de Figueiredo

Devido à Inquisição, houve poucos esforços na Igreja Católica para a produção de uma tradução bíblica em língua portuguesa. António Pereira de Figueiredo, padre português, começou o projeto de tradução da Bíblia em português. Era baseado na Vulgata e levou 18 anos para ser completada. Essa tradução só foi possível graças ao enfraquecimento e desativação da Inquisição[carece de fontes?].

O Novo Testamento foi publicado entre 1778 e 1781 em seis volumes. O Antigo Testamento foi publicado entre 1782 e 1790 em 17 volumes. A versão em sete volumes, que é considerada padrão, foi publicada em 1819, sendo que a versão em volume único foi publicada em 1821.

Por ser uma versão com português mais recente, foi considerada melhor que a de Almeida, apesar de não ter sido baseado nos idiomas originais. Nota-se que foi a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira que editou as revisões de 1821 (completa) e 1828 (sem os deuterocanônicos). A Sociedade Bíblica de Portugal foi fundada em 1835e distribuiu essa, além da versão de Almeida. Teve boa acolhida entre católicos e protestantes.

Traduções em Portugal, após Almeida e Figueiredo

Traduções parciais

Padre António Ribeiro dos Santos traduziu os Evangelhos de Mateus e Marcos no final do século XIX, baseado na Vulgata.

Traduções completas

O comerciante natural de Hamburgo, Pedro Rahmeyer é responsável por uma tradução completa da Bíblia em português. Ficou conhecida como "Bíblia de Rahmeyer" e está em exposição no Museu de Hamburgo. Supõe-se que, durante os 30 anos que ficou em Lisboa, tenha traduzido do alemão.

Em 1933, com apoio papal, o padre Matos Soares publica sua tradução da Bíblia em português, traduzida a partir da Vulgata. Ganhou a aprovação da Igreja Católica, sendo a mais popular no Brasil, desde que foi publicada em 1942.

A Tradução Interconfessional em Português Corrente foi fruto de um trabalho conjunto entre católicos e protestantes. Iniciada em 1972, é revisada em 2002.

Traduções parciaisPadre António Ribeiro dos Santos traduziu os Evangelhos de Mateus e Marcos no final do século XIX, baseado na Vulgata.

[editar] Traduções completasO comerciante natural de Hamburgo, Pedro Rahmeyer é responsável por uma tradução completa da Bíblia em português. Ficou conhecida como "Bíblia de Rahmeyer" e está em exposição no Museu de Hamburgo. Supõe-se que, durante os 30 anos que ficou em Lisboa, tenha traduzido do alemão.

Em 1933, com apoio papal, o padre Matos Soares publica sua tradução da Bíblia em português, traduzida a partir da Vulgata. Ganhou a aprovação da Igreja Católica, sendo a mais popular no Brasil, desde que foi publicada em 1942.

A Tradução Interconfessional em Português Corrente foi fruto de um trabalho conjunto entre católicos e protestantes. Iniciada em 1972, é revisada em 2002.

Traduções no Brasil

Traduções parciais

A primeira tradução realizada no Brasil foi feita pelo bispo Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré. Era um Novo Testamento traduzido a partir da Vulgata. No prefácio, havia acusações contra os protestantes, chamando suas versões da Bíblia de "falsificadas". Foi publicada em São Luís, no Maranhão, em 1847, sendo impressa em Portugal em 1875.

Em 1879, a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral publica uma revisão do Novo Testamento de Almeida. Foi revisada por José Manoel Garcia, pelo pastor M. P. B. de Carvalhosa e pelo pastor Alexandre Latimer Blackford.

O imperador D. Pedro II era um profundo admirador da cultura judaica. Após aprender o hebraico, que era a sua língua favorita, traduziu partes da Bíblia, como o livro de Neemias, além de partes do Velho Testamento para o latim.

F. R. dos Santos Saraiva, autor de um dicionário latino-português, traduz os Salmos, com o título de Harpa de Israel, em 1898.

Duarte Leopoldo e Silva traduz e publica os Evangelhos em forma de harmonia. O Colégio da Imaculada Conceição, Botafogo, Rio de Janeiro, publica uma tradução dos Evangelhos e Atos, do francês, preparada por um padre, em 1904. Padres franciscanos iniciam um trabalho de tradução a partir da Vulgata, sendo concluído em 1909. No mesmo ano, o padre Santana traduz o Evangelho de Mateus diretamente do grego. É a primeira tradução parcial da Bíblia, em português, dos idiomas originais feita por um padre católico, embora tenha sido apoiado pelo latim.

J. L. Assunção traduz o Novo Testamento a partir da Vulgata em 1917. Surge, no mesmo ano, o livro de Amós, traduzido por Esteves Pereira. Foi traduzido do etíope. Em 1923, J. Basílio Pereira traduz o Novo Testamento e os Salmos a partir da Vulgata.

O então padre Huberto Rohden foi o autor de uma tradução do Novo Testamento. Começou a traduzir enquanto estudava na Leopold-Franzens-Universität Innsbruck, Áustria, completando em 1930. Foi publicado pela Cruzada da Boa Imprensa (atualmente é pela editora Martin Claret). Utilizou como base o Textus Receptus.

O rabino Meir Matzliah Melamed traduz a Torá, numa edição sem data, com o nome de A Lei de Moisés e as Haftarot. Foi publicada em 1962. A tradução foi revisada e lançada, em 2001, com o nome de A Lei de Moisés. Está disponível pela Editora Sêfer.

Em 1993 é publicado o Novo Testamento da Nova Versão Internacional. Em 2005, o pastor batista Fridolin Janzen traduz o Novo Testamento em português, baseado no Textus Receptus. O texto está disponível no seu website, e está para ser imprimida.

Traduções completas

A primeira tradução completa foi a Tradução Brasileira. Foi uma tradução da Bíblia que não contava somente com teólogos, como H. C. Tucker, William Cabell Brown, Eduardo Carlos Pereira, mas também com eruditos como Ruy Barbosa, José Veríssimo e Virgílio Várzea.

A tradução se principiou em 1902. Os dois primeiros evangelhos foram editados em 1904, e depois de alguma crítica e revisão, o Evangelho de Mateus saiu novamente em 1905. Os Evangelhos e o livro dos Atos dos Apóstolos foram publicados em 1906, e o Novo Testamento completo em 1910. Publicada em sua inteireza em 1917, apresenta características eruditas, sendo bastante literal em relação aos textos originais.

Não obteve o agrado dos leitores, por traduzir nomes hebraicos de uma maneira próxima à daquela língua, falta de literalidade e falta de revisões. Ver artigo principal: Tradução Brasileira.

A Almeida Revista e Corrigida foi a primeira Bíblia a ser impressa no Brasil, em 1948. Está em circulação a revisão de 1995. Ver artigo principal: Almeida Revista e Corrigida.

A Editora Paulinas publicou desde a década de 1950 até 1990, a Bíblia traduzida da Vulgata Latina pelo padre português Mattos Soares na década de 1930.

Publicada em 1959, a Almeida Revista e Atualizada utiliza o Texto Crítico, ao invés do Textus Receptus. Ganhou aprovação da CNBB. Ver artigo principal: Almeida Revista e Atualizada.

Em 1959 é publicada a tradução dos monges Meredsous em português. O trabalho de tradução foi coordenado pelo franciscano João José Pedreira de Castro, do Centro Bíblico de São Paulo. Foi traduzida a partir da versão francesa publicada na Bélgica.

A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas é uma tradução da Bíblia feita pelas Testemunhas de Jeová. Foi publicada em 1963, sendo traduzida da versão inglesa. Recebeu uma revisão em 1984 (em português em 1986), com a inclusão de notas marginais. Ver artigo principal: Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

A Versão Revisada foi publicada em 1967, pela Imprensa Bíblica Brasileira e pela Juerp. É de orientação batista. Ver artigo principal: Versão revisada segundo os melhores textos.

Em 1976 é publicada a Bíblia de Jerusalém, pelas Edições Paulinas. É baseada na versão francesa, sendo que as notas e comentários são traduzidos. Em 2002 é publicada a revisão, chamada de Nova Bíblia de Jerusalém.

Em 1981 é publicada a Bíblia Viva, uma paráfrase da Bíblia. A versão original foi elaborada por Kenneth Taylor e foi traduzida na base da equivalência dinâmica (idéia por idéia). Já está na 2ª edição.

Em 1982 é publicada a Bíblia Vozes, pela editora Vozes, traduzida por uma comissão, presidida pelo franciscano Ludovico Garmus. No mesmo ano é publicada uma versão pela editora Santuário. No ano seguinte é publicada a Bíblia Mensagem de Deus pelas edições Loyola.

Em 1988 é publicada A Bíblia na Linguagem de Hoje, caracterizada por ter uma linguagem popular e tradução flexível. Um exemplo é a tradução de Juízes 3:24: Aí os empregados chegaram e viram que as portas estavam trancadas. Então pensaram que o rei tinha ido ao banheiro. Muitos eruditos vêem uma excessiva utilização de linguagem popular, que pode comprometer a fidelidade com o texto original. Devido a esses problemas, essa tradução passou por um grande processo de revisão, que resultou na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, em 2000.

Em 1990 é publicada a Edição Pastoral. Coordenada pelo teólogo Ivo Storniolo, é uma tradução afinada com a teologia da libertação, sendo voltada para uso dos leigos. Ver artigo principal: Edição Pastoral.

Ainda em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edição contemporânea da Bíblia de Almeida (EAC). Essa edição eliminou arcaísmos e ambiguidades do texto original de Almeida, mas com a promessa de preservar as excelências do texto que lhe serviu de base.

Em 1997 é publicada a Tradução Ecumênica da Bíblia (sendo baseada na versão francesa), sendo parte de sua comissão católicos, protestantes e judeus. O Antigo Testamento foi mantido do modo como se utiliza nas Bíblias judaicas.

Em 2001, a CNBB produziu uma tradução comemorativa dos 50 anos da CNBB, e já está na 3ª edição e envolveu cooperação entre sete editoras católicas. No mesmo ano é publicada a Torah Viva, traduzida por Adolfo Wasserman, baseada na versão inglesa. É publicada também a versão completa da Nova Versão Internacional.,

Em 2002 é publicada a Bíblia do Peregrino, traduzida por Luís Alonso Schökel. É uma tradução da versão espanhola.

Em 2006 é publicada a Bíblia Hebraica. É o primeiro Tanakh completo publicado em português, desde 1553. Os tradutores foram David Gorodovits e Jairo Fridlin e foi revisada por rabinos e professores.

Em 2007 é publicada a Bíblia Almeida Século 21, uma atualização da "Versão Revisada" do texto de Almeida (também conhecida como "Versão revisada segundo os melhores textos") por uma parceria entre a Imprensa Bíblica Brasileira/Juerp, a Editora Hagnos e a Editora Atos.

Traduções feitas em outros países

A Sociedade Bíblica Trinitariana, fundada no Reino Unido em 1831, também produziu uma versão para o português do Novo Testamento, em 1883. É baseada, no Textus Receptus, assim como todas as Bíblias da Sociedade Bíblica Trinitariana.

Fonte: Traduções da Bíblia em língua portuguesa. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%B5es_da_B%C3%ADblia_em_l%C3%ADngua_portuguesa