quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Gafanhotos Demônios


 
GAFANHOTOS DEMÔNIOS – ANÁLISE À NATUREZA METAFÓRICA DA LINGUAGEM TEOLÓGICA
 
O gafanhoto é freqüentemente mencionado no Antigo Testamento, por causa de seus hábitos devastadores.

Usos figurados do gafanhoto:

a)    Grandes números, como os exércitos dos assírios. Naturalmente, temos aqui, igualmente, o poder destruidor de tais números (Is 33.4,5; Nm 3.15,17).

b)    Os julgamentos divinos usam as forças da natureza, ou literalmente, como no caso das pragas dos gafanhotos, ou mediante algum outro poder, simbolizados pelos gafanhotos (Jl 1.1,6,7; 2.2-9).

As pragas de gafanhotos eram algumas vezes interpretadas como visitações da indignação de Deus. Uma praga de gafanhotos foi um dos mais severos males que poderiam sobrevir ao  mundo antigo (Dt 28.38; Jl 2.1,12).

Dias especiais de oração, jejum e toque de trombeta foram prescritos para remover a praga (1 Rs 8.37; 2 Cr 6.28; Jl 2.1.11).

Qualquer estudioso da Bíblia Sagrada sabe, através de Comentários Bíblicos ou de Bíblias com versículos comentados sabe que a praga dos gafanhotos relatadas no livro do Profeta Joel capítulo primeiro era real, a ponto de cobrir a terra e devorar as colheitas. Joel previu a invasão do Norte pelos exércitos da Assíria e da Babilônia ao tipificá-lo como gafanhotos (Jl 2.20). Os teólogos, por sua vez, são unânimes em concordar que a praga dos gafanhotos foi apenas o prenúncio do Juízo Divino que acontecerá no Dia do Senhor, ainda que haja muita controvérsia entre eles para explicar essa expressão.

O “Dia do Senhor” é uma frase que aparece com freqüência no Antigo Testamento e no livro de Joel (2.1,11,31; 3.14). Ela sempre se refere a algum fato extraordinário, que pode acontecer no presente (como a praga dos gafanhotos), no futuro próximo (como a destruição de Jerusalém ou a derrota das nações inimigas) ou no período final da história quando Deus derrotará todas as forças do mal.

Mesmo quando o “Dia do Senhor” se refere a um fato presente, essa frase também prenuncia um dia final estabelecido pelo Senhor. Esse derradeiro evento da história tem dois aspectos: (1) o último julgamento sobre todo o pecado e todo o mal; e (2) a recompensa final que será concedida aos crentes que se mantiveram fiéis. A justiça e a verdade prevalecerão, mas sempre acompanhadas de muito sofrimento (Zc 14.1-3)”.  (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – CPAD)

Alister E. McGrath, professor de Teologia Histórica na Universidade de Oxford, Inglaterra, considerado um dos mais influentes pensadores cristãos da atualidade, autor de diversas publicações nas áreas de Teologia Sistemática, Ciência da Religião, Espiritualidade e Apologética, quando trata da Natureza da Linguagem Teológica, cita três tipos de abordagem: Analogia, Metáfora e Acomodação.

“Com relação à metáfora, Aristóteles a definiu como o processo que envolve “o uso de uma palavra, por transferência, cujo uso originário designa outro objeto ou qualidade”. Tão ampla é essa definição que abrange quase todas as figuras de linguagem, inclusive a analogia. A metáfora é uma maneira de falar sobre uma coisa em termos que sugerem uma outra. Ela é, para usar a famosa frase de Nelson Goodman, “uma questão de atribuir um novo significado a uma palavra conhecida”.

“Em geral, as metáforas apresentam traços emocionais bastante fortes. As metáforas teológicas são capazes de expressar dimensões emocionais da fé cristã, de maneira a torná-las apropriadas à adoração. Ian G. Barbour sintetiza esse aspecto da linguagem metafórica da seguinte maneira: Quando as metáforas poéticas são usadas apenas momentaneamente em um contexto, em benefício de uma idéia ou percepção imediata, os símbolos religiosos tornam-se parte da linguagem de uma comunidade religiosa em suas Escrituras e liturgia, assim como continuamente em seu pensamento e em sua vida. Símbolos religiosos expressam emoções e sentimentos humanos, além de ser poderosos em inspirar respostas e compromissos”. (Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica – Uma Introdução à Teologia Cristã, Shedd Publicações-São Paulo-SP, 1ª Edição – Junho de 2005, 2ª Reimpressão – Setembro de 2008).

Metáfora é uma figura de linguagem em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. É o emprego de palavras ou expressões com sentido figurado, é uma espécie de comparação abreviada, nascida da relação de semelhança ou característica comum entre dois seres ou fatos.

Alegoria é uma figura de linguagem que está dentro do que se classifica como figura das palavras, ou seja, relaciona-se a semântica, e encontra seu significado dentro das abstrações. De acordo com o dicionário Aurélio, Alegoria significa: “Simbolismo concreto que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento significado ou simbolizado”, isto é, além de servir como figura de linguagem para textos, bastante comum em fábulas e parábolas, cabe também a obras de arte.

Em muitos casos, lições de moral são utilizadas como forma de alegoria, pois elas representam situações a partir de artifícios que significam alguma coisa por meio de outras coisas. A própria construção etimológica da palavra alegoria, que vem do grego allegoria, identifica sua função que significa, “dizer o outro”.

Embora opere de maneira semelhante a outras figuras retóricas, a alegoria vai além da simples comparação da metáfora. A fábula e a parábola são exemplos genéricos (isto é, de gêneros textuais) de aplicação da alegoria, às vezes acompanhados de uma moral que deixa claro a relação entre o sentido literal e o sentido figurado.

Quintiliano, afirma que alegoria é “metáfora continuada que mostra uma coisa pelas palavras e outra pelo sentido”.

João Adolfo Hansen estudou a alegoria e publicou seu estudo em Alegoria: construção e interpretação da metáfora, distinguindo a alegoria greco-romana (de natureza essencialmente linguística, não obstante o anacronismo) da alegoria cristã, também chamada de exegese religiosa (na qual eventos, personagens e fatos históricos passam também a ser interpretados alegoricamente).

A alegoria tem sido uma forma favorita na literatura de praticamente todas as nações. As escrituras dos hebreus apresentam instâncias freqüentes dela, uma das mais belas sendo a comparação da história de Israel ao crescimento de uma vinha no Salmo 80. Na tradição rabínica, leituras alegóricas tem sido aplicadas em todos os textos, uma tradição que foi herdada pelos cristãos, para os quais as semelhanças alegóricas são a base da exegese.

Vejamos um exemplo contido em Joel 1.4 (A.R.A.), que diz:

“O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor”.  

Com base na natureza metafórica da linguagem teológica, acima descrita, podemos, perfeitamente, comparar os tipos de gafanhotos referidos por Joel, com quatro tipos de demônios, pelas semelhanças e diferenças existentes entre as duas coisas que estão sendo comparadas, neste caso, gafanhoto e demônio, levando-se em conta o alto poder de destruição que ambos são capazes de ocasionar na vida dos seres humanos.

A metáfora sempre tem o caráter de “ser” e “não ser”: uma declaração é feita mais como um provável relato do que como definição. Isto é, ao dizer que os gafanhotos são comparados aos demônios, não se pretende definir gafanhoto como demônio, nem afirmar a existência de uma identidade entre os termos gafanhoto e demônio.

Segundo Sallie McFague, a característica mais atrativa da metáfora para a Teologia Cristã seja seu caráter aberto. Segundo ele, embora alguns críticos literários tenham sugerido que as metáforas possam ser reduzidas a um conjunto de expressões literais equivalentes, outros têm insistido no fato de que nenhum limite pode ser estabelecido no âmbito da comparação.

Dessa forma, a metáfora de gafanhoto como demônio, não pode ser reduzida a um conjunto de declarações específicas sobre gafanhoto, que sejam válidas para todos os tempos e lugares. Explica McFague, que a metáfora busca ser sugestiva, permitindo aos futuros leitores e intérpretes encontrar nela um novo significado. A metáfora não é simplesmente uma descrição elegante ou uma frase memorável sobre alguma coisa já conhecida. É um convite à descoberta de novos significados, que outros podem ter negligenciado ou esquecido.

Em Apocalipse 9.1-11, os gafanhotos não são insetos, mas referem-se a demônios, a hostes demoníacas, saídos do poço do abismo. Uma invasão de demônios cuja missão principal é atormentar os homens (9.4-5).

O Reverendo Hernandes Dias Lopes explica as características destes gafanhotos demônios: 1ª) são espíritos de obscuridade (9.2-3); 2ª) são espíritos de destruição (9.11); 3ª) são espíritos que tem poder e domínio (9.7); 4ª) são espíritos que tem inteligência (9.7); 5ª) são espíritos de sensualidade (9.8); 6ª) são espíritos de violência (9.8b); 7ª) são espíritos inatingíveis.

Outrossim, a menção dos gafanhotos contidos na quinta trombeta, como demônios propriamente ditos, vem corroborar com a interpretação metafórica em questão, ou seja, comparar os gafanhotos de Joel 2.4-10, com tipos de demônios que agem na vida das pessoas, destruindo suas famílias, a saúde, os bens materiais, etc..

Para concluir, leiamos o texto de Joel 2.25-27 (ARA):

“Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros. Comereis abundantemente, e vos fartareis, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que se houve maravilhosamente convosco; e o meu povo jamais será envergonhado. Sabereis que estou no meio de Israel e que eu sou o SENHOR, vosso Deus, e não há outro; e o meu povo jamais será envergonhado”.

Aqui vemos claramente a promessa de restituição. Em Lucas 6.38, vemos a lei da reciprocidade divina, na qual o Senhor nos abençoa de quatro maneiras diferentes: boa medida; recalcada; sacudida; transbordante.

Recomendo que você faça um conserto de fidelidade, de honestidade, de santidade e de generosidade e todo poder dos gafanhotos (demônios), da ruína e da miséria será destruído em nome de Jesus!

 Texto do Pr. Wagner Tadeu dos Santos Gaby

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Procrastinação pode esconder problemas mais sérios


A mania de deixar tudo para depois vai muito além da preguiça e pode esconder o medo do fracasso. Veja se você é um procrastinador.

A procrastinação assume perfis diversos. O procrastinador por criação de problema adia as tarefas para mais tarde porque acha que terá mais tempo. O procrastinador comportamental até faz listas e planos, mas não segue nada do que foi planejado. E o procrastinador retardatário faz várias coisas antes de cumprir uma tarefa determinada anteriormente.

Segundo o psiquiatra norte-americano Bill Knaus em artigo publicado no “Psychology Today”, estes são os três perfis de quem tem mania de deixar tudo para depois. Mas, para a professora-titular da USP e terapeuta analítica comportamental Rachel Kerbay, a definição vai além.

Rachel trabalha há mais de 15 anos com o assunto e define o “autocontrole” – ou melhor, a falta dele – como a palavra-chave para entender este distúrbio. “O procrastinador quer sempre usufruir do resultado imediato. Não sabe planejar e criar condições para que as coisas aconteçam. Como ele segue só aquilo que é de seu interesse, perde o que poderia ganhar a longo prazo”, explica a professora.

Cada um com os seus motivos

É exatamente o que Carina Martins faz repetidas vezes. Redatora publicitária, ela precisa trabalhar em dupla com o responsável pela arte. Mas a fama de “deixar tudo para a última hora” já é bem conhecida entre os colegas e, no último emprego, chegou aos ouvidos do chefe. “Como eu também sou DJ, é muito fácil começar o dia procurando música e, quando me dou conta, passei o expediente inteiro fazendo outra coisa que não era o trabalho”, diz.

Carina também é do tipo que demora muitos dias para cumprir uma tarefa muito fácil, exatamente pelo grau de exigência ser menor. Só que quando o assunto é difícil, ela também trava. Daí o motivo é ter medo de encarar um desafio.

“Geralmente, o procrastinador tem medo do resultado e de uma avaliação pública. Daí o bloqueio e a decisão de não fazer nada. Para isso, ele encontra várias desculpas –muitas vezes externas, como tempo ruim, pouco dinheiro, falta de sorte – ou apela para a emoção para adiar os compromissos”, analisa Rachel.

O problema é que, na maioria dos casos, ele joga o trabalho para frente com a desculpa de que precisa de mais tempo para fazer determinado projeto, e nem por isso faz melhor. “Eu sempre falo, ‘semana que vem eu faço com mais calma’. Apesar da sensação ruim de angústia, acabo me enrolando de novo e dedico menos tempo do que o trabalho de verdade precisa. A saída, então, é o improviso”, confessa Carina.

Missão dada não é missão cumprida

Nesse nó de desculpas e enrolação, a preguiça – ao contrário do que muita gente acredita – não é a resposta do problema. É só ver a disposição da Carina para pesquisar música e fazer outras atividades que lhe dão prazer. Foi também o que concluiu Christian Barbosa, especialista em produtividade e autor do livro “Equilíbrio e Resultado – Por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer”. Christian elaborou uma pesquisa e perguntou a mais de 4 mil pessoas a seguinte questão: “você procrastina atividades ao longo da sua rotina?”. 97,4% dos entrevistados responderam “sim”.
De acordo com o levantamento, exercício físico, leitura, saúde e planejamento financeiro são as quatro coisas mais adiadas. Por outro lado, casamento, comprar apartamento, mudar de emprego e férias são aquelas que as pessoas realizam com mais facilidade. “Não há nada de errado em procrastinar de vez em quando, o problema é quando isso começa a ficar crônico e passamos a adiar frequentemente coisas que não poderiam ser adiadas”, define.

“De maneira geral, as coisas pessoais acabam sendo as que mais adiamos. Talvez porque na vida pessoal ninguém fique cobrando que você leia determinado livro ou organize seu armário. Mas, no trabalho, você tem chefe e clientes que esperam o resultado de sua produção”, ressalta Christian.
A falta dessa figura pode ser uma das razões que faz o estudante Marcio Vincler viver sempre no atraso. Há alguns anos, ele passou a trabalhar com a mãe. Como precisa de dedicação semi-integral na faculdade de veterinária, e ainda dá expediente em uma clínica, o tempo disponível para escritório é bem reduzido e as regalias são muitas.

Apesar de admitir que não se incomoda com as brincadeiras dos colegas, ele sabe o quanto esse comportamento cria rótulos. “Eu não consigo chegar no horário em nenhum lugar e as pessoas já contam com a minha demora”, diz.

O presente é o momento ideal

A pergunta diante deste jogo de empurra-empurra é: há uma luz no fim do túnel? Sim. “É preciso mudar as ações, as habilidades e a fala. Ou seja, o jeito de fazer das coisas”, afirma Rachel. É o que também acredita Christian Barbosa. “Infelizmente, na vida nem sempre teremos apenas coisas interessantes para fazer. É preciso aceitar isso”, diz.

Segundo ele, em muitos casos, adotar uma estratégia de produtividade dá bons resultados. Outra dica valiosa é defendida por Rachel. “Planeje os compromissos, crie alternativas factíveis e avance aos poucos. A recompensa neste caso não é material. É o sentimento de dever concluído que dá impulso à mudança e se torna mais satisfatório do que o mal-estar de um comportamento procrastinador”.

Fonte: http://delas.ig.com.br/comportamento/2012-11-11/procrastinacao-pode-esconder-problemas-mais-serios.html. Acesso em 11.11.12