quarta-feira, 5 de maio de 2010

É DURO SER EDUCADO



Um texto fantásticò e verdadeiro do Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço.
COMO É DURO SER EDUCADO!!!!

Estamos vivendo um momento muito... no mínimo interessante. É um momento de conflito entre ser educado e ser feito bobo.

Tenho sido convidado para pregar em diversos lugares há alguns anos. Minha esperança era de que as coisas melhorassem, que o desenvolvimento cultural das pessoas trouxesse mais bom senso, trouxesse mais sensibilidade. Infelizmente, depois de esperar alguns anos, estou quase convencido que isto não acontecerá, está piorando.

Faço parte daqueles pastores que têm aversão ao mercantilismo da palavra. Rejeito mesmo pregadores que enviam contrato de prestação de serviços para serem assinados quando convidados, me enojo com aqueles que cobram horrores para pregar, me escandalizo com aqueles que possuem tabelas de valores. Critico aqueles que perguntam se existe hotel classe superior na cidade onde vão pregar, não aceito aqueles que exigem uma multidão de coisas. Tenho alergia a cantores que enviam discos a serem vendidos, que usam os púlpitos para ficarem vendendo seus trabalhos, etc... Sou um pastor às antigas, reconheço isto. É duro ser educado quando vejo estas coisas.

Estes dias fiquei assustado e frustrado quando descobri que um conferencista fez escândalo após pregar em uma igreja e verificar que uma oferta de R$1.000,00 além de suas despesas era lhe uma humilhação. Aquele pastor sentiu-se humilhado porque lhe “pagaram” apenas R$1.000,00 pela mensagem.

Outro dia destes, fiquei sabendo de outro conferencista que para pregar na região metropolitana de uma grande cidade “cobrou” R$1.500,00 por dia, sendo que ele mora naquela grande cidade. Escandalizei-me de novo.

Vejam bem, não me escandaliza nem o valor, mas a coragem de cobrar, de vender, de mercadejar, e por outro lado de pagar, incentivar o mercantilismo, incentivar pseudo ministérios.

Só para mais uma vez ilustrar, certa feita acompanhei o caso de um pregador, que foi convidado para palestrar em uma cidade, acertado o preço, fixou-se que um político pagaria o valor fixado. No dia marcado o pregador não veio, porque outro político, concorrente do primeiro, pagou valor maior para ele não vir. Que maravilha não?

As histórias deste gênero com cantores e pregadores, ditos “cantores” “conferencistas” internacionais se repetem e envergonham mais a cada dia. Homens e mulheres que se escondem atrás de um pseudo ministério para exercerem sua preguiça, exercerem a atividade de mercenários, alguns são na verdade homens e mulheres sem profissão, frustrados profissionalmente, que encontraram neste pseudo ministério um mero ganha pão (Se fosse só ganha pão estaria bom, mas querem que seja ganha mansão, ganha carrão, etc...). Gostam de portar cartões de visitas onde se intitulam: “conferencista”, “cantor gospel”, isto sem contar as demais auto adjetivações como “santo homem de Deus”, “a maior revelação dos últimos tempos”, uma “benção de Deus para as nações”, e por aí vai.

Por outro lado, há homens e mulheres verdadeiramente chamados por Deus, alguns que tiveram que abrir mão de suas atividades profissionais para atenderem ao chamado de Deus, são verdadeiros pregadores e pregadoras, cantores e cantoras, verdadeiramente adoradores, dignos de todo nosso respeito e estima. Mas estes, via de regra não estão no rol daqueles que escandalizam e mercadejam com seus dons. É gente séria.

Há, porém, um sem número de mercadores da palavra, verdadeiros mercenários, sem escrúpulos, sem valores ético-morais, sem sensibilidade. Homens e mulheres aos quais o Senhor Jesus cobrará com certeza. Homens que estarão no rol daqueles que dirão, em teu nome ... fizemos tanta coisa. E o Senhor lhes dirá apartai-vos de mim, pois não vos conheço. Já receberam seu galardão, já receberam suas recompensas.

Como é duro ser educado com este tipo de gente. Como é difícil ter que tolerar este tipinho sem graça. Como é complicado aceitar este tipo de gente gritando em nossos púlpitos.

Mas as coisas não ficam por aí, existe outro lado que precisa ser retratado. Há também aqueles obreiros, (Digo obreiros porque nem sempre são os pastores das igrejas, aliás, quase sempre não são. São coordenadores de mocidade, circulo de oração, auxiliares, etc... Os pastores das igrejas mandam estes elementos conversarem com o pregador ou cantor convidado confiando em seu bom senso.) que gostam de convidar e esquecem-se da máxima de que a quem convida incumbe o banquete. Ninguém se interessa em vir por banquete, a máxima está errada, o convidado aguarda pelo menos ser respeitado.

Já vi caso onde o convidante pergunta na frente de todo mundo quanto foi a despesa do convidado. Faz questão de entregar aquela ninharia ao convidado (às vezes um monte de moedas recebidas na hora da oferta) em frente a todo mundo para que vejam o quanto ele é econômico. Mesquinho é a palavra mais correta.

Interessantíssimo quando o convidado é levado a conhecer todas as maravilhas que o administrador está operando no campo, as construções magníficas (às vezes nem são magníficas), os templos suntuosos, e na hora do pagamento das despesas do convidado vem a clássica pergunta: Quanto saiu a despesa? Pior ainda: Quantos quilômetros teu carro faz com um litro de combustível? Ou ainda: Devemos alguma coisa? Como é duro ser educado nesta hora.

E depois das mais diversas humilhações já consignadas nas perguntas mais ignóbeis vem a choradeira: o amado viu que nós estamos “em fase de construção”, os gastos são muito altos e não temos como “abençoá-lo” mais. Primeiro que construção na igreja não é “fase”, é eterna, ou até a vinda de Jesus para aqueles que serão arrebatados. Segundo que depois de chorar tanto o que vai ser entregue não é benção nenhuma, é mais uma antagonismo à benção para não falar uma maldição.

É insuportável ouvir coisas como: Quanto o irmão quer?; Está bom para o irmão?; Dá para as despesas?; Queria dar mais, mas não podemos; Estamos em fase difícil; E se o convidado for sincero, o convidante está preparado para não murmurar? Se o convidado responder: Quero R$5.000,000; Não está bom não; Não dá para as despesas não; Você nunca quis dar mais coisa nenhuma; Se está em fase difícil porque me convidou? Como é duro ser educado nestas horas.

Estes tempos, conheço alguém (para usar a expressão paulina: Conheço alguém, que se no corpo ou fora dele não sei...), que foi convidado a estar em uma igreja e o dirigente falou com todas as letras: O irmão vai ter a honra de pregar em minha paróquia (o pregador congrega e prega toda semana em uma igreja onde pregam os maiores pregadores do país, alguns mesmo são de lá.). Na hora de acertar as despesas deu R$600,00 e disse: Queria dar mais, mas o meu coordenador de mocidade só tinha isto para o irmão. Mas dá para as despesas né? O convidado havia trocado o óleo do carro para viajar, gastou R$180,00, mais lanche na estrada R$40,00, mais pedágios R$80,00, mais abastecimento para a ida R$150,00, mais abastecimento para volta R$150,00, pregou sábado manhã, tarde e noite, domingo do mesmo jeito. Sujou por transpiração em 04 ternos, mais R$100,00 para lavar. E aí vêm outras coisas: deixou a esposa com a filha, deixou sua igreja, prejudicou seu trabalho pastoral, ficou hospedado na casa de um irmão sem privacidade alguma, perdeu a sexta feira viajando, perdeu a segunda voltando para casa, a casa do convidado é muito mais confortável que o lugar onde foi posto, e o tal dirigente continua perguntando: Está bom para o irmão? É duro ser educado nesta hora.

Conheço um pregador que foi convidado a pregar em uma cidade próxima da sua cerca de 40 km. O pregador tem um carro grande. Pregou bastante, transpirou bastante e as bênçãos de Deus também foram grandes. Na hora da despedida, o convidante lhe entregou R$48,00, sendo R$13,00 em moedas, e o restante em notas de R$2,00, e perguntou se estava bom para o pregador. O pregador tinha colocado R$50,00 de combustível no carro para viajar. Está certo que não havia gastado tudo isto de combustível, mas também se não tivesse que sair de casa não teria que por aquele valor no tanque. Em segundo lugar, o terno suado e desgastado não tem o direito de ir para uma lavanderia que cobrará R$20,00 ou R$30,00 para lavá-lo.

Veja-se que dos exemplos utilizados, jamais se falou em qualquer valor referente à mensagem, jejum, oração, consagração, horas de meditação, preparação de data show, etc. etc. e mais etc... Isto são coisas que não se cobram. Isto é ofício sacerdotal. Cobram por isto somente os mercenários.

Não se trata de cobrar, não se trata de mercadejar, se trata de respeito, se trata de educação, se trata de bom senso, de sensibilidade. Sensibilidade que se vê no próprio Deus quando doa seu próprio filho pelo mundo. Sensibilidade que se vê no filho que se preocupa até se as pessoas estão alegres (transforma água em vinho para isto), se as pessoas estão alimentadas (multiplica pães e peixes), se as pessoas estão acomodadas (manda-as sentar). Sensibilidade que se vê no Espírito Santo que doa todos os seus dons para auxiliar o homem e a igreja no cumprimento de seu ministério terreno.

Talvez alguém ao ler este texto vá murmurar, vá pecar, vá falar bobagem. É só não ler. Dá vontade de dizer: porque você leu? Porque você se meteu em assunto que não lhe diz respeito Que você tem a ver com isto? Meta-se com sua vida. Mas não falarei desta forma, fui educado. Sou educado. Mas: Como é duro ser educado!!!!!!!!!!!!!

Agora se você tem alguma coisa relevante para dizer diga sob forma de comentário. Se não tem nada relevante a dizer, vá trabalhar que já está na hora. O melhor é eu me cuidar. É duro ser educado!!!

2 comentários:

  1. KKk gostei do final do post, então sendo assim, vou trabalhar kkk ( É duro ser educado.....)
    Abração!!!

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  2. Sem comentários porque é duro ser educado.

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