quarta-feira, 10 de novembro de 2010
SE O SUICÍDIO É UM PECADO, POR QUE DEUS ABENÇOOU SANSÃO POR TÊ-LO COMETIDO?
JUÍZES 16:26-27
PROBLEMA: O suicídio é uma forma de assassinato e Deus disse: "Não matarás" (Êx 20:13). Há muitos casos de suicídio na Bíblia (veja os comentários de 1 Samuel 31:4) e nenhum deles recebeu aprovação do Deus. Contudo, Sansão cometeu suicídio com o aparente consentimento do Senhor.
SOLUÇÃO: Sansão não tirou a sua vida; ele sacrificou-se por seu povo, Há uma grande diferença. Jonas orou: “Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver" (Jn 4:3). Mas Jonas nunca tirou a sua vida. O suicídio é um ato "para si mesmo". O que Sansão fez foi entregar a sua vida pelos outros - pelo seu povo. O ato de Sansão foi um ato de suicídio tanto quanto o foi o ato de Cristo, quando este disse: "dou a minha vida" (Jo 10:15), porque "o bom pastor dá a vida pelas ovelhas" (Jo 10:11). Com efeito, "ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos" (Jo 15:13).
É claro que nem toda aparente morte "pelos outros" é realmente um ato de amor. Paulo deixou isso evidente no seu grande capítulo acerca do amor: "e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará" (1 Co 13:3). Até mesmo um mártir pode morrer sem que haja amor, mas numa obstinada entrega a uma causa centralizada na sua própria pessoa. Saul optou pela morte, dizendo: "para que porventura não venham estes incircuncisos, e me traspassem e escarneçam de mim" (1 Sm 31:4). Abimeleque procurou a morte, e disse a seu escudeiro: "mata-me, para que não se diga de mim: Mulher o matou" (Jz 9:54).
Em contraste, Sansão pediu permissão a Deus para morrer, e orou: "Morra eu com os filisteus" (Jz 16:30). Deus acedeu ao seu pedido, "e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida" (v. 30). Paulo também desejou "ser anátema, separado de Cristo, por amor de" seus irmãos (Rm 9:3). O soldado que se atira sobre uma granada para salvar a vida de seus companheiros não está tirando a sua vida, não está se suicidando; ele está dando a sua vida pelos outros. De igual modo, Cristo não cometeu suicídio, tendo ele vindo para "dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45).
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Caro Pr. Eliel Gaby,
ResponderExcluirCerto dia fui ao sepultamento do pai de um colega que tinha suicidado. Num dado momento, outro colega, sabendo que eu era evangélico, se dirigiu à mim e falou: "Pela tua religião o falecido foi para o inferno, não é, Eliel?" Fiquei chocado com aquilo. Como, nós que falamos tanto no amor de Deus, podemos ser tão cruéis com histórias tão sofridas como o daquela família? Este fato me marcou profundamente, haja vista ter acontecido há, aproximadamente, quinze anos atrás, e até hoje não esqueci. Isto me levou a refletir sobre o suicídio.
É certo que algumas pessoas sofrem problemas emocionais crônicos, levando-as a repetidas tentativas de por fim em suas vidas (foi o caso do falecido). Elas se tornam vítimas de problemas mentais que fogem do controle de sua razão, levando-as a decisão deliberada de cometer o "próprio homicídio".
Sendo assim, faço meu comentário, sem uma espiritualização exarcebada do assunto, no intuito de ajudar numa reflexão sobre as afirmações condenatórias do tipo: "o suicida vai direto para inferno!", que costumeiramente, nós, evangélicos, fazemos.
Não lembro qual a resposta dei para o colega, mas, hoje, considero que pessoas suicidas não devem partir desta vida com o selo da nossa condenação ao inferno. Como o exemplo do Sansão, citado em sua postagem, devemos deixar com Deus a decisão sobre o futuro dos suicidas, e reservar para nós apenas a torcida de que nos encontremos no céu.
Fique com Deus.
Olá Eliel Teixeira
Excluircompanheiro li seu comentário e logo lembrei-me do que Paulo nos diz: em 1 Coríntios 3:16,17
''Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?
17 Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado.''
portanto companheiro ninguém que tira sua própria vida, impedindo-se de se arrepender seria perdoado, resaltando que tal pedão seria em vida e não após morte, pois em hebreus nos diz: ''E aos hoens esta ordenado morrer apenas uma vez, vindo apos o juízo.
um forte abraço...
Pastor Eliel Gaby,
ResponderExcluirA Bíblia diz que melhor é o que domina seu espírito, do que aquele que conquista uma cidade.
Sansão era forte de corpo mas fraco de espírito, enquanto José era justamente o contrário.
Felizmente, teve o juiz de Israel um final feliz, morrendo dignamente pelo seu povo, garantindo a salvação de sua própria alma.
Fica como sujestão o pastor fazer uma postagem comparando as trajetórias de Joás e Manassés como reis.
A Paz do Senhor.
Prezado Eliel
ResponderExcluirParabéns pelo seu nome, ótima escolha dos seus pais (rsrsrsrs)! A questão do suicídio é muito pouco ensinada ou discutida na igreja. É claro que temos outros assuntos para serem tratados, mas deveríamos nos preocupar um pouco sobre esta realidade. Sua experiência mostra que em qualquer situação, seja ela de suicídio ou não, nós temos o hábito de julgar para onde foi "aquela determinada pessoa". Oremos e vivamos de modo a não perdermos nossa salvação!
Oziel, obrigado por sua reflexão. Postei este tema justamente para provocar uma reflexão sobre o assunto. Confesso Oziel que estou observando há algum tempo um número considerável de suicídios que acontecem no meio evangélico. É assustador, mas congreguei em uma igreja onde um pastor dirigente de uma congregação se suicidou minutos antes do culto começar. É claro que o assunto é incômodo. Com relação à sua sugestão vou analisar sim, e, se possível você colaborar com conteúdo, fico agradecido.
ResponderExcluirGraça&Paz!!
ResponderExcluirDesejo parabenizá-lo pelo tema trazido a debate. Esta é a primeira vez que visito seu blog, por meio do blog do Pastor Carlos Roberto, Point Rhema.
O irmão não acha que o suicídio vem por uma vida espiritual que se vai enfraquecendo com o passar do tempo? Basta para isso olhar para os exemplos supracitados.
É possível pensar que um crente que viva uma intensa comunhão com Deus se suicide? Creio que não.
Na minha opinião, portanto o suicídio é apenas a ponta do iceberg.
Abraços. Deus o abençoe!
http://oblogdodumane.blogspot.com/
Ólá Duarte, concordo com seu comentário. Recentemente na Escola Bíblica de Obreiros em Porto Velho - Rondônia, conversei com um psicanalista cristão e ele me disse que "o suicida não quer na verdade se matar, mas sim, matar o vazio que existe dentro dele". Nós sabemos que este vazio é gerado pela falta da comunhão com Deus.
ResponderExcluirGraça&Paz!!
ResponderExcluirMais uma vez cá estou(hehe). Quero agradecê-lo por fazer o favor de seguir meu blog e também pelo seu comentário em resposta à minha declaração. Sem dúvida veio reforçar ainda mais a opinião que tinha sobre este assunto.
Abraços. Deus o abençoe.